Em reação às
ações dos países ocidentais na reconstrução da Alemanha, os soviéticos
decretaram em 1948 o Bloqueio de Berlim, impedindo o envio de mantimentos e
outros materiais necessários à vida normal na cidade
Quando os
aliados venceram a 2ª Guerra Mundial, em 1945, a Alemanha, livre dos nazis, foi
repartida em quatro zonas administrativas - controladas pela União Soviética,
Estados Unidos, Reino Unido e França.
A capital
alemã, Berlim, apesar de estar geograficamente localizada no que então era a
zona soviética, também foi subdividida em quatro áreas, o que criou um núcleo
capitalista (o território de americanos, franceses e ingleses) no meio do
território sob controlo soviético.
Como o regime
de Moscovo não queria ter uma amostra do capitalismo na área por si dominada e
em represália à determinação dos Aliados em introduzir o marco alemão como
unidade monetária também em Berlim Ocidental, Estaline resolveu fechar o
acesso terrestre a essa zona da cidade, o que iria paralisar toda a indústria,
e na opinião de Estaline, obrigaria a cidade a aceitar ajuda soviética mais
cedo ou mais tarde. Assim, a 24 de Junho de 1948, Estaline decretou o Bloqueio
de Berlim, Americanos e Britânicos decidiram então criar uma ponte aérea para
abastecer a cidade. Berlim é abastecida via aérea durante os 321 dias do cerco.
Durante 10
meses, dois milhões de toneladas de bens essenciais foram levados de avião para
Berlim. A solução encontrada pelo Ocidente para fazer face ao Bloqueio, levou
Estaline a suspender o mesmo a 12 de Maio de 1949.
A ponte aérea
para Berlim ficou conhecida como Operação Vittles.
Na verdade em
1947, os EUA lançaram o Plano Marshall, que consistia no investimento de enormes
quantias de dinheiro nos países da Europa Ocidental, com o objetivo de
reconstruir económica e socialmente esses países. Os principais beneficiados
pelos investimentos foram a Inglaterra, a França, a Itália e a Alemanha.
Do
lado soviético, a URSS lançou o Cominform e o Comecom. O Cominform, também
conhecido como Comunismo Internacional Revolucionário, instituído em 1947,
tinha por objetivo a coordenação das ações dos países ditos comunistas do Leste
Europeu. O Comecom, ou Conselho de Assistência Econômica Mútua, cumpria uma
função de iniciar a integração econômica entre os países da esfera de
influência da URSS.
Do lado
ocidental, essas medidas resultaram na uniformização monetária e administrativa
dos territórios alemães sob o controle dos EUA, França e Inglaterra. A
uniformização contrariava as decisões realizadas nas conferências de paz ao
final da II Guerra Mundial, principalmente as de Yalta e de Potsdam.
Essa medida
tornou a Alemanha o cenário do aumento da tensão entre os dois polos da Guerra
Fria. A reação da URSS foi cortar todas as vias de comunicação com a cidade de
Berlim, pressionando os ocidentais. O Bloqueio de Berlim foi possível em
virtude de a cidade estar localizada na parte soviética da Alemanha.
A reação dos
países ocidentais foi a implantação de uma ponte aérea, como já foi acima referido,
para que a parte ocidental da cidade fosse abastecida. Essa situação trouxe
novamente a iminência de um novo conflito armado na Europa. Porém, em 1949, o
bloqueio foi suspenso, formando ainda nesse ano dois novos países: A República
Federal da Alemanha (RFA), ou Alemanha Ocidental, e a República Democrática
Alemã, ou Alemanha Oriental.
A capital da
Alemanha Ocidental passou a ser a cidade de Bonn, e a capital da Alemanha
Oriental continuou a ser Berlim, mas apenas sua parte oriental. Entretanto, em
razão de Berlim ainda estar dividida entre as potências militares, os
governantes da Alemanha Oriental decidiram construir o Muro de Berlim, em 1961,
separando fisicamente as duas regiões da cidade, tornando ainda o muro o
principal símbolo da Guerra Fria.
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