domingo, 31 de julho de 2016

Efeméride de 31 de Julho - Retorno da Índia de Pedro Álvares Cabral.


Efeméride de 31 de Julho - Retorno da Índia de Pedro Álvares Cabral.

A 31 de Julho de 1501 chega a Portugal de retorno da Índia, Pedro Álvares Cabral.

Após chegar á India Cabral forjou uma aliança com o governante de Cochim, e com líderes de outras cidades-estados, sendo capaz de estabelecer uma feitoria. Por fim, carregada de especiarias preciosas, a frota foi para Cananor, a fim de comerciar uma vez mais antes de partir em sua viagem de retorno a Portugal em 16 de Janeiro de 1501 onde chegaria a 31 de Julho.

A expedição dirigiu-se para a costa leste da África. Um dos navios encalhou em um banco de areia e começou a afundar. Como não havia espaço nos demais navios, a carga foi abandonada e Cabral ordenou que a nau fosse incendiada. Em seguida, a frota prosseguiu em direção à Ilha de Moçambique (a nordeste de Sofala), a fim de se prover de mantimentos para que os navios estivessem prontos para a agitada passagem em torno do
Cabo da Boa Esperança. Uma caravela foi enviada para Sofala — outro dos objetivos da expedição. Uma segunda caravela, considerada o navio mais veloz da frota e capitaneada por Nicolau Coelho, foi enviada à frente das demais para dar ao rei o aviso prévio sobre o sucesso da viagem. Um terceiro navio, comandado por Pedro de Ataíde, separou-se da frota após partir de Moçambique.

A 22 de Maio, a frota — agora reduzida a apenas dois navios — passou pelo Cabo da Boa Esperança. Chegaram a Bezeguiche (atual cidade de Dakar, localizada perto de Cabo Verde), em 2 de Junho. Ali, encontraram não só a caravela de Nicolau Coelho como também a nau comandada por Diogo Dias — que se encontrava perdida há mais de um ano após o desastre no Atlântico Sul. A nau havia passado por várias aventuras e estava em péssimas condições, sendo que apenas sete homens doentes e malnutridos estavam a bordo — um dos quais estava tão fraco que morreu de felicidade ao ver seus companheiros novamente. Outra frota portuguesa também foi encontrada ancorada em Bezeguiche. Após D. Manuel I ter sido informado da descoberta do Brasil, enviou uma frota menor para explorá-lo. Um de seus navegadores era Américo Vespúcio (explorador italiano cujo nome designaria a América), que contou a Cabral detalhes de sua exploração, confirmando-lhe que havia de fato desembarcado num continente inteiro e não apenas numa ilha.

A caravela de Nicolau Coelho partiu primeiro de Bezeguiche e chegou a Portugal em 23 de Junho de 1501. O navio de Cabral ficou para trás, à espera do navio desaparecido de Pedro de Ataíde e da caravela que havia sido enviada para Sofala. Ambos os navios acabaram por aparecer e Cabral chegou a Portugal a 31 de Julho de 1501.

Ao todo, dois navios voltaram vazios, cinco estavam completamente carregados e seis foram perdidos. No entanto, as cargas transportadas pela frota geraram lucros de até 800% para a Coroa Portuguesa. Após as especiarias serem vendidas, as receitas cobriram os custos de equipamento da frota e dos navios que foram perdidos, gerando um lucro que por si só excedia a soma total desses custos.


sábado, 30 de julho de 2016

Efeméride de 30 de Julho - Inauguração da iluminação a gás, na Baixa de Lisboa.


Efeméride de 30 de Julho - Inauguração da iluminação a gás, na Baixa de Lisboa.

A 30 de Julho de 1848, no reinado de Dom Fernando II, é inaugurado o novo sistema de iluminação a gás na Baixa de Lisboa. A Companhia Lisbonense de iluminação a Gás inicia o seu serviço de iluminação pública a gás. Os seus candeeiros iluminavam a zona central da cidade e a pouco e pouco foram-se estendendo a toda a cidade. Os candeeiros adoptados tinham armações de base rectangular em que o sistema (de espalhador) era aceso manualmente pelo chamado vaga-lumes.
Nesse dia a população da cidade de Lisboa saiu em massa à rua, para assistir à inauguração da iluminação a gás.

Nas noites seguintes continuava o “alvoroço”, a nova luz "abria a noite", para muitos tinha chegado a Portugal a inovação, para outros era uma nova desgraça que ia arruinar as indústrias do azeite, estragar e esburacar as ruas da cidade. 
A iluminação a gás era feita através de uma rede de canalizações subterrâneas. Entretanto, as freguesias mais periféricas do centro de Lisboa eram iluminadas por candeeiros a petróleo, que acabaram por ser o substituto dos óleos naturais nestas áreas.


sexta-feira, 29 de julho de 2016

Efeméride de 29 de Julho – Derrota da Armada Invencível


Efeméride de 29 de Julho – Derrota da Armada Invencível

Decorria o ano de 1588,no dia 29 de Julho, quando na Batalha de Gravelines, a Invencível Armada é derrotada pelos ingleses, próximo à costa de Gravelines, em França.

A Armada Invencível, também referida como "la Armada Invencible" (castelhano) foi uma esquadra reunida pelo rei Filipe II de Espanha em 1588 para invadir a Inglaterra. A Batalha Naval de Gravelines foi o maior combate da não declarada Guerra Anglo-Espanhola e a tentativa de Filipe II (rei de Espanha, de Nápoles, da Sicília e dos Países Baixos. E, também, de Portugal, país que a Espanha dominou no período compreendido entre 1580 e 1640, como consequência do desastre militar lusitano em Alcácer Quibir, Norte de África, em 1578) de neutralizar a influência inglesa sobre a política dos Países Baixos Espanhóis e reafirmar hegemonia na guerra nos mares.
A armada era composta por 130 navios bem artilhados, tripulados por 8 000 marinheiros, transportando 18 000 soldados e estava destinada a embarcar mais um exército de 30 000 infantes. No comando, o Duque de Medina-Sidônia seguia num galeão português, o São Martinho. No combate no Canal da Mancha, os ingleses impediram o embarque das tropas em terra, frustraram os planos de invasão e obrigaram a Armada a regressar contornando as Ilhas Britânicas. Na viagem de volta, devido às tempestades, cerca de metade dos navios perdeu-se. O episódio da armada foi uma grave derrota política e estratégica para a coroa espanhola e teve grande impacto positivo para a identidade nacional inglesa.

A ordem de partida foi dada para o dia 25 de Abril, mas a armada saiu de Lisboa a 28 de maio de 1588, com 130 barcos, 8 mil marinheiros e 18 mil soldados. O plano era destruir a frota inglesa que guardava o Canal da Mancha e ao mesmo tempo desembarcar próximo a Londres o exército do Duque de Parma, de 30 mil soldados, que aguardava nos Países Baixos Espanhóis. (foi a designação dada aos territórios do noroeste europeu que permaneceram sob o domínio do ramo espanhol da casa de Habsburgo).

Só após 15 dias os espanhóis conseguiram avistar a Inglaterra. Durante este tempo, a falta de vento na costa portuguesa e uma tempestade junto ao cabo Finisterra dispersaram os navios. Durante alguns dias, em pleno Canal da Mancha, as frotas estudaram-se uma à outra sem atacar. Apesar de ter tido oportunidade de atacar a frota inglesa, imobilizada em Plymouth pela ação da maré, o comando espanhol parece ter sido expressamente ordenado por Filipe II para dar prioridade à operação de embarque de tropas e não correr riscos de perda de navios antes da hora.

Contrariando conselhos dos seus capitães, que consideravam o ataque viável, Medina Sidonia decidiu seguir ruma à ilha de Wight, com destino à costa continental. Os ingleses, comandados pelo célebre corsário sir Francis Drake, mantinham-se imediatamente atrás deles, a pouca distância. Depois de escaramuças inconclusivas entre as duas frotas, dois navios Espanhóis colidiram e foram abandonados. Tal fato ajudou Drake a conhecer vulnerabilidades dos navios do inimigo que lhe serviriam mais tarde. A operação de embarque de tropas se revelou mal planejada. O porto de Dunquerque, escolhido para reunir e embarcar as tropas sofreu bloqueio por navios holandeses e a armada teve de aportar em Calais.

Por fim, vários navios mercantes adaptados, necessários para o transporte das tropas invasoras, foram gravemente danificados ou capturados. A esquadra via-se reduzida e incapaz de cumprir sua tarefa, ao mesmo tempo impedida de voltar pelo sul devido ao bloqueio inglês, o que levou o Duque de Medina Sidnonia a decidir contornar as Ilhas Britânicas. Nas costas da Escócia e Irlanda, uma atribulada viagem que sofreu as tempestades de setembro, típicas na região, resultou na maior parte dos naufrágios, sobretudo dos navios mercantes improvisados como naves de guerra. Dos cerca de 130 navios que chegaram a compor a esquadra, cinco foram efetivamente afundados em combate em Gravelinas, diversos sofreram danos graves e perderam condições de batalha e outros cinquenta foram perdidos na viagem de volta em tempestades, sobretudo navios mercantes. Enquanto circundava o arquipélago britânico, a armada não atacou nem foi atacada e manteve os ingleses em permanente tensão, apesar da grande euforia inicial com o desfecho do combate no canal.

Com o retorno à península Ibérica, atracando a maioria dos galeões de primeira classe na costa cantábrica para reparos, ficou evidente a extensão do revés para a coroa espanhola. O prejuízo financeiro e político fora grave. Teria na época Filipe II exclamado: "Não mandei meus navios para combater aos elementos!". Pareceu impossível qualquer novo plano de ataque à Inglaterra e mais ameaçadora a força de sua marinha. Esta humilhante derrota teria também grandes repercussões para Portugal.

Consumado o desastre espanhol e o triunfo inglês, ambas as partes invocaram, à sua maneira, a intervenção divina.

Os católicos espanhóis lamentaram-se: “Não foram os homens que nos venceram, foi Deus!”.

Os protestantes ingleses, por sua vez, vangloriaram-se: A nossa causa é justa, Deus está connosco!

De qualquer modo, a ambição de Filipe II saldou-se num rude golpe para o seu prestígio, ao passo que a Inglaterra viu aumentar a sua importância como potência marítima, abrindo-se-lhe mares antes vedados e podendo atacar de futuro, com diferentes perspectivas de êxito, os domínios ultramarinos espanhóis e portugueses.

Quanto a Portugal, particularmente, faltando ainda 52 anos para recuperar a sua independência, o que aconteceu constituiu um gravíssimo desaire. Muitos dos navios da Invencible eram portugueses, como o eram também centenas de marinheiros e soldados. O País sofreu as consequências de uma catástrofe que não havia provocado.








quinta-feira, 28 de julho de 2016

Efeméride de 28 de Julho - Secretaria dos Negócios da Marinha e Conquistas


Efeméride de 28 de Julho - Secretaria dos Negócios da Marinha e Conquistas.

A 28 de Julho de 1736, foi criada a Secretaria dos Negócios da Marinha e Conquistas.

O Ministério da Marinha (MM) era o antigo departamento do Governo de Portugal que se ocupava dos assuntos marítimos, tanto militares como civis. Até 1911, também era responsável pelos assuntos do Ultramar Português.

Sob sua tutela direta encontrava-se a Marinha de Guerra Portuguesa. Também era da sua responsabilidade a política executiva nas áreas da marinha mercante, das pescas, da autoridade marítima, da investigação marítima e dos assuntos culturais relacionados com o Mar.

Criada em 1736, pelo Rei D. João V, como Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos (também referida como Secretaria de Estado da Marinha e Conquistas). Era responsável pelos assuntos marítimos e ultramarinos.

Durante os períodos de 1821-1823 e de 1834-1835, os assuntos do Ultramar deixam de ser administrados por um departamento específico, sendo repartidos pelos vários ministérios setoriais. Durante esses dois períodos, o ministério administrou apenas os assuntos marítimos, como Secretaria de Estado da Marinha.

A partir de meados do século XIX passa a ser comum designar-se o departamento por "Ministério da Marinha e Ultramar".

Em 1910, o departamento passa a designar-se "Ministério da Marinha e Colónias".

Em 1911, os assuntos ultramarinos, são separados do ministério, criando-se um departamento específico para os mesmos, denominado "Ministério das Colónias". O ministério passa, então, a denominar-se, apenas "Ministério da Marinha".

Na sequência do golpe militar de 25 de Abril de 1974, o Ministério da Marinha deixou de existir como ministério governamental. No entanto, a sua estrutura continuou a existir transitoriamente sob a designação de "Ex-Ministério da Marinha", passando a ser dirigida pelo Chefe do Estado-maior da Armada, que passou a ter o estatuto de ministro. O Ex-Ministério da Marinha manteve as funções militares e de autoridade marítima do anterior ministério, mas as restantes foram, entretanto, divididas por vários outros departamentos governamentais.

Em 1982, o que restava da estrutura do Ex-Ministério da Marinha foi integrada no Ministério da Defesa Nacional,

Desde então alguns governos criaram ocasionalmente um Ministério do Mar com as anteriores atribuições civis (sobretudo ao nível das pescas e dos transportes marítimos) do antigo Ministério da Marinha.








quarta-feira, 27 de julho de 2016

Efeméride de 27 de Julho - Morre Salazar

A 27 de Julho de 1970 morre António de Oliveira Salazar, político e estadista português nascido a 1889.

Oliveira Salazar nasceu a 28 de Abril de 1889, em Santa Comba Dão, descendente de uma família de pequenos proprietários agrícolas.
A sua educação foi fortemente marcada pelo Catolicismo, chegando mesmo a frequentar um seminário. Mais tarde estudou na Universidade de Coimbra, onde veio a ser docente de Economia Política.
Ainda durante a 1ª República, Salazar iniciou a sua carreira política como deputado católico para o Parlamento Republicano em 1921.
Já em plena Ditadura Militar, Salazar foi nomeado para Ministro das Finanças, cargo que exerceu apenas por quatro dias, devido a não lhe terem sido delegados todos os poderes que exigia. Quando Óscar Carmona chegou a Presidente da República, Salazar regressou à pasta das Finanças, com todas as condições exigidas (supervisionar as despesas de todos os Ministérios do governo).
Apesar da severidade do regime que impôs, publicou em 14 de Maio de 1928 a Reforma Orçamental, contribuindo para que o ano económico de 1928-1929 registasse um saldo positivo, o que lhe granjeou prestígio.
O sucesso obtido na pasta das Finanças tornou-o, em 1932, chefe de governo. Em 1933, com a aprovação da nova Constituição, formou-se o Estado Novo, um regime autoritário semelhante ao fascismo de Benito Mussolini.
As graves perturbações verificadas nos anos 20 e 30 nos países da Europa Ocidental levaram Salazar a adoptar severas medidas repressivas contra os que ousavam discordar da orientação do Estado Novo.
Ao nível das relações internacionais, conseguiu assegurar a neutralidade de Portugal na Guerra Civil de Espanha e na II Guerra Mundial.
O declínio do império salazarista acelerou-se a partir de 1961, a par do surto de emigração e de um crescimento capitalista de difícil controlo. É afastado do governo em 1968 por motivo de doença, sendo substituído por Marcello Caetano. Acabaria por falecer em Lisboa, a 27 de Julho de 1970.


Efeméride de 27 de Julho – Fim da Guerra da Coreia

Efeméride de 27 de Julho – Fim da Guerra da Coreia

A 27 de Julho de 1953 – A Guerra da Coreia termina com um armistício entre Estados Unidos, China e Coreia do Norte e com a recusa da assinatura pela Coreia do Sul.
Como o próprio nome indica, foi um conflito entre as Correias do Norte e do Sul - mas também foi a primeira batalha militar a opor capitalistas e socialistas, deixando o mundo quase à beira de uma guerra nuclear. A semente de tudo isso foi plantada em 1945, com o fim da Segunda Guerra. Na ocasião, a Coreia (na época, ainda um único país) estava ocupada pelo Japão que iniciou a sua rendição às tropas aliadas. Os dois principais líderes mundiais, os Estados Unidos e a União Soviética, concordaram em dividir a Coreia para que a rendição ocorre-se: os soviéticos receberiam a rendição das tropas
nipónicas que estivessem na parte norte da Coreia, acima da latitude de 38 graus, (Paralelo 38) enquanto os americanos cuidariam dos soldados do sul. Esse episódio acabou fraccionando o país e gerando as duas Coreias. A do Norte, ligada à União Soviética, torna-se comunista. A do Sul continuou abraçada ao capitalismo, apadrinhada pelos americanos.
Em 1949, a maior parte das tropas estrangeiras já tinha saído dos dois países, mas, no ano seguinte, a tensão explodiu com a invasão das forças norte-coreanas ao lado sul da Correia. Dois dias depois, o então presidente americano Harry Truman enviou tropas em auxílio da Coreia do Sul – o mesmo fizeram outros 15 países. Enquanto essas tropas avançavam para o norte, a China comunista entrou na Guerra ao lado dos norte-coreanos. Como resposta, o general Douglas McArthur, comandante dos EUA, propôs atacar territórios chineses, mas Truman não concordou - o presidente americano temia que isso provocasse uma reacção da União Soviética, aliada dos chineses. A situação só começou a mudar em 1952, quando Dwight Eisenhower assumiu a presidência dos Estados Unidos e ameaçou usar armas nucleares contra a China e a Coreia do Norte se a guerra continuasse. Em Julho de 1953, finalmente, foi assinado um cessar-fogo. Não era sem tempo: 4 milhões de pessoas já tinham morrido, a maiorias civis.


terça-feira, 26 de julho de 2016

Efeméride de 26 de Julho – Tentativa de conquista de Azamor

A 26 de Julho de 1508, D. João de Menezes zarpa de Lisboa com uma armada de 50 navios destinada à conquista de Azamor.

Devido a variadíssimas razões D, Manuel I envia uma armada (50 navios e 2.500 homens) sob o comando de D. João de Menezes, com o apoio de um príncipe oatácida que já estivera em Portugal, Muley Zião para conquistar Azamor, Norte de África. Porém, a expedição fracassou, não só porque o aliado mudara de posição, mas também porque os meios envolvidos se revelaram insuficientes para tomar a praça. As intenções em tomar Azamor mantiveram-se até que, em 1513, deu-se um levantamento geral em Portugal, num ambiente de vibração patriótica registado por Gil Vicente, no seu Auto da Exortação da Guerra.

De acordo com Damião de Góis, (Chronica do Serenissimo Senhor Rei D. Manoel) os preparativos resultaram na maior armada organizada no reinado do venturoso; mais de 400 navios e cerca de 25000 homens, entre soldados, cavaleiros e infantes, comandados por D. Jaime, o duque de Bragança. Quando a armada partiu de Lisboa, “foi lançar âncora na baia do Faram, no regno do Algarue”, onde se lhe juntaram mais navios com combatentes algarvios.


Assim a 28 de Agosto de 1513, os portugueses atacaram por terra e pelo rio no primeiro dia de Setembro. Os defensores de Azamor, impressionados com o poderio do exército português, acabaram por abandonar a cidade, procurando refúgio nas regiões vizinhas.  

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Efeméride de 25 de Julho – Batalha de Ourique


Efeméride de 25 de Julho – Batalha de Ourique

A Batalha de Ourique teve lugar a 25 de Julho de 1139, num local que as fontes denominam de Ourique, na altura em território controlado pelos muçulmanos.
Nessa Batalha defrontaram-se as forças “portuguesas” lideradas por D. Afonso Henriques, que havia partido de Coimbra, contra cinco “reis” mouros: Sevilha, Badajoz, Évora, Beja e um quinto de nome Ismar, que alguns autores julgam tratar-se do alcaide de Santarém e outros de Elvas, sendo apenas esta uma das muitas dúvidas que envolvem esta importante batalha.

Foram as vitórias militares que asseguraram a D. Afonso Henriques, um território suficientemente vasto para se afirmar como um Reino, e foram estas também que permitiram que o Reino de Portugal fosse reconhecido internacionalmente como tal. Destas vitórias, Ourique é sem dúvida uma das mais importantes, pois foi a partir desta que Afonso Henriques passou a utilizar o título de Rei.
Os títulos de Afonso Henriques

 Após a Batalha de S. Mamede (1128), D. Afonso Henriques assumiu os destinos do Condado Portucalense, mas nunca se faz tratar como Conde. Na realidade, a utilização do título de Conde, indicaria uma clara submissão ao Rei de Leão, Afonso VII, seu primo, na lógica das relações feudo-vassálicas, um Conde tem sempre condição inferior a um Rei. Assim, de forma a marcar cada vez mais a sua autonomia em relação ao Reino de Leão, e arrastando consigo o afirmar da autonomia do território por si governado, Afonso Henriques faz-se conhecer nos documentos oficiais com títulos que confirmam a sua ascendência régia (1), tais como Príncipe ou Infante.

 Com a enorme vitória em Ourique, D. Afonso Henriques passa a ser considerado um importante líder militar, facto que este aproveita para se passar a intitular como Rei. Esta vitória apenas confirmava o que há muito se vinha verificando, Afonso Henriques sempre tinha procedido como um príncipe independente, apesar da sua condição de vassalo. A partir de Ourique, onde assume o título de Rei, o processo de autonomia de Portugal dava um passo de gigante. Portugal tornava-se um Reino Independente, reconhecido pelo Imperador de Leão e Castela, Afonso VII em Zamora, logo a seguir pelos outros reis da Península Ibérica, e dezenas de anos depois, em 1179 pelo Papa Alexandre III.
No entanto, não se pode falar ainda em independência total, pois apesar de ter passado de Condado a Reino, Portugal, continuava a ser um território integrado numa unidade política maior, o Império de Leão. D. Afonso Henriques podia ser Rei de Portugal, mas era ainda vassalo do Imperador de Leão, isto tudo apesar da força política do Imperador, não se fazer sentir no território administrado por Afonso Henriques.

A batalha de Ourique
 Constitui talvez o maior problema da história de Portugal, o valor desta batalha no que respeita à sua localização, às forças militares envolvidas e à projecção que esta alcançou na sociedade daquela época.

Localização
 Os primeiros historiadores como Alexandre Herculano, defenderam sempre que a Batalha teria ocorrido na povoação com o mesmo nome, no Baixo Alentejo. Autores recentes apontam outras alternativas como Vila Chã de Ourique (próximo de Santarém); Campo de Ourique (actualmente em Lisboa); Campo de Ourique (perto da nascente do Rio Lis, no distrito de Leiria).

 A hipótese inicial de Ourique parece estar a ser abandonada, pois não só não corresponde à lógica dos acontecimentos anteriores, como parece ser um empreendimento demasiado arriscado. Parece um pouco ousado, mesmo para D. Afonso Henriques, percorrer mais de 300 km em território inimigo desde Coimbra, e travar um Batalha da qual, seria praticamente impossível de retirar em segurança, caso o resultado não lhe fosse favorável. Tem que se ter ainda em conta, que D. Afonso Henriques, poucos dias depois estava de volta a Coimbra.
 As hipóteses de Vila Chã de Ourique e de Campo de Ourique no Lis estão dentro do contexto das operações militares que se vinham a desenvolver. Após várias ofensivas muçulmanas a Coimbra, como resposta, os “portugueses” forçam a linha de fronteira, fixando-a no eixo Leiria-Ourém-Tomar, onde D. Afonso Henriques fez importantes doações às Ordens Militares, como forma de suster quaisquer tentativas de reconquista por parte do inimigo. É assim lógico que a batalha de Ourique tivesse ocorrido um pouco abaixo dessa linha, já em terreno inimigo.

 Quanto à hipótese Lisboa, ela parece ser um pouco afastada da região onde se costumavam confrontar as forças “portuguesas” e muçulmanas.
Componente Militar
 As crónicas da época falam de um batalha enorme, com dezenas de milhar de homens envolvidos. No entanto, os historiadores desde Alexandre Herculano, defendem que não se produziu um choque de exércitos, mas um “fossado” (2) ou ataque repentino “português”, que envolveu largas centenas ou talvez poucos milhares de homens.

Milagre de Ourique

Após a morte de D. Afonso Henriques, iniciam-se duas crónicas sobre a sua vida, a Gesta de Afonso Henriques e os Anais de Santa Cruz de Coimbra. Esta última crónica, fala na aparição de Cristo a D. Afonso Henriques de forma a incitar à vitória sobre os infiéis e dando assim protecção divina ao Reino que se estava a formar. Uma lenda deste género, numa época de grande religiosidade como a Idade Média, era a melhor forma de enaltecer a grande vitória “portuguesa”.

As Cinco Quinas
 Foi Luís de Camões que eternizou a explicação do escudo português, onde o número dos reis vencidos era representado pelos cinco escudetes existentes no brasão de Portugal. No entanto, os selos e moedas posteriores a 1139 não comprovam essa tradição.







Questões que esperam resposta:

1.       Quem eram realmente os 5 Reis Mouros que D. Afonso Henriques combateu?

2.       A que “Ourique” se refere a história?

3.       Quantidade de homens armados envolvidos?

4.       Milagre de Ourique?

5.       As cinco quinas?
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 Notas:

 1. D. Afonso Henriques era neto do Imperador Afonso VI.

 2. Fossado – Guerra organizada e regular que implicava uma mobilização colectiva dos homens para o exterior das suas comunidades. O objectivo era saquear riquezas (ouro, cerais, gado, armas) e desgastar o inimigo, arrasando regiões inteiras.

domingo, 24 de julho de 2016

Efeméride de 24 de Julho – Ocupação da Cidade de Gibraltar


Efeméride de 24 de Julho – Ocupação da Cidade de Gibraltar

A 24 de Julho de 1704 – A Cidade de Gibraltar é ocupada pelas forças do almirante inglês George Rooke, durante a Guerra de Sucessão de Espanha.

A cidade de Gibraltar é um pequeno enclave britânico de 6 km quadrados em território reivindicado pelo governo espanhol, no extremo sul da Península Ibérica que ocupa uma posição de grande importância estratégica por estar situada aos pés de uma rocha calcária de mais de 400 metros de altura, numa pequena península separada do restante território Espanhol por um istmo arenoso. Assim, a localidade possui um grande poder de defesa em pleno Estreito de Gibraltar, uma passagem (durante muitos séculos, a única) do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico, e passagem natural entre a África e a Europa.

Durante a Guerra de Sucessão Espanhola[i], a Inglaterra viu a oportunidade de se apropriar da cidade de Gibraltar, muito importante para o controle do estreito do ponto de vista estratégico-defensivo, e para isso, abriu mão do respeito às regras da guerra prezadas pela obra de Grotius, já que desrespeitou sua aliança com a Áustria (por quem, segundo a declaração de guerra, lutaria, em favor da causa do pretendente austríaco ao trono espanhol) e ainda deferiu à localidade um irredutível cerco naval, privando a população civil de mantimentos e instrumentos de defesa, além de submetê-la a bombardeios e ataques dos soldados, enquadrando sua ação no conceito de guerra injusta do jurista holandês.





[i] A guerra de Sucessão Espanhola foi um conflito não apenas do âmbito interno espanhol, mas de dimensões internacionais, já que acabou envolvendo países com diversos interesses sobre o destino do trono espanhol a uma dinastia ou a outra. Foi finalizada com o Tratado de Utrecht, o qual lançaria as bases de um comportamento que respeitasse as normas escritas entre as nações europeias.

sábado, 23 de julho de 2016

Efeméride de 23 de Julho – Campeonato do Mundo de Futebol 1966


Efeméride de 23 de Julho – Campeonato do Mundo de Futebol 1966


A 23 de Julho de 1966, depois de ter estado a perder por 3-0, Portugal consegue recuperar e vencer a Coreia do Norte por 5-3, com 4 golos de Eusébio. Com este resultado, a equipa portuguesa fica apurada para as meias-finais. A imprensa inglesa considera que «Eusébio é agora o melhor jogador do mundo».

Efeméride de 23 de Julho – Nascimento de Amália Rodrigues


Efeméride de 23 de Julho – Nascimento de Amália Rodrigues

A 23 de Julho de 1920, nasce, em Lisboa, Amália Rodrigues, a expressão máxima do fado. O seu assento de nascimento dá-a como nascida às cinco horas de 23 de Julho de 1920, na rua Martim Vaz, na freguesia lisboeta da Pena. A fadista pretendia, no entanto, que o seu aniversário natalício fosse celebrado a 1 de Julho, data em que teria efectivamente nascido.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Efeméride de 22 de Julho – Inicio da deportação dos Judeus para TreblinKa


Efeméride de 22 de Julho – Inicio da deportação dos Judeus para TreblinKa



A 22 de Julho de 1942, iniciaram-se as deportações dos judeus de Varsóvia para Treblinka e, em 5 de Outubro, Himmler ordenou a deportação de todos os judeus dos territórios ocupados para Auschwitz. Com o início do funcionamento das câmaras de gás no campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, em Junho de 1942, os nazis tinham passado à fase aberta do genocídio planificado e sistemático, cujo ponto culminante e derradeiro viria a ser o massacre de meio milhão de judeus húngaros, executados ao ritmo de 10.000 por dia, no Verão de 1944.

Holocausto, a catástrofe";  do hebraico "destruição"), foi o genocídio ou assassinato em massa de cerca de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, no maior genocídio do século XX, através de um programa sistemático de extermínio étnico patrocinado pelo Estado nazi, liderado por Adolf Hitler e pelo Partido Nazi e que ocorreu durante o Terceiro Reich e nos territórios ocupados pelos alemães durante a guerra. Dos nove milhões de judeus que residiam na Europa antes do Holocausto, cerca de dois terços foram mortos; mais de um milhão de crianças, dois milhões de mulheres e três milhões de homens judeus morreram durante esse período.

Apesar de ainda haver discussão sobre o uso e abrangência do termo "Holocausto" (ver abaixo), o genocídio nazi contra os judeus foi parte de um conjunto mais amplo de atos de opressão e de assassinatos em massa agregados cometidos pelo governo nazi contra vários grupos étnicos, políticos e sociais na Europa. Entre as principais vítimas não-judias do genocídio estão ciganos, comunistas, homossexuais, prisioneiros de guerra Russos, Testemunhas de Jeová e deficientes físicos e mentais.

Segundo estimativas recentes baseadas em números obtidos desde a queda da União Soviética em 1989, um total de cerca de onze milhões de civis (principalmente eslavos) e prisioneiros de guerra foram intencionalmente mortos pelo regime nazi.

Uma rede de mais de quarenta mil instalações na Alemanha e nos territórios ocupados pelos nazi foi utilizada para concentrar, manter, explorar e matar judeus e outras vítimas. A perseguição e o genocídio foram realizados em etapas. Várias leis para excluir os judeus da sociedade civil — com maior destaque para as Leis de Nuremberg de 1935 — foram decretadas na Alemanha antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial na Europa.

Há 71 anos, em 27 de janeiro de 1945, o Exército Vermelho libertou Auschwitz, o maior e mais terrível campo de extermínio dos nazis. Nas suas câmaras de gás e crematórios foram mortas pelo menos um milhão de pessoas.

Relembrar para que nunca mais aconteça..





Origem: Wikipédia


quarta-feira, 20 de julho de 2016

Efeméride de 20 de Julho – Morte de Calouste Gulbenkian

Efeméride de 20 de Julho – Morte de Calouste Gulbenkian
A 20 de Julho de 1955, em Lisboa, morre Calouste Gulbenkian
Calouste Sarkis Gulbenkian, de origem Arménia,  nasceu em Istambul, Turquia a  23 de Março de 1869 — e morreu em Lisboa, a 20 de Julho de 1955.
Engenheiro e empresário arménio otomano naturalizado britânico  (1902), activo no sector do petróleo e um dos pioneiros no desenvolvimento desse sector no Médio Oriente.  Foi também um mecenas, tendo dado um grande contributo para o fomento da cultura em Portugal. A sua herança esteve na origem da constituição da Fundação Calouste Gulbenkian.
Nasceu numa família de abastados comerciantes arménios de Istambul. O seu pai importava querosene da Rússia.
Estudou em Londres, no King's College, onde obteve o diploma de Engenharia (1887).
Negociador hábil e esclarecido, perito financeiro de grande categoria, Gulbenkian negociou contratos de exploração petrolífera com os grandes empresários internacionais e as autoridades otomanas, fomentando a exploração racional e organizada desta fonte de energia emergente. A indústria internacional dos petróleos começava a tomar forma no fim do século XIX. Gulbenkian organizou o grupo Royal Dutch, serviu de ligação entre as indústrias americanas e russas e deu o primeiro impulso à indústria na região do Golfo Pérsico.
Durante a Primeira Guerra Mundial sugeriu em França a criação de um gabinete para controlo do petróleo, o Comité Générale du Pétrole, chefiado por Henri Bérenger. Ao serviço deste comité, obteve êxito para um seu plano: pelo Tratado de San Remo (1920), a França ganhou à Grã-Bretanha o direito a administrar os interesses do Deutsche Bank na companhia de petróleo turca (os ingleses faziam-no desde 1915).
Em 1928, desempenhou papel fulcral nas negociações multipartidas entre grandes empresas internacionais para a divisão da então Turkish Petroleum Co., Ltd. (hoje a Iraq Petroleum Co., Ltd.) entre a Anglo-Persian Oil Co. (hoje a BP), a Royal Dutch Shell Group, a Companhia Francesa de Petróleos e a Near East Development Corp. (metade da Standard Oil e metade da Socony Mobil Oil). A cada uma coube 23,75% do capital e, a Calouste Gulbenkian, 5%. Este facto originou que Gulbenkian ficasse conhecido na indústria do petróleo como "o Senhor Cinco por Cento". A riqueza que acumulou permitiu-lhe satisfazer a paixão pelas obras de arte.
A 28 de Fevereiro de 1950 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.
Morre em Lisboa no dia 20 de Julho de 1955.


terça-feira, 19 de julho de 2016

Efeméride de 19 de Julho – Morte de Cesário Verde

Efeméride de 19 de Julho – Morte de Cesário Verde

A 19 de Julho de 1886, morre, em Lisboa, o poeta português José Joaquim Cesário Verde.
Filho do lavrador e comerciante José Anastácio Verde e de sua mulher Maria da Piedade David dos Santos, aos 18 anos de idade Cesário matriculou-se no Curso Superior de Letras, mas apenas o frequentou alguns meses. Ali conheceu Silva Pinto, que ficou seu amigo para o resto da vida. Dividia-se entre a produção de poesias publicadas em jornais, destacando-se o semanário Branco e Negro  (1896-1898) e as revistas O Occidente  (1878-1915) e Renascença  (1878-1879?), e as actividades de comerciante herdadas do pai.
Em 1877 começou a ter sintomas de tuberculose, doença que já lhe tirara o irmão e a irmã. Estas mortes inspiraram contudo um de seus principais poemas,  Nós  (1884).
Tenta curar-se da tuberculose mas, sem sucesso, vem a falecer no dia 19 de Julho de 1886. No ano seguinte Silva Pinto organiza O Livro de Cesário Verde, compilação da sua poesia publicada em 1901.
Em 1933 a Câmara Municipal de Lisboa homenageou o poeta dando o seu nome a uma rua na Penha de França.
No seu estilo delicado, Cesário empregou técnicas impressionistas, com extrema sensibilidade ao retratar a Cidade e o Campo, que são os seus cenários predilectos. Evitou o lirismo tradicional, expressando-se de uma forma mais natural.

Algumas obras de Cesário Verde:
O Livro de Cesário Verde – Obra completa – Poemas Reunidos – O Pequeno Livro
A Débil  - A Forca - Ao Diário Ilustrado - Ao Gáz – Arrojos - Ave-Marias - Cadências tristes
Cinismos – Contrariedades – Cristalizações - De tarde - De Verão – Desastre –
Deslumbramentos - Em Petiz - Eu e ela - Eu, que sou feio… - Explêndida
Flores Velhas – Frígida – Heroísmos - Horas Mortas – Humilhações - Impossível
Ironias do Desgosto


segunda-feira, 18 de julho de 2016

Efeméride de 18 de Julho – Nascimento de Nelson Mandela

Efeméride de 18 de Julho – Nascimento de Nelson Mandela
Nelson Rolihlahla Mandela (Mvezo, 18 de Julho de 1918  Joanesburgo, 5 de Dezembro de 2013) foi um advogado, líder rebelde e presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, vencedor do Prémio Nobel da Paz de 1993, e pai da moderna nação sul-africana, onde é normalmente referido como Madiba (nome do seu clã) ou Tata ('Pai').
Nascido numa família de nobreza tribal, numa pequena aldeia do interior onde possivelmente viria a ocupar um cargo de chefia, recusou esse destino aos 23 anos ao seguir para a capital, Joanesburgo, e iniciar sua actuação política.  Passando do interior rural para uma vida rebelde na faculdade, transformou-se num jovem advogado na capital e líder da resistência não-violenta da juventude, acabando como réu em um infame julgamento por traição. Foragido, tornou-se depois o prisioneiro mais famoso do mundo e, finalmente, o político mais galardoado em vida, responsável pela refundação do seu país, como uma sociedade multiétnica.
Mandela passou 27 anos na prisão - inicialmente em Robben Island e, mais tarde, nas prisões de Pollsmoor e Victor Verster. Depois de uma campanha internacional, foi libertado em 1990, quando recrudescia a guerra civil no país. Em Dezembro de 2013, foi revelado pelo The New York Times que a CIA foi a força decisiva para a prisão de Mandela em 1962, quando agentes americanos foram empregues no auxílio às forças de segurança da África do Sul para o localizar.  Até 2009, havia dedicado 67 anos de sua vida à causa que defendeu como advogado dos direitos humanos e pela qual se tornou prisioneiro de um regime de segregação racial, até ser eleito o primeiro presidente da África do Sul livre. Em sua homenagem, a Organização das Nações Unidas instituiu o Dia Internacional Nelson Mandela no dia de seu nascimento, 18 de Julho, como forma de valorizar em todo o mundo a luta pela liberdade, pela justiça e pela democracia.
Mandela foi uma figura controversa durante grande parte da sua vida. Denunciado como sendo um terrorista e comunista pelos seus críticos, acabou sendo aclamado internacionalmente por seu activismo e recebeu mais de 250 prémios e condecorações, incluindo o Nobel da Paz em 1993, Presidential Medal of Freedom dos Estados Unidos e a Ordem de Lenin da União Soviética.
Na sua vida privada, enfrentou vários dramas pessoais mas permaneceu fiel ao dever de conduzir seu povo à liberdade. Foi o mais poderoso símbolo da luta contra o regime segregacionista do Apartheid, sistema racista oficializado em 1948, e modelo mundial de resistência. No dizer de Ali Abdessalam Treki, Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, "um dos maiores líderes morais e políticos de nosso tempo".