terça-feira, 2 de maio de 2017

A 2 de Maio de 1982 — Guerra das Malvinas


A 2 de Maio de 1982 — Guerra das Malvinas: o submarino nuclear britânico HMS Conqueror[i] afunda o cruzador argentino ARA General Belgrano[ii].
O afundamento do cruzador General Belgrano ocorreu a 2 de Maio de 1982, em consequência do ataque do submarino nuclear britânico HMS Conqueror, durante o conflito conhecido como a Guerra das Malvinas (Guerra das Falklands, para os anglófonos). O afundamento do Belgrano provocou a morte de 323 membros da sua guarnição, praticamente metade de todas as baixas argentinas durante o conflito, e uma forte polémica, visto que o ataque ocorreu fora da zona de exclusão estabelecida pelo governo britânico em torno das ilhas. No Reino Unido há quem considere que a ação foi levada a cabo com o objetivo de inviabilizar as conversações de paz e aumentar a popularidade da primeira-ministra Margaret Thatcher junto da opinião pública britânica, enquanto que na Argentina muitos consideram o afundamento do cruzador um crime de guerra. Independentemente da controvérsia em torno do afundamento, do ponto de vista militar ele cumpriu o seu objetivo, pois assegurou a superioridade naval dos britânicos, decisiva para o desfecho do conflito.

O afundamento do Belgrano é o único caso de um navio de guerra torpedeado e afundado em ação por um submarino nuclear, e um dos dois únicos casos de um navio de guerra afundado por qualquer tipo de submarino desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Mas para aqueles menos atentos a estes assuntos vamos ver o que foi a guerra da Malvinas.

A Guerra das Malvinas foi um conflito militar entre Argentina e Reino Unido, ocorrido entre 2 de Abril e 14 de Junho de 1982.
Causas

Em 2 de Abril de 1982, as forças armadas da Argentina invadiram as Ilhas Malvinas (Ilhas Falklands para os britânicos), situadas a 464 km da costa argentina. O arquipélago, embora pouco habitado, tem uma posição geográfica estratégica.
Os britânicos colonizaram e dominaram o arquipélago desde 1833. Em 1982, a Argentina alegou que as Ilhas Malvinas deveriam ser incorporadas ao território da Argentina, pois com a independência em 1822, teriam direito ao território que antes pertencia à Espanha.

Havia também uma questão política envolvida no caso. Em 1982, a Argentina era uma ditadura, governada pelo presidente Galtiere. Com pouca popularidade, a guerra seria uma forma de unir a opinião pública do país contra um inimigo externo e dar fôlego ao governo. Por outro lado, o Reino Unido era governado por Margareth Thatcher que também enfrentava um período de baixa popularidade e usou a guerra como arma política interna, reagindo prontamente.
Desenvolvimento e acontecimentos importantes:

Em 2 de Abril de 1982 a Argentina ocupou a capital do arquipélago, Port Stanley, rebatizando-o de Puerto Argentino. O Reino Unido tentou resolver de forma pacífica, exigindo a saída imediata das tropas argentinas da região. Porém, com a recusa argentina, os britânicos enviaram forças militares prontas para o combate para o arquipélago.
No final de Abril de 1982, uma força naval composta por cerca de 100 navios e 27 mil soldados britânicos chegaram às ilhas.

Embora tivessem a vantagem da proximidade territorial, os argentinos não conseguiram fazer frente à poderosa e bem treinada força militar britânica, naval, aérea e terrestre, assim como á sua à superioridade bélica. Enquanto os britânicos combateram com 100 navios de guerra, os argentinos tinham apenas 40. Os britânicos também contavam com aviões de guerra de última geração.
Com ampla superioridade militar, o Reino Unido saiu vencedor da guerra e manteve o controlo das Ilhas Malvinas. O governo trabalhista de Thatcher ganhou força e ela conseguiu se reeleger primeira-ministra. Já a Argentina entrou em profunda crise econômica e política, teve o presidente Galtiere deposto e deu início ao processo de redemocratização do país.

Durante todo conflito, que durou 75 dias, 258 britânicos e 649 argentinos morreram.
A pós o final da guerra as relações diplomáticas entre britânicos e argentinos ficaram suspensas e só foram reatadas em 1990. Mesmo assim, ainda existe um clima pouco amigável entre as duas nações.
Em fevereiro de 2012, 30 anos após o conflito, o governo argentino solicitou a reabertura do caso para negociações. O governo britânico recusou prontamente, causando novamente um mal-estar nas relações diplomáticas entre os dois países.



[i] O HMS Conqueror (S48) foi um submarino nuclear da Marinha Real Britânica, da Classe Churchill. Construído pelo estaleiro "Cammell Laird" em Birkenhead. Foi lançado ao mar em 18 de Agosto de 1969 e esteve em operações entre 1971 e 1990.
É o único submarino nuclear a ter afundando um outro navio em ação. O submarino, comandado na época por Christopher Wreford-Brown, afundou o cruzador ARA General Belgrano da Marinha da Argentina, com dois torpedos Mark-8 durante o conflito da Guerra das Malvinas.

[ii] O ARA General Belgrano foi um cruzador rápido da Armada Argentina afundado na Malvinas, vitimando 323 marinheiros. Construído nos estaleiros New York Shipbuilding Corporation para a Marinha dos Estados Unidos como USS Phoenix (CL-46), foi o sexto navio da classe de cruzadores ligeiros Brooklyn. Participou da Segunda Guerra Mundial. A embarcação foi abatida ao efectivo em Julho de 1946 e vendida em 17 de Outubro de 1951 para a Argentina, recebendo o nome de ARA 17 de Outubro. Posteriormente, teve sua designação alterada para General Belgrano (C-4) em homenagem ao General Manuel Belgrano, herói da Guerra da Independência da Argentina.
É o único navio afundado por um submarino nuclear em tempos de guerra.

1 comentário:

  1. O conflito das Malvinas foi uma guerra desigual. Afinal, apesar da inferioridade bélica dos argentinos, eles conseguiram fazer um estrago na esquadra naval inglesa.
    Foram bravos, seus pilotos, voando com aeronaves dos anos 60 conseguiram afundar vários navios argentinos.
    Quase ninguém sabe disso, pois a guerra é sempre contada pelos vencedores.

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