A 2 de Maio de
1982 — Guerra das Malvinas: o submarino nuclear britânico HMS Conqueror[i]
afunda o cruzador argentino ARA General Belgrano[ii].
O afundamento
do cruzador General Belgrano ocorreu a 2 de Maio de 1982, em consequência do
ataque do submarino nuclear britânico HMS Conqueror, durante o conflito
conhecido como a Guerra das Malvinas (Guerra das Falklands, para os
anglófonos). O afundamento do Belgrano provocou a morte de 323 membros da
sua guarnição, praticamente metade de todas as baixas argentinas durante o
conflito, e uma forte polémica, visto que o ataque ocorreu fora da zona de
exclusão estabelecida pelo governo britânico em torno das ilhas. No Reino Unido
há quem considere que a ação foi levada a cabo com o objetivo de inviabilizar
as conversações de paz e aumentar a popularidade da primeira-ministra Margaret
Thatcher junto da opinião pública britânica, enquanto que na Argentina muitos
consideram o afundamento do cruzador um crime de guerra. Independentemente da
controvérsia em torno do afundamento, do ponto de vista militar ele cumpriu o
seu objetivo, pois assegurou a superioridade naval dos britânicos, decisiva
para o desfecho do conflito.
O afundamento
do Belgrano é o único caso de um navio de guerra torpedeado e afundado em ação
por um submarino nuclear, e um dos dois únicos casos de um navio de guerra
afundado por qualquer tipo de submarino desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Mas para
aqueles menos atentos a estes assuntos vamos ver o que foi a guerra da
Malvinas.
A Guerra das
Malvinas foi um conflito militar entre Argentina e Reino Unido, ocorrido entre
2 de Abril e 14 de Junho de 1982.
Causas
Em 2 de Abril
de 1982, as forças armadas da Argentina invadiram as Ilhas Malvinas (Ilhas
Falklands para os britânicos), situadas a 464 km da costa argentina. O
arquipélago, embora pouco habitado, tem uma posição geográfica estratégica.
Os britânicos
colonizaram e dominaram o arquipélago desde 1833. Em 1982, a Argentina alegou
que as Ilhas Malvinas deveriam ser incorporadas ao território da Argentina,
pois com a independência em 1822, teriam direito ao território que antes
pertencia à Espanha.
Havia também
uma questão política envolvida no caso. Em 1982, a Argentina era uma ditadura,
governada pelo presidente Galtiere. Com pouca popularidade, a guerra seria uma
forma de unir a opinião pública do país contra um inimigo externo e dar fôlego
ao governo. Por outro lado, o Reino Unido era governado por Margareth Thatcher
que também enfrentava um período de baixa popularidade e usou a guerra como
arma política interna, reagindo prontamente.
Desenvolvimento
e acontecimentos importantes:
Em 2 de Abril
de 1982 a Argentina ocupou a capital do arquipélago, Port Stanley, rebatizando-o
de Puerto Argentino. O Reino Unido tentou resolver de forma pacífica, exigindo
a saída imediata das tropas argentinas da região. Porém, com a recusa
argentina, os britânicos enviaram forças militares prontas para o combate para
o arquipélago.
No final de Abril
de 1982, uma força naval composta por cerca de 100 navios e 27 mil soldados
britânicos chegaram às ilhas.
Embora
tivessem a vantagem da proximidade territorial, os argentinos não conseguiram
fazer frente à poderosa e bem treinada força militar britânica, naval, aérea e
terrestre, assim como á sua à superioridade bélica. Enquanto os britânicos
combateram com 100 navios de guerra, os argentinos tinham apenas 40. Os
britânicos também contavam com aviões de guerra de última geração.
Com ampla
superioridade militar, o Reino Unido saiu vencedor da guerra e manteve o controlo
das Ilhas Malvinas. O governo trabalhista de Thatcher ganhou força e ela
conseguiu se reeleger primeira-ministra. Já a Argentina entrou em profunda
crise econômica e política, teve o presidente Galtiere deposto e deu início ao
processo de redemocratização do país.
Durante todo
conflito, que durou 75 dias, 258 britânicos e 649 argentinos morreram.
A pós o final
da guerra as relações diplomáticas entre britânicos e argentinos ficaram
suspensas e só foram reatadas em 1990. Mesmo assim, ainda existe um clima pouco
amigável entre as duas nações.
Em fevereiro
de 2012, 30 anos após o conflito, o governo argentino solicitou a reabertura do
caso para negociações. O governo britânico recusou prontamente, causando
novamente um mal-estar nas relações diplomáticas entre os dois países.
[i]
O HMS Conqueror (S48) foi um submarino nuclear da
Marinha Real Britânica, da Classe Churchill. Construído pelo estaleiro
"Cammell Laird" em Birkenhead. Foi lançado ao mar em 18 de Agosto de 1969
e esteve em operações entre 1971 e 1990.
É o único submarino nuclear a ter afundando um outro
navio em ação. O submarino, comandado na época por Christopher Wreford-Brown,
afundou o cruzador ARA General Belgrano da Marinha da Argentina, com dois
torpedos Mark-8 durante o conflito da Guerra das Malvinas.
[ii]
O ARA General Belgrano foi um cruzador rápido da Armada
Argentina afundado na Malvinas, vitimando 323 marinheiros. Construído nos estaleiros
New York Shipbuilding Corporation para a Marinha dos Estados Unidos como USS Phoenix
(CL-46), foi o sexto navio da classe de cruzadores ligeiros Brooklyn.
Participou da Segunda Guerra Mundial. A embarcação foi abatida ao efectivo em Julho
de 1946 e vendida em 17 de Outubro de 1951 para a Argentina, recebendo o nome
de ARA 17 de Outubro. Posteriormente, teve sua designação alterada para General
Belgrano (C-4) em homenagem ao General Manuel Belgrano, herói da Guerra da
Independência da Argentina.
É o único navio afundado por um submarino nuclear em
tempos de guerra.
O conflito das Malvinas foi uma guerra desigual. Afinal, apesar da inferioridade bélica dos argentinos, eles conseguiram fazer um estrago na esquadra naval inglesa.
ResponderEliminarForam bravos, seus pilotos, voando com aeronaves dos anos 60 conseguiram afundar vários navios argentinos.
Quase ninguém sabe disso, pois a guerra é sempre contada pelos vencedores.