sábado, 30 de junho de 2018

Efeméride 30 Junho - Primeiro livro impresso em Portugal há 531 anos


Em 1487 - Em Portugal, publica-se o primeiro livro impresso[i] no país, intitulado em hebraico "Pentateuco",[ii] cujo original encontra-se no museu britânico, em Londres (Inglaterra), existindo uma cópia em microfilme, na biblioteca municipal de Faro.
Em 1487, em Faro, o judeu Samuel Gacon, termina o primeiro livro impresso em Portugal com os caracteres inventados por Gutenberg: o Pentateuco.

Trata-se de uma obra em hebraico, impressa por Samuel Gacon, um impressor algarvio de origem judaica.
O único exemplar da primeira edição deste livro encontra-se em Inglaterra, depois de ter sido roubado por Francis Drake, quando este atacou e saqueou a capital do Algarve em 1587.
O segundo livro impresso em Portugal terá surgido em 1489, em Chaves. Trata-se d’ “O Tratado de Confissom”, o primeiro livro cristão impresso utilizando o sistema de Gutenberg.


[i] Em 1455 o inventor alemão Johannes Gutemberg criou uma das maiores contribuições para o mundo moderno. A tipografia permitiu que os textos, antes manuscritos, fossem impressos a partir da elaboração dos tipos, letras móveis produzidas em cobre e alocadas em uma base de chumbo onde recebiam a tinta e eram prensadas no papel.
Dessa maneira, a “imprensa”, como ficou conhecida a invenção de Gutembgerg, passou a influenciar a produção e divulgação de conhecimento, contribuindo para um maior desenvolvimento não apenas da produção literária na Europa, mas da metalurgia e da produção de papel.

[ii] O Pentateuco, do grego, "os cinco rolos", é composto pelos cinco primeiros livros da Bíblia. Entre os judeus é chamado de Torá, uma palavra da língua hebraica com significado associado ao ensinamento, instrução, ou literalmente Lei, uma referência à primeira secção do Tanakh, os primeiros cinco livros da Bíblia Hebraica, cuja autoria é atribuída a Moisés. Os judeus também usam a palavra Torá num sentido mais amplo, para referir o ensinamento judeu através da história como um todo. Neste sentido, o termo abrange todo o Tanakh, o Mishnah, o Talmud e a literatura midrash. Em seu sentido mais amplo, os judeus usam a palavra Torá para referir-se a todo e qualquer tipo de ensino ou filosofia.


sexta-feira, 29 de junho de 2018

Efeméride de 29 de Junho – O apóstolo Pedro, o primeiro Bispo de Roma


Efeméride de 29 de Junho – O apóstolo Pedro, o primeiro Bispo de Roma


São Pedro ou São Pedro Apóstolo,

 
De seu nome Pedro - Petros, "Rocha", segundo a interpretação católica e ortodoxa,  

(Betsaida, século I a.C., —  Roma, cerca de 67 d.C.)  foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo, segundo o Novo Testamento e, mais especificamente, os quatro Evangelhos.

A Igreja Católica considera Pedro como o primeiro bispo de Roma e, por isso, o seu primeiro papa.

Segundo a Bíblia, o seu nome original não seria Pedro, mas sim Simão. Aparece ainda uma variante do seu nome original, Simão Pedro, no livro dos Atos dos Apóstolos (Atos 10:18) e na II Epístola de Pedro (II Pedro 1:1).

No Evangelho de João (João 1:42), Jesus ter-lhe-á mudado o nome para Pedro.

Antes de se tornar um dos doze discípulos de Jesus, Simão era pescador. Teria nascido em Betsaida e morava em Cafarnaum. Era filho de um homem chamado João ou Jonas e tinha por irmão o também apóstolo André. Simão e André eram "empresários" da pesca e tinham sua própria frota de barcos, em sociedade com Tiago, João e o pai destes, Zebedeu.

Parece que Pedro era casado e tinha pelo menos um filho.  A sua mulher era de uma família abastada e moravam em casa própria, semelhante a uma vila romana na cidade de Cafarnaum.


Segundo Lucas 5:1-11, no episódio conhecido como "Pesca milagrosa", Pedro teria conhecido Jesus quando este lhe pediu que utilizasse um dos seus barcos, de forma a poder pregar a uma multidão que o queria ouvir. Pedro, que estava a lavar redes com Tiago e João, seus sócios e filhos de Zebedeu, anuiu, afastando o barco um pouco da margem.

No final da pregação, Jesus disse a Simão que fosse pescar de novo com as redes em águas mais profundas. Pedro disse-lhe que tentara em vão pescar durante toda a noite e nada conseguira mas, em atenção ao seu pedido, fá-lo-ia. O resultado foi uma pescaria de tal monta que as redes iam rebentando, sendo necessária a ajuda da barca dos seus dois sócios, que também quase se afundava puxando os peixes. Numa atitude de humildade e espanto Pedro ajoelhou-se perante Jesus e disse para que se afastasse dele, já que era um pecador. Jesus encorajou-o, então, a segui-lo, dizendo que o tornaria "pescador de homens".

 Nos evangelhos sinóticos, o nome de Pedro sempre encabeça a lista dos discípulos de Jesus, o que na interpretação da Igreja Católica Romana deixa transparecer um lugar de primazia sobre o Colégio Apostólico. Não se descarta a possibilidade que Pedro, assim como seu irmão André, antes de seguir Jesus, tenha sido discípulo de João Batista.

Segundo a tradição defendida pela Igreja Católica Romana e pela Igreja Ortodoxa, o apóstolo Pedro, depois de ter exercido o episcopado em Antioquia, ter-se-ia tornado o primeiro Bispo de Roma.

A tradição da Igreja Católica Romana afirma que depois de passar por várias cidades, Pedro terá sido martirizado em Roma entre 64 e 67 d.C. 

Alguns pesquisadores acreditam que, assim como Judas Iscariotes, Pedro terá pertencido à seita dos Zelotas, grupo que teria surgido dos Fariseus e era constituído por pequenos camponeses e membros das camadas mais pobres da sociedade.


 O apóstolo Pedro, o primeiro Bispo de Roma

A comunidade de Roma terá sido fundada pelos apóstolos Pedro e Paulo e é considerada a única comunidade cristã do mundo fundada por mais de um apóstolo e a única do Ocidente instituída por um deles. Por esta razão desde a antiguidade a comunidade de Roma (chamada atualmente de Santa Sé pelos católicos) teve o primado sobre todas as outras comunidades locais (dioceses); nessa visão o ministério de Pedro continua sendo exercido até hoje pelo Bispo de Roma (segundo o catolicismo romano), assim como o ministério dos outros apóstolos é cumprido pelos outros Bispos unidos a ele, que é a cabeça do colégio apostólico, do colégio episcopal. A sucessão papal (de Pedro) começou com São Lino  (67 d.C.) e, atualmente é exercida pelo Papa Francisco, eleito em 13 de Março de 2013.

São Pedro é supostamente o autor de duas epístolas, dois dos 27 livros que compõem o Novo Testamento.

É vulgarmente representado como homem robusto, de meia-idade, de barba curta, vestido de apóstolo ou de papa. Múltiplos são os seus atributos: as chaves do Céu, em número de uma, duas ou três (que Cristo lhe terá confiado, dizendo: “Dar-te-ei a chave do Reino dos Céus: àqueles a que tu as abrires, as portas franquear-se-ão, e àqueles a quem as cerrares, ser-lhes-ão cerradas); a barca e o peixe (alusão ao seu mester de pescador); o galo sobre uma coluna (a lembrar a sua traição a Cristo: “Antes que o galo cante me negarás três vezes”); as cadeias (referência à sua prisão em Antioquia e Roma); a cruz de três ramos (atributo dos Papas), a cruz invertida (símbolo do seu martírio) e um livro (é um dos autores do Novo Testamento).

São Pedro é o Padroeiro de Papas e pescadores. A sua evocação ocorre a 29 de Junho. Os festejos populares de São Pedro, ocorrem de 28 para 29 de Junho, em terras como Seixal, Alverca do Ribatejo, Câmara de Lobos, Montijo, Nisa, Póvoa de Varzim, Ribeira Brava, Ribeira Grande, Ribeira Seca, São Pedro do Campo e Viana do Castelo.


A mais antiga imagem conhecida do apóstolo Pedro foi descoberta em 2010 em catacumbas sob a cidade de Roma, e data do século IV. No mesmo lugar, foram também descobertas imagens dos apóstolos Paulo, André e João.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Efeméride de 28 Junho - Tratado de Versalhes

O Tratado de Versalhes foi um acordo celebrado pelos países envolvidos na Primeira Guerra Mundial, visando pôr fim ao conflito. Foi celebrado em Paris, França, sob os auspícios do presidente norte-americano Woodrow Wilson, do primeiro-ministro britânico David Lloyd George e do primeiro-ministro francês Georges Clemenceau, o Tratado de Versalhes foi concluído em 28 de Junho de 1919, entrando em vigor em 10 de Janeiro de 1920, pondo fim às hostilidades iniciadas em 1914 entre potências europeias, suas colônias e aliados, devolvendo ao continente a paz e determinando as consequências do conflito, assim como a forma de relacionamento no continente e fora dele.

Os ministros alemães Hermann Müller (Exterior) e Johannes Bell (Transportes) assinaram o documento em nome da República de Weimar

As negociações, que duraram seis meses, envolveram 70 delegados de 27 nações.

Ficou de fora o país derrotado, a Alemanha. A Rússia não participou, pois já havia assinado o Tratado de Brest-Litovsk com a Alemanha em 1918.

Apesar de ser um dos principais negociadores do Tratado, o Congresso dos Estados Unidos não ratificou o documento e nem aderiram à Liga das Nações.

Deste modo, os EUA preferiram fazer um acordo bilateral com os alemães pelo Tratado de Berlim de 1921.

O Tratado de Versalhes teve como característica o revanchismo francês, a redefinição de fronteiras, o estabelecimento de indenizações e a criação da Liga das Nações.

Como já vimos um dos principais pontos definidos pelo Tratado foi a instituição da “Liga da Nações”, órgão internacional que atuaria como regulador da situação política do mundo, tentando resolver conflitos e disputas da forma mais efectiva, zelando pela manutenção da paz e da prevenção ao uso da força. Esse órgão, idealizado pelo então presidente dos Estados Unidos na América, Thomas Woodrow Wilson, foi essencial para a manutenção da paz por cerca de 20 anos na Europa, ao mesmo tempo que foi responsabilizado por diversos conflitos e disputas surgidos nos anos seguintes e por omissão diante da posterior escalada do partido Nazi ao poder na Alemanha da década de 30.

O Tratado determinava que a Alemanha (antigo Império Alemão, depois República de Weimar) fosse responsabilizada por todos os prejuízos causados pela guerra. De maneira considerada por muitos estudiosos como injusta, o Tratado imputava à Alemanha toda a responsabilidade pelo conflito e pelas suas consequências, principalmente grandes prejuízos econômicos.

A principal cláusula do Tratado, o artigo 231, definia a “culpa de guerra” à Alemanha.

A Alemanha e os seus Aliados são responsáveis, uma vez que os causaram, por todas as perdas e danos sofridos pelos governos aliados e pelos seus associados, bem como pelos cidadãos destes países, em consequência da guerra.
Os alemães acabaram por ter de suportar pesadas indenizações, que foram impostas sobretudo por ingleses e franceses, que visavam pagar os prejuízos às indústrias e agricultura que proviam o desenvolvimento econômico desses países. Essa exigência fragilizou consideravelmente a economia alemã, já baqueada pela própria guerra.

Além disso, a Alemanha também perdeu partes de seu território para os países vizinhos, uma vez que esses territórios acabaram por serem considerados pagamentos de indenizações de Guerra. Territórios disputados e tomados da França desde a unificação alemã foram devolvidos aos franceses, como a Alsácia Lorena. Ainda no oeste e norte, houve concessão de alguns territórios alemães à Bélgica e à Dinamarca. A leste, pedaços do território alemão foram cedidos pelas potências vencedores à Lituânia e à Polônia. Também houve, nesse contexto, a aceitação da independência da Áustria.

Assim sendo, o antigo Império Alemão foi destruído, o Estado, território, diminuiu consideravelmente, o que contribuiu para a formação da chamada República de Weimar, um novo Estado representante do povo alemão. Foram também perdidas as colônias alemãs em África e em outros locais.

Em termos militares, foi determinado o desarmamento alemão, a abolição do serviço militar obrigatório e a redução do exército para cem mil soldados voluntários.

Para impedir o desenvolvimento da indústria bélica na Alemanha, foi proibida a produção de tanques e armamentos de grosso calibre. Seguindo a mesma linha, a margem esquerda do rio Reno deveria ser desmilitarizada.

Na mesma medida, a Marinha foi reduzida a um máximo 15 mil homens e a força aérea extinta. Muitos navios foram entregues aos vencedores.

Foram extintas as Escolas Militares e associações paramilitares. Este foi um duro golpe numa nação que havia feito da vida militar uma das suas marcas principais.

Meses depois, através do Tratado de Saint-Germain-en-Laye, a Áustria também foi obrigada a reduzir seus efetivos militares a 30.000 homens

As indenizações e retaliações ao território alemão causaram severa crise econômica e alimentaram um sentimento de indignação entre os alemães por conta do entendido exagero nas cláusulas do Tratado. Esses exageros foram uma das justificações levantadas, anos depois, por Adolf Hitler para a situação do povo alemão e para o conflito de 1939 - 1945, visto como necessário para reerguer a Alemanha.

Somado a tudo isso, o Tratado de Versalhes, ao redesenhar os mapas do mundo, extinguindo países, criando outros e dividindo ainda outros, causou ainda mais tensões em várias regiões, plantando as sementes para novos conflitos que assolaram todo o século XX, como por exemplo a questão curda (advinda da dissolução do Império Turco Otomano) ou entre Hutus e Tútsis na região dos grandes lagos, no centro da África, ao delegar o domínio da região aos belgas, semeando as crises em Ruanda, Burundi e República Democrática do Congo.

Em suma, este tratado possui dimensões políticas, econômicas e militares extremamente punitivas e os seus 440 artigos são uma verdadeira condenação à Alemanha.