Nesse dia,
mais de 1 milhão de militares invadiram território francês, ocupado pelas tropas
nazis, numa operação coordena utilizando meios navais e aéreos.
O desembarque
tão esperado acontece ao alvorecer de 6 de Junho de 1944 no litoral normando,
com a surpresa tática mais perfeita. Na noite de 5 para 6 de Junho, 6,5 mil
embarcações de todos os tipos, formando 75 comboios, atravessam a Mancha
enquanto a aviação aliada despista os sistemas de alerta, destrói os postos de
comando ou efetua ataques de despistagem. Aviação e artilharia da marinha
cobrem o desembarque da 3ª divisão britânica, da 3ª divisão canadiana, da 51ª britânica
e das 1ª e 4ª divisões americanas nas praias Sword, Juno, Gold, Omaha e Utah.
Na noite anterior, três divisões aerotransportadas, a 6ª britânica e a 82ª e 101ª
americana, foram largadas a leste de Sword e a oeste de Utah.
Além dos
Estados Unidos e da Grã-Bretanha, doze países Aliados enviaram unidades militares
para participar na invasão, entre eles Austrália, Canadá, Bélgica, França,
Grécia, Nova Zelândia e Noruega. A operação era complexa, pois não só era
necessário atravessar os 160 km do Canal da Mancha que separavam a Inglaterra da
França, algo que desde o século XVII não era feito por um exército invasor, mas
cruzar a chamada Muralha do Atlântico, isto é, um conjunto de fortificações
construído pelos alemães entre 1942 e 1944 que abrangia também a parte francesa
do Canal da Mancha.
Um dos
elementos que mais contribuiu para o êxito da operação levada a cabo pelos
Aliados foi o factor surpresa e incerteza que foi possível manter até o fim. Os
alemães conheciam a intenção das tropas aliadas de entrar em França pelo
litoral, a partir do Canal da Mancha. No entanto, o serviço de informações
nazis nunca conseguiu informações fidedignas quanto à data e local em que se
daria o desembarque.
As informações
que circulavam indicavam como local provável de desembarque Pas-de-Calais, mas
os Aliados, sob o comando do general Americano Dwight D. Eisenhower[i], tiveram como destino
Caen, a mais de 300 km de distância.
Hitler,
convencido de que a operação na Normandia é apenas uma preliminar ao desembarque
principal esperado no Pas-de-Calais, mantém o 15º Exército ao norte do
Sena e hesita em colocar as reservas blindadas à disposição do 7º Exército
colocado na primeira linha. Além disso, Rundstedt e Rommel desentendem-se quanto
à estratégia a adotar: defesa em profundidade ou defesa junto à costa. Dessas
divergências resulta uma flutuação no comando. Os reforços chegam de maneira
fragmentada, e uma parte das forças blindadas alemãs é desperdiçada em
contra-ataques desordenados.
Por ar, foram utilizadas
mais de 11.000 aeronaves, entre aviões bombardeiros e de transporte de
paraquedistas. Ao fim daquele dia 6 de Junho, mais de 9.000 militares aliados tinham
sido mortos ou feridos, mas outros 100.000 haviam desembarcado e tomado de
assalto a região costeira. Em apenas 5 dias, os militares em território francês
já eram mais de 320.000.
Os números são
proporcionais à magnitude da operação: cerca de 425.000 militares aliados e
alemães foram mortos, feridos ou desapareceram durante a batalha. Cerca de
200.000 homens foram capturados e feitos prisioneiros pelos Aliados, que
abasteceram os campos de prisioneiros a uma taxa de 30.000 homens por mês do
Dia D até o Natal de 1944. Estima-se que entre 15.000 e 20.000 civis franceses
tenham sido mortos durante a Batalha. Em Julho de 1944, cerca de um milhão de militares
aliados, principalmente Americanos, Britânicos e Canadianos, estavam
entrincheirados na Normandia.
A ocupação da
Normandia foi crucial para os Países Aliados. A derrota nazi, que já havia
começado no leste em 2 de Fevereiro de 1943 com a vitória soviética na Batalha
de Stalingrado, aproximava-se também na frente ocidental.
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