Viagem à Terra Santa

O objectivo desta página é dar algum contributo a quem pretender desenvolver os seus conhecimentos ou visitar Israel, principalmente nas áreas designadas como Terra Santa. Para tal tentarei publicar, ao longo das próximas semanas, pequenos textos acompanhados de imagens de todos os locais visitados. Estes textos serão acompanhados de imagens actuais.

A viagem teve a duração de 8 dias e como objectivo a visita, acompanhada com guia local, a todos os locais Bíblicos, relevantes para as três religiões monoteístas, Judaica, Cristã e Muçulmana.

Para quem não esteja bem familiarizado com a região publicarei proximamente um texto com a História dos povos que nos últimos 4000 anos contribuíram de forma decisiva para a criação e desenvolvimento das três principais religiões Abraâmicas hoje seguidas por mais de 3,6 Bilhões de pessoas.

Para melhor compreensão do percurso sinalizei todos os locais visitados.

Para entendermos o presente nada melhor do que conhecer o passado. É com  esse objectivo, conhecer o passado,  que começo hoje a publicar pequenos excertos da história do Médio Oriente. 


Rio Jordão, Mar Morto e ruínas de Qumran (Manuscritos do Mar Morto)
Após visitarmos Jericó e o Monte das Tentações seguimos para o célebre Mar Morto, onde em 1947, foram encontrados vários manuscritos que muito vieram contribuir para melhor entender a história da zona assim como do próprio cristianismo
O rio Jordão é um rio de grande importância religiosa que se situa na Palestina, formando o talvegue do Vale do Jordão, a fronteira natural entre Israel e a Jordânia. Jordão significa aquele que desce ou também lugar onde se desce (bebedouro). O rio desagua no mar Morto.
As suas margens, em especial no troço de montante que transporta água doce, são muito aproveitadas para a agricultura, tanto do lado de Israel como do lado da Jordânia.
Nasce na encosta do monte Hérmon, atravessa os lago Hulé e segue depois até ao mar da Galileia, para desaguar no mar Morto.
O rio tem profundidade máxima de 5,20 metros e largura máxima de 18,30 metros e 190 Km de comprimento. Na maior parte de seu curso o rio encontra-se abaixo do nível do mar, chegando a 390 metros abaixo deste nível ao desembocar no Mar Morto.

A característica principal do rio Jordão é o seu progressivo aumento de salinidade à medida que avança para o mar Morto. De facto, chega doce ao Lago de Tiberíade mas saliniza a partir daí até chegar ao mar Morto que chega a ser 25% mais salino que o Grande Lago Salgado, nos Estados Unidos. A salinidade dos mares é, em média, de 3,5%, isto é, 35 partes por mil. Logo, a salinidade do mar Morto é perto de dez vezes maior que a média dos oceanos.
Atualmente o Vale do Jordão constitui um significativo trecho da fronteira Israel-Jordânia. No seu trecho final, este rio corre entre margens desérticas.

O povo de Israel atravessou o rio a seco segundo o Livro de Josué (cap.3) (vs.17), da Bíblia Hebraica. Também foi atravessado a seco por Elias e Eliseu.
Por intermédio de Eliseu, segundo a Bíblia Hebraica, houve dois milagres no Jordão: a cura de Naamã por ter mergulhado sete vezes no rio; e fez flutuar o ferro de um machado (II Reis 5:14 e II Reis 6:6).

De acordo com os Evangelhos, João Batista desenvolveu a sua pregação nas proximidades do Jordão, onde Jesus foi por si batizado e não terá sido longe daí que decorreu o período das suas tentações (Monte das tentações, junto a Jericó).
Hoje em dia é uma das maiores fontes de água de Israel.

Como acima foi referido o Jordão vai desaguar no Mar Morto.
Mar Morto - Localização e informações geográficas 

O Mar Morto, também conhecido como lago Asfaltite, situa-se na região interior da Palestina, banhando a Jordânia, Israel e Cisjordânia. É alimentado pelo rio Jordão. Do ponto de vista climático e geográfico, esta região apresenta clima subtropical e semiárido, com verões de altas temperaturas e muito seco. A região é praticamente desértica.
Na verdade, o Mar Morto é um lago de formato estreito e alongado, possuindo 82 quilómetros de comprimento e 18 quilómetros de largura. Encontra-se a 392 metros abaixo do nível do Mar Mediterrâneo e 417 metros sob o nível do mar (é o ponto mais baixo do planeta Terra).

A característica marcante deste lago é a alta concentração de sal em suas águas (cerca de 300 gramas de sais para cada litro de água 33%). A quantidade considerada normal para os oceanos é de 30 gramas para cada litro de água 3%.
Esta característica impossibilita o desenvolvimento de peixes ou qualquer outra forma de vida. Os peixes, que chegam pelo rio Jordão, morrem instantaneamente ao entrarem no lago. Daí a sua designação de Mar Morto. 

 Mais curiosidades sobre o Mar Morto:
As águas do Mar Morto são relativamente ricas em minerais, tais como: potássio, bromo, cálcio e magnésio.

 Em 1947, beduínos encontraram, cerca de três mil fragmentos, datados de cerca de 2 mil anos, no Deserto da Judeia, na zona de Qumran. Estes documentos históricos, que ficaram conhecidos como Manuscritos do Mar Morto, apresentam informações importantes sobre o Novo Testamento da Bíblia.
Qumran, Khirbet Qumran, “ruína da mancha cinzenta”, é um sítio arqueológico localizado em Israel, na Cisjordânia, a cerca de 2 Km da margem noroeste do Mar Morto, a 12 km de Jericó e a cerca de 22 Km a leste de Jerusalém, em Israel.

Situado na fissura do Mar Morto entre dois barrancos profundos, numa área onde atividades tectônicas são frequentes e a precipitação média anual é muito baixa.
O meio ambiente atual é árduo e difícil para o cultivo; mas foi precisamente o clima árido e a inacessibilidade do local que contribuiu significativamente para preservação de estruturas e de materiais arqueológicos encontrados na região.

Nessa região há aproximadamente 330 dias de sol por ano e praticamente não chove. O ar é tão seco e quente que a água das evaporações é seca imediatamente no ar, criando uma névoa e resultando num intenso cheiro a enxofre.

Qumran tornou-se célebre em 1947 com a descoberta de manuscritos antigos que ficaram conhecidos como os Manuscritos do Mar Morto.
Os primeiros manuscritos foram encontrados numa caverna nas margens do Mar Morto por um jovem beduíno que cuidava de um rebanho de ovelhas. A notícia do achado espalhou-se rapidamente após a venda e aquisição dos primeiros manuscritos. De imediato a comunidade científica interessou-se pelo achado.
Nestas grutas, foram encontrados os famosos Manuscritos do Mar Morto. Este achado, foi considerado como um dos maiores da arqueologia do século passado. Trata-se do local, onde viveram até ao ano 70 d.C., os Essénios, antiga seita judaica, que alguns historiadores defendem ter alguma relação com Jesus, que tiveram aquando da invasão dos romanos, de salvaguardar, os escritas em rolos de pergaminho, e que continham manuscritos, das Sagradas Escrituras, redigidos em antiga hebraico e em grego aramaico, protegendo-os, em jarros de argila numas grutas, até à sua descoberta em finais dos anos 1940. A maior parte dos rolos encontram-se no Mu­seu do Livro em Jerusalém. O maior rolo tem cerca de 7 metros de comprimento, e é o manuscrito do Livro do Profeta Isaías.






Jericó e Monte das Tentações

No seguimento da nossa viagem pela terra Santa e a partir de Nazaré chegamos a Jericó

Jericó e Monte das Tentações
 
Jericó encontra-se situada num amplo e espaçoso vale, próximo do Mar Morto e das Montanhas de Moab na Transjordania, onde se situa o Monte Nebo. Jericó fai tambem conhecida como a "Cidade das Palmeiras", devido ao seu palmeiral, que em conjunto com as plantações de balsamo davam ao lugar um odor muito espe­cial, dai deriva o seu nome, pois em hebreu Jericó significa odor. Quando nos referimos a Jericó, temos de ter em conta de que esta terra tem o seu lugar pre­sente na historia do Medio Oriente, ao longo da historia. As primeiras referencias que temos são da Jericó neolítica, com cerca de 9000 anos, sendo considerada a segunda cidade mais velha do planeta, a primeira será possivelmente Damasco na Síria. São visiveis as ruinas que se observam do seu famoso "tell", urn autentico laboratoria para os arqueólogos.
 
Jericó é uma antiga cidade bíblica da Palestina, situada às margens do rio Jordão, encrustada na parte inferior da costa que conduz à serra de Judá, a uns 8 quilômetros da costa setentrional da parte seca do Mar Morto  (a quase 240 m abaixo do nível do Mar Mediterrâneo) e aproximadamente a 27 km de Jerusalém. Foi uma importante cidade no vale do Jordão (Dt. 34:1, 3), na costa ocidental do rio Jordão.

Estima-se que os primeiros habitantes chegaram a Jericó, na Cisjordânia, entre 9600 e 9000 a.C. A cidade, situada às margens do Rio Jordão, foi povoada e despovoada muitas vezes ao longo da sua História. Também passou por muitos domínios: Império Otomano, Reino Unido e Jordânia. Hoje, Jericó tem uma população de aproximadamente 20 mil habitantes e desde 1994 é administrada pela Autoridade Nacional Palestina.
A segunda Jerico que nos relata a história, tem a ver com Josué, quando a man­do de Moisés, entrou na Terra Prometida e conquistou a cidade, há cerca de 3400 anos. Ela é conhecida na Tradição judaico-cristã como o lugar do retorno dos israelitas da escravidão no Egito, liderados por Josué, o sucessor de Moisés. A Ultima grande referência, é nos relatada pelo Novo Testamento e refere-se a vida de Jesus, a tentação de Jesus: Mt 4,11; Jesus cura Bartimeu: Lc 18,35-43; Jesus e Zaqueu em Jericó Lc 19,1-10.

Como já foi dito, Jericó disputa com Damasco o título de cidade mais antiga do planeta, com aproximadamente 10.000 anos. Foi a primeira cidade conquistada pelos Israelitas que regressaram a Israel sob o comando de Josué. Foi também importante para os profetas lias e Eliseu.
Visite a Igreja de São Eliseu na própria Jericó e o Mosteiro Grego-Ortodoxo da Tentação que repousa sobre os penhascos do Monte Quarantania.

A Tentação de Cristo é um episódio da vida de Jesus relatado nos evangelhos sinóticos (Mateus 4:1-11, Marcos 1:12,13 e Lucas 4:1-13) no qual, após ter sido batizado por João Batista, Jesus jejuou por quarenta dias e noites no deserto da Judeia. Durante este período, o diabo apareceu para tentá-Lo. Recusando todas as ofertas do diabo, ele partiu e anjos então vieram para trazer algum sustento para Jesus.
 
O relato no Evangelho de Marcos é muito breve, apenas notando a ocorrência do episódio. Mateus e Lucas descrevem as tentações relatando detalhes das conversas entre Jesus e o diabo. Uma vez que os elementos que estão narrativa de Mateus e Lucas e não estão em Marcos são maioritariamente pares de citações ao invés de uma narração detalhada, muitos acadêmicos acreditam que estes detalhes adicionais se originaram da chamada Fonte Q. É de se notar que este episódio não aparece no Evangelho de João.

Nos relatos de Lucas e de Mateus, a ordem das três tentações e o também a cronologia (durante e ao final do período da quaresma) diferem. Os três evangelistas deixam claro que o "o Espírito" guiou Jesus até o deserto, porém Marcos não provê mais detalhe algum, enquanto, segundo Mateus e Lucas, o diabo tenta Jesus a:

 Transformar pedras em pão para aliviar a sua fome.

Estando no pináculo do templo, que saltar para que os anjos o salvassem. O diabo cita Salmos 91:11-12 para mostrar que Deus havia prometido auxílio, embora ele implique que o trecho possa ser utilizado para justificar atos presunçosos, enquanto o salmo apenas promete que Deus irá libertar os que confiarem n'Ele e O seguirem.
 
Idolatrar o diabo em troca de todos os reinos do mundo. Lucas explicitamente alega que esta autoridade havia sido anteriormente dada ao próprio diabo.


Nazaré

Após o Monte Tabor, rumamos a Nazaré, terra natal dos pais de Jesus.

Nazaré
Caminhe pelas ruas e travessas de Nazaré, a cidade que foi a vila onde Jesus foi criado.
A Basílica da Anunciação contém a gruta onde, de acordo com a tradição, o anjo Gabriel apareceu para a Virgem Maria (Lucas:26-35). O Centro Internacional Maria de Nazaré próximo dali preserva os importantes e recentemente descobertos restos da moradia de uma família, datados do período do 1º século. Não longe dali, o chafariz na Fonte da Virgem Maria (O Poço de Maria) provavelmente marca o lugar onde Maria tirava água para a Família Sagrada.

Referências bíblicas
Poço de Maria - este santuário, celebrando a Virgem Maria, é um símbolo de Nazaré localizado numa antiga fonte.

De acordo com o Novo Testamento, Nazaré era a terra natal de José e Maria, e o local da Anunciação, quando Maria foi informada pelo arcanjo Gabriel que teria Jesus como seu filho. Nazaré é também o local onde Jesus passou parte de sua vida, desde quando voltou do Egito, algures na sua infância, até os seus 30 anos.
Em João 1:46, Natanael pergunta: "Pode algo de bom sair de Nazaré?" O sentido desta questão tem sido debatido. Alguns analistas sugerem que isto significaria apenas que Nazaré era muito pequena e pouco importante. Mas outros dizem que a questão não se refere ao tamanho de Nazaré e sim à sua "bondade".

Na verdade, Nazaré era vista com hostilidade pelos evangelistas, pois os habitantes da cidade não acreditavam em Jesus (vide Rejeição de Jesus em sua cidade) e «ele não poderia fazer sua obra poderosa lá» (Marcos 6:5). Em todos os evangelhos pode-se ler o famoso dito, "Um profeta só não é respeitado em seu próprio país, entre sua própria gente, e em seu próprio lar" (Mateus 13:57; Marcos 6:4; Lucas 4:24; João 4:44) Numa passagem, os nazarenos até mesmo tentam matar Jesus jogando-o de um penhasco (Lucas 4:29). Muitos acadêmicos, desde W. Wrede (em 1901) notaram que o assim-chamado "segredo messiânico", através do qual a verdadeira natureza e missão de Jesus passariam despercebidos por tantos, incluindo seu estreito círculo de discípulos (Marcos 8:27-33; cf. apenas aqueles para quem o Pai revelar Jesus serão salvos, João 6:65, João 17:6-9 etc.). Assim, a questão de Natanael está consistente com a visão negativa de Nazaré nos evangelhos canônicos e com o fato de que até mesmo os irmãos de Jesus não acreditavam nele (João 7:5).
A cidade de Nazareth , que era um pequeno vilarejo na época de Jesus, tem crescido bastante, devido à grande afluência de turistas para a visita aos locais sagrados da Anunciação, do Primeiro Milagre de Jesus e da Transfiguração no Monte Tabor. Atualmente a cidade conta com uma população em torno de 70.000 habitantes, a maior parte de árabes israelitas, onde cerca de 32% deles são cristãos. É a maior concentração de cristãos em Israel. a percentagem de cristãos em todo o Israel é de apenas 2%.

A igreja atual foi terminada em 1969, e é a quinta igreja construída no local onde o anjo Gabriel apareceu para Maria para anunciar o nascimento de Jesus. A igreja é construída em dois níveis. No primeiro nível preserva-se a Gruta Sagrada onde se deu a anunciação, e no segundo nível foi construída uma igreja nova que serve para as celebrações da comunidade cristã local. Em 1964, durante sua visita ao médio oriente, o Papa Paulo VI, fez a consagração da igreja.
O primeiro santuário foi provavelmente construído no meio do século IV, que compreende um altar na caverna na qual Maria viveu. Uma grande estrutura foi encomendada pelo imperador Constantino I, cuja sua mãe, Santa Helena,  visitou os locais sagrados da vida de Jesus e identificando os principais locais construiu igrejas e santuários para a preservação da memória.  

 "No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, numa virgem desposada com um homem que se chamava José da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. Entrando o anjo disse-lhe: "Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo."  Perturbou-se ela com estas palavras e pôs se a pensar o no que significaria semelhante saudação". Lucas 1, 26-29

Ao lado da igreja da Anunciação temos ainda a Igreja de São José construída sobre o local onde segundo a tradição funcionava a carpintaria. Essas duas igrejas estão sob custodia dos Franciscanos que mantém uma sede no local.
O seu nome em árabe significa «a guardia» e se no princípio tal denominação devia referir-se principal­mente à função estratégica que a aldeia tinha pela sua posição no topo duma colina da qual domina o Vale de Esdrelon, sucessivamente este nome soou como uma feliz alusão ao papel que a história reser­vou a esta cidade. Embora habitada pelo homem desde tempos remotos, como demonstram alguns achados arqueológicos que pertencem à época neolí­tica, a aldeia que acolheu a infância de Jesus nunca teve uma importância signifi­cativa ao nível de desenvolvimento urbano, vítima do desprezo os seus habitantes eram chamados, «nutzrim», ou seja cristãos, que sofriam as agressões dos domi­nadores romanos e dos turbulentos vizinhos árabes. Somente em 1099, com a chegada dos Cruzados, Nazaré se torna sede Episcopal e centro administrativo da Galileia. Conquistada mais duma vez e retomada pelos guerreiros cristãos, -foi novamente destruída pelos Turcos em 1263, e desde então ficou em abandono até o século XVII. Foi somente com o regresso dos Franciscanos no século XVII que a zona começou novamente a povoar-se, e alguns núcleos de população cristã se estabeleceram aqui.

A Nazaré de hoje apresenta uma fisionomia compósita sob o ponto de vista étnico - religioso; entre os seus habitantes existem, além dos grupos mais numerosos dos árabes muçulmanos e dos hebreus que vivem praticamente separados (os primeiros na cidade velha e os segundos nos bairros novos da Nazaré, Illit), tam­bém algumas comunidades árabes cristãs, de católicos gregos de rito melquita, de gregos ortodoxos, de católicos romanos, de cristãos maronitas, e outras de menor consistência numérica, mas todas representadas por um edifício de culto.
Aqui viveu Jesus até ao início da vida pública e aqui voltou sendo rejeitado na sinagoga depois de ter aplicado a si mesmo as pa­lavras do profeta Isaías (Lc.4,16-22). Aqui lembramos entre outros acontecimentos: o encontro do anjo com José (Mt 1,18-25). A Sagrada Família volta do Egipto (Mt 2,19-23). De Nazaré a Jerusalém na Páscoa (Lc 2,41-50). Jesus volta para Na­zaré aos 12 anos Lc 2,51-52 e Jesus é expulso de Nazaré (Mt 13,53-58).

Trata-se do quinto edifício construído neste lugar sagrado à memória religiosa cristã: o primeiro data de 356 e a tradição diz que foi obra de Helena, mãe do im­perador Constantino, primeiro real campeão da cristandade. Sucessivamente ou­tras igrejas foram construídas pelos Bizantinos, pelos Cruzados e enfim pelos Franciscanos, cujo santuário foi destruído em 1955 para deixar lugar à actual basí­lica acabada em 1969. No centro da nave principal abre-se a entrada à cripta onde fica a «Gruta da Nossa Senhora», no interior da qual uma coluna com a inscrição « Xe Mapia» (Avé Maria), datada do II século, que indica o lugar onde apareceu o anjo. Ao lado e no lugar que teria sido a casa da Sagrada Família encontra-se a Igreja de S. José.
A Igreja Sinagoga do Século XII foi construída pele tradição sobre o local da Sinagoga onde Jesus fez o seu comentário sobre o livro de Isaías. Ao Sul da cidade encontra-se o Monte do Precipício.


 

Monte Tabor

Após visitarmos Tagba e Igreja do Primado seguimos para o Monte Tabor


Subida ao monte e visita â Igreja da Transfiguração – Aqui recordaremos Jesus, Pedro, Tiago e João




Monte Tabor é uma alta colina da Galileia, na secção leste do vale de Jezreel, 17 km a oeste do Mar da Galileia, à cota de 575 metros acima do nível do mar.
Este Vale, Jezrael, foi cenário de imensas lutas a começar pelos Israelitas e Cananeus, tropas Sírias, Egípcios, Assírios e Babilónios. Mais tarde chegaram os Gregos e os Romanos.
Durante a Guerra Judaica de 66 a 70 d.c. o povo Judeu lutou heroicamente até ser derrotado pelo General Romano Plácido.
 Muitos acreditam que foi no topo deste monte que, segundo os Evangelhos do Novo Testamento da Bíblia, terá ocorrido a transfiguração de Jesus Cristo, sendo por isso considerado como um dos lugares místicos da Terra Santa, ligado ao culto da Transfiguração, particularmente reverenciado pelas igrejas orientais, nomeadamente pela Igreja Ortodoxa Grega.
O monte ficou abandonado até à chegada dos franciscanos, em 1631. Desde então, conseguiram manter a propriedade, não sem dificuldades; estudaram e consolidaram as ruinas existentes, mas tiveram de passar três séculos até ser construída uma nova basílica: a atual, terminada em 1924.
 Hoje em dia, os peregrinos sobem o Tabor por uma estrada sinuosa, traçada no princípio do séc. XX para facilitar o abastecimento de materiais durante a construção do santuário. A chegada ao cimo está marcada pela porta do Vento - em árabe, Bab el-Hawa -, resto da fortaleza muçulmana do séc. XIII, cujos muros rodeavam toda a planície do cume. No lado norte, encontra-se a zona greco-ortodoxa; e no lado sul, a católica, a cargo da Custódia da Terra Santa.

Partindo da porta do Vento, uma larga avenida flanqueada de ciprestes conduz até à basílica da Transfiguração e ao convento franciscano. Diante da igreja, podem ver-se as ruinas do mosteiro beneditino do séc. XII, embora também haja vestígios da fortaleza sarracena. Na verdade, esta foi edificada aproveitando as fundações da basílica dos cruzados, os mesmos sobre os quais se apoia o atual santuário, de três naves, que ocupa o plano do precedente.
É também conhecido como "Har Tavor", "Itabyrium", "Jebel et-Tur" ou "Monte da Transfiguração".

A Transfiguração de Jesus é um episódio do Novo Testamento no qual Jesus é transfigurado (ou “metamorfoseado”) e se torna “radiante” no alto de uma montanha. Os evangelhos sinóticos (Mateus 17:1-9, Marcos 9:2-8 e Lucas 9:28-36) e uma epístola (II Pedro 1:16-18) fazem referência ao evento. Nestes relatos, Jesus e três de seus apóstolos vão para uma montanha (conhecida como Monte da Transfiguração). Lá, Jesus começa a brilhar e os profetas Moisés e Elias aparecem ao seu lado, conversando com ele. Jesus é então chamado de “Filho” por uma voz no céu – presumivelmente Deus Pai – como já ocorrera antes no seu batismo.
A Transfiguração é um dos milagres de Jesus nos evangelhos, diferente dos demais pois, neste caso, o objeto do milagre é o próprio Jesus. Tomás de Aquino considerava a Transfiguração como o “maior dos milagres", uma vez que ele complementou o batismo e mostrou a perfeição da vida no céu. A Transfiguração é também um dos cinco grandes marcos da vida de Jesus na narrativa dos evangelhos (os outros são o batismo, a crucificação, a ressurreição e a ascensão).
Na doutrina cristã, o facto de a Transfiguração ter ocorrido no alto de uma montanha representa o ponto onde a natureza humana se encontra com Deus: o encontro do temporal com o eterno, com o próprio Jesus fazendo o papel de ponte entre o céu e a terra.





Tagba e Igreja do Primado

Ali teria Jesus  multiplicado os cinco pães e os dois peixes para dar de comer a uma multidão; ali teria pronunciado o Sermão da Montanha que começa com as Bem-Aventuranças; e ali teria aparecido aos Apóstolos depois da Ressurreição, quando levou a cabo a segunda pesca milagrosa e confirmou S. Pedro como primaz da Igreja. Apenas umas centenas de metros separam os três lugares onde se situam estes episódios da sua vida.

Poucos lugares da Terra Santa nos aproximam tão imediatamente do Novo Testamento como o Lago de Genesaré, na Galileia. Noutros sítios, após dois mil anos de história, a topografia transformou-se radicalmente: edificaram-se igrejas, santuários e basílicas; alguns foram destruídos, reconstruídos, ampliados ou restaurados; muitas aldeias e povoações converteram-se em populosas cidades, enquanto outras desapareceram; foram abertas ruas, estradas, auto-estradas... Pelo contrário, no lago, embora as suas imediações não tenham ficado alheias a estas modificações, a paisagem mantém-se quase inalterada; a sua contemplação, que recreia a vista e descansa o espírito, enche a alma de uma sensação inexplicável: a recordação de Jesus e o eco das suas palavras, que ainda parecem ressoar nestas paragens, fazem transcender o tempo presente.




A riqueza da região ficava a dever-se em primeiro lugar aos recursos da pesca no lago, que tem vinte e um quilómetros de comprimento de norte a sul, uma largura máxima de doze quilómetros, e uma profundidade média de quarenta e cinco metros. O seu caudal procede principalmente do rio Jordão e de algumas nascentes nas suas margens ou sob a superfície da água. A pesca mais abundante é de “tilapie”, também conhecido como “peixe de S. Pedro”.


Os vestígios mais importantes da passagem de Jesus por estas terras conservam-se na parte noroeste do lago de Genesaré, perto de Cafarnaum. No princípio da sua vida pública, depois de ter abandonado Nazaré, Jesus converteu na sua segunda pátria essa pequena povoação de pescadores, onde alguns dos Doze ou seus parentes habitavam. São tantos os lugares que merecem a nossa atenção nesta região, que lhe dedicaremos vários artigos durante o ano.
O nosso percurso começa em Tabgha. Trata-se de um local situado a três quilómetros a oeste de Cafarnaum, que se estende por alguns hectares desde a margem do lago para o interior, até às colinas que o rodeiam. O nome parece ser uma derivação árabe do original bizantino Heptapegon, que em grego significa “sete fontes”: deve-se às nascentes que então existiam, e que continuam ainda hoje activas. De acordo com a tradição dos cristãos que habitaram aquela zona ininterruptamente desde os tempos de Jesus, ali teria multiplicado os cinco pães e os dois peixes para dar de comer a uma multidão (Cf Mt 14, 13-21; Mc 6, 32-44; Lc 9, 12-17; Jo 6, 1-15); ali teria pronunciado o Sermão da Montanha que começa com as Bem-Aventuranças (Cf Mt 5, 1-11; Lc 6, 17-26); e ali teria aparecido aos Apóstolos depois da Ressurreição, quando levou a cabo a segunda pesca milagrosa e confirmou S. Pedro como primaz da Igreja (Cf Jo 21, 1-23). Apenas umas centenas de metros separam os três lugares onde se situam estes episódios da sua vida.
Um texto atribuído à peregrina Egéria, que visitou a Palestina no séc. IV, oferece-nos um testemunho eloquente quanto à memória cristã sobre Tabgha: «não longe de Cafarnaum vêem-se os degraus de pedra onde o Senhor se sentou. Ali, junto ao lago, encontra-se um terreno coberto de abundante erva e muitas palmeiras e, perto do mesmo lugar, sete fontes jorrando água abundante de cada uma delas. Neste lugar o Senhor saciou uma multidão com cinco pães e dois peixes. A pedra sobre a qual Jesus pousou o pão foi transformada num altar. Junto às paredes daquela igreja passa a rua, onde Mateus tinha o seu telónio. No monte vizinho há um lugar onde o Senhor subiu para pronunciar as Bem-Aventuranças» (O texto aparece no Liber de Locis Sanctis, escrito pelo monge de Monte Cassino S. Pedro
Concentramos a nossa atenção no primeiro sítio indicado por Egéria: «os degraus de pedra onde o Senhor se sentou». Segundo esta tradição, referem-se ao sítio de onde Jesus teria indicado aos da barca que deitassem as redes à sua direita, durante a aparição do Senhor ressuscitado que S. João narra no fim do seu evangelho: “Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. Jesus disse-lhes, então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.» Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar. Então, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa, porque estava sem mais roupa, e lançou-se à água. Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros. Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão. Jesus disse-lhes: «Trazei dos peixes que apanhastes agora.» Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E, apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. Disse-lhes Jesus: «Vinde almoçar.» E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe. Esta já foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.” (Jo 21, 2-14).
Os peregrinos seguindo a tradição deixada pelos cristãos que viveram ininterruptamente em Cafarnaum desde os tempos de Jesus, afirmam ser Tabgha o palco de três eventos relatados nos evangelhos: a multiplicação dos pães, a aparição do Cristo Ressuscitado aos apóstolos e o sermão das Bem-aventuranças.
Os cristãos do início do período bizantino construíram mosteiros, igrejas e santuários na Galileia e às margens do Mar da Galileia para recordar o ministério de Jesus e os milagres a ele atribuídos.
A Igreja do Primado de São Pedro está localizada em Tabgha, na costa noroeste do Mar da Galileia, perto de Cafarnaum. Segundo a tradição, este é o local onde se recorda a passagem narrada no evangelho segundo S. João cap. 21.
A atual igreja franciscana, construída em 1933, conserva os alicerces da antiga edificada no século IV. No seu interior, em frente ao altar, encontra-se uma rocha de calcário venerada como “Mensa Christi”, que significa “Mesa de Cristo”. Este é o local, onde segundo a tradição, Jesus preparou o peixe e o pão para os apóstolos, e disse a Pedro: “Apascenta as minhas ovelhas”.








Cafarnaum

Terra onde Jesus viveu.
Após visitarmos o Monte das Bem Aventuranças seguimos para Cafarnaum, terra adotada por Jesus e residência de muitos dos seus apóstolos.   

Cafarnaum é uma cidade bíblica que fica na margem norte do Mar da Galileia, próxima de Betsaida e Corozaim. Muito perto passava a importante Via Maris, que ligava o Egipto à Síria e ao Líbano e que passava por Césareia Marítima

Igreja da Casa de Pedro


A antiga vila pesqueira de Cafarnaum, onde Jesus viveu durante grande parte do seu ministério na Galileia, deslocando-se de Nazaré, também é importante na peregrinação de Maria, pois relata-se que a Virgem Maria acompanhou o seu filho a Cafarnaum. (João 2:12). A Igreja da Casa de São Pedro contém os restos de uma habitação de um aposento, que se presume ser a "Casa de Simão, chamado Pedro" (Marcos 1:29). A igreja actual foi construída sobre a Insula Sacra, para preservar os achados arqueológicos.


As ruínas da Aldeia de Kfar Nahum, aldeia do profeta Nahum, assinalam o lugar que no tempo de Jesus era uma próspera cidade, situada na via maris, no denominado “Corredor Sírio Palestiniano”, ponto de passagem obrigatória para as caravanas que na época se dirigiam para a Europa, África e Ásia. Achava-se situada ao norte do mar da Galileia.
Neste local foram descobertas uma série de construções datadas do século I dc. Faziam parte de um bairro de gente pobre, e pensa-se que poderiam ser as habitações de pescadores.  
Cafarnaum é um lugar interessante pelo facto de ter sido residência de Jesus Cristo e dos Seus Apóstolos, e centro de tantas maravilhas. Cafarnaum era a Sua própria cidade (Mt 9.1). Era quando voltava para ali que se dizia estar Jesus na Sua casa (Mc 2.1). Foi aqui que se deu a chamada de Mateus (Mt 9.9). Os irmãos Simão Pedro e André eram de Cafarnaum (Mc 1.29). Aqui, também, Jesus operou a cura do criado do centurião (Mt 8.5 - Lc 7.1), e da sogra de Simão Pedro (Mt 8.14 - Mc 1.30 - Lc 4.38), mandou levantar o paralítico (Mt 9.6 - Mc 2.9 - Lc 5.24), e curou aquele homem atormentado de um espírito imundo (Mc 1.32 - Lc 4.33). O filho do homem nobre (Jo 4.46), apesar de habitar em Cafarnaum, foi curado por meio de palavras, que parece terem sido proferidas em Caná de Galileia. Foi em Cafarnaum que ocorreu aquele caso de ser chamado um menino para uma lição aos Seus discípulos (Mt 18.1 - Mc 9.33) - e, estando ele na sinagoga, foi pronunciado o maravilhoso discurso que se lê em Jo 6. Era uma importante estação de alfândega, cunhava moeda e tinha uma guarnição de tropas romanas
Actualmente:
Cafarnaum é o local onde se encontra a Sinagoga do início do século IV mais bem conservada de Israel.
A moderna Igreja Católica Romana de São Pedro, que fica nas proximidades, foi construída sobre os vestígios arquitetónicos do século I, os quais foram identificados como sendo a “Casa de Pedro” por estudiosos católicos.
A Igreja Grego-Ortodoxa dos Doze Apóstolos está localizada onde se encontrava a parte norte da antiga vila. Toda a área é cercada pelo Parque Nacional Kfar Nahum.










Monte das Bem Aventuranças


Sermão da Montanha. Após a nossa visita ao Mar da Galileia subimos a encosta (Monte) que nos levou ao local onde Jesus, de acordo com os escritos bíblicos, se dirigiu ao seus seguidores.
Um famoso episódio evangélico, o Sermão da Montanha, teve lugar nessa colina com vista para o lago. 

O local tradicional para o Monte das Bem-aventuranças é na margem noroeste do Mar da Galileia, entre Cafarnaum e Genesaré (Ginosar). A localização real do Sermão da Montanha não é certo, mas o lugar atual (também conhecido como Monte Eremos) foi comemorado durante mais de 1600 anos. O lugar fica muito perto Tabgha. Outras localizações sugeridas incluíram o Monte Arbel, este fica muito perto.
O Sermão no Monte
O chamado "Sermão do Monte" está registado em Mateus 5-7 e Lucas 6. A alegada discrepância entre a versão de Mateus estar numa colina e de Lucas estar num lugar plano é facilmente conciliável com a observação dos lugares que se encontram nas encostas da Galileia, o cimo dos mesmos é plano. A Escritura não dá nenhuma indicação sobre a localização exata deste evento, mas os bizantinos construíram uma igreja para comemorar na parte inferior do morro. Alguns dos estudiosos que acompanharam Napoleão situaram a ascensão no monte Arbel nas proximidades
A sugestão desta colina para o local do Sermão da Montanha é muito boa. Conhecido como o Monte Eremos, esse morro está localizado entre Cafarnaum e Tabgha e é um pouco acima da "Cova do Semeador". Esta encosta espaçosa proporciona muito espaço para reunir multidões, como evidenciado em Março de 2000 aquando da visita do Papa João Paulo II, foi preparado lugar para 100.000 católicos poderem assistir à missa (choveu e vieram menos, mas o espaço estava disponível).
Capela ou Basílica

Na montanha está situada uma moderna Basílica (capela católica) construída em 1939 pelas Irmãs Franciscanas, com o apoio do governo italiano, Mussolini. O edifício que foi construído pelo famoso arquiteto Antonio Barluzzi é cheio de simbolismos numéricos. Na frente da igreja, os símbolos no pavimento representam Justiça, Prudência, Fortaleza, fé, caridade e moderação. Dentro da igreja realça-se o manto da visita do Papa Paulo VI em 1964.



Sermão da Montanha

Milagre dos Pães e dos Peixes

Catedral - Fotografia actual


Lago Genesaré (Mar da Galileia) - Lago Tiberíade:
Sobre as suas margens Jesus chamou Pedro, André, Tiago e outros apóstolos
Ordenou que a tempestade e as águas revoltas acalmassem.

Após visitar Caná seguimos para o mar da Galileia. Sobre as suas margens, de acordo com a Bíblia, muitas coisas aconteceram: Jesus chamou Pedro, André, Tiago e outros Apóstolos, ordenou a tempestade e as águas revoltas acalmarem. Conheceu Maria Madalena.
Também nas suas margens encontra-se a igreja do Primado de falaremos num futuro próximo.  

Mar da Galileia, também conhecido como mar de Tiberíades ou lago de Genesaré é um extenso lago de água doce localizado no Distrito Norte de Israel. É o maior lago do país e tem comprimento máximo de cerca de 19 quilómetros e largura máxima de cerca de 13 km, sendo que a sua área total abrange 166,7 km². O seu afluente principal é o rio Jordão, que vem do monte Hérmon e de Cesareia de Filipe, e que é também o seu efluente, seguindo depois para o mar Morto.

O mar da Galileia fica a 213 metros abaixo do nível do mar Mediterrâneo e é considerado um mar isolado por não ter nenhuma ligação com outros mares ou oceanos. Nos tempos do Novo Testamento, ficavam nas suas costas a cidade de Tiberíades — fundada por Herodes Antipas ao tempo da infância de Jesus —, Cafarnaum, Betsaida e Genesaré, entre outras. Hoje Tiberíades é a localidade principal nas margens do lago. A nordeste deste lago ficam os montes Golã

Era cristã
Grande parte do ministério de Jesus decorreu nas margens do lago de Genesaré. Naqueles tempos, havia uma faixa de povoamentos à volta do lago e muito comércio e transporte por barco. No entanto, sabe-se que a Galileia era uma região mais pobre do que a Judeia, de modo que a população do local atravessava momentos difíceis durante o primeiro século da era comum.


Jesus andando sobre as águas do mar da Galileia
Os evangelhos de Marcos (Marcos 1:14-20) e Mateus (Mateus 4:18-22) descrevem como Jesus recrutou quatro dos seus apóstolos nas margens do lago de Genesaré: o pescador Pedro e seu irmão André, e os irmãos João e Tiago.

Um famoso episódio evangélico, o Sermão da Montanha, teve lugar numa colina com vista para o lago e muitos dos milagres de Jesus também aconteceram aqui: caminhada pela água, acalmar uma tempestade, alimentar cinco mil pessoas e muitos outros.

No século II
Em 135, os judeus foram derrotados na terceira guerra judaico-romana, também chamada revolta de Bar Kohba. Os romanos responderam com o exílio forçado de todos os judeus de Jerusalém. O centro da cultura judaica passou então a ser esta região do Quineret, particularmente a cidade de Tiberíades. Foi provavelmente nesta região que o chamado "Talmud de Jerusalém" foi compilado.


Na atualidade
Com as invasões dos árabes e a longa ocupação dos turcos otomanos na região que durou até ao fim da Primeira Guerra Mundial, a Galileia bíblica foi praticamente toda destruída, de modo que restaram apenas algumas ruínas das antigas cidades que ficavam nas proximidades do lago, hoje muito visitadas pelos turistas em Israel.

O lago recebe água principalmente do rio Jordão, que é também o seu afluente a sul, drenando para o mar Morto, formando com este o conjunto mais notável de acidentes geográficos no vale do Jordão, formado pela separação das placas tectónicas africana e arábica. Consequentemente a região encontra-se sujeita a sismos, e, no passado, também a atividade vulcânica. Tal é evidente dada a quantidade de basalto e outras rochas ígneas que definem a geologia da Galileia.


Constitui um recurso hídrico de enorme importância para Israel. Há canalizações que permitem o abastecimento de cidades com água doce e para irrigação de campos, essencialmente na zona do deserto do Negev. É o lago de água doce mais baixo do mundo, situando-se 213 m (em média) abaixo do nível médio das águas do mar. A sua profundidade máxima é de 43 m.












11 de Outubro de 2016 - Vamos hoje até Caná da Galileia.


Caná Da Galileia - Visita à Igreja que nos lembra o 1º Milagre de Jesus
Situada a cerca de 10 Km de Nazaré, é a localidade de onde era natural Natanael ou Bartolomeu.
Em Caná da Galileia Jesus realizou o primeiro de seus milagres. Neste lugar mudou a água em vinho atendendo o pedido de Maria, sua mãe. No local encontra-se a Igreja que evoca esse milagre.

Assim manifestou sua glória divina e suscitou a fé de seus discípulos. Em Caná recorda-se também a vocação do apóstolo Bartolomeu (Natanael), sobre o qual Jesus disse: “Eis um verdadeiro israelita no qual não há falsidade”.

Textos bíblicos
As bodas de Caná

Três dias depois, celebravam-se bodas em Caná da Galileia, e achava-se ali a mãe de Jesus. Também foram convidados Jesus e os seus discípulos. Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: Eles já não têm vinho. Respondeu-lhe Jesus: Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou. Disse, então, sua mãe aos serventes: Fazei o que ele vos disser. Ora, achavam-se ali seis talhas de pedra para as purificações dos judeus, que continham cada qual duas ou três medidas. Jesus ordena-lhes: Enchei as talhas de água. Eles encheram-nas até em cima. Tirai agora, disse-lhes Jesus, e levai ao chefe dos serventes. E levaram. Logo que o chefe dos serventes provou da água tornada vinho, não sabendo de onde era (se bem que o soubessem os serventes, pois tinham tirado a água), chamou o noivo e disse-lhe:

É costume servir primeiro o vinho bom e, depois, quando os convidados já estão quase embriagados, servir o menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora.

 Este foi o primeiro milagre de Jesus; realizou-o em Caná da Galileia. Manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele. (Jo 2,1-11)




Cura do filho de um oficial do rei


Ele voltou, pois, a Caná da Galileia, onde transformara água em vinho. Havia então em Cafarnaum um oficial do rei, cujo filho estava doente. Ao ouvir que Jesus vinha da Judeia para a Galileia, foi a ele e rogou-lhe que descesse e curasse seu filho, que estava prestes a morrer. Disse-lhe Jesus: Se não virdes milagres e prodígios, não credes... Pediu-lhe o oficial: Senhor, desce antes que meu filho morra! Vai, disse-lhe Jesus, o teu filho está passando bem! O homem acreditou na palavra de Jesus e partiu. Enquanto ia descendo, os criados vieram-lhe ao encontro e lhe disseram: Teu filho está passando bem. Indagou então deles a hora em que se sentira melhor. Responderam-lhe: Ontem à sétima hora a febre o deixou. Reconheceu o pai ser a mesma hora em que Jesus dissera: Teu filho está passando bem. E creu tanto ele como toda a sua casa. Esse foi o segundo milagre que Jesus fez, depois de voltar da Judeia para a Galileia. (Jo 4,46-53)


A tradição cristã

Numerosos testemunhos relatam um santuário edificado em Caná pelos cristãos, em memória do primeiro milagre de Jesus. Eis um testemunho de um peregrino anônimo do século VI: “(Partidos de Séforis), depois de três milhas chegamos a Caná, onde o senhor foi as bodas, e nos sentamos sobre o mesmo lugar, onde eu indigno, escrevi o nome dos meus pais... das talhas ainda restam duas, eu enchi uma de vinho e a carregando sobre as costas a ofereci no altar e na mesma fonte nos lavamos por devoção. Depois fomos a cidade de Nazaré”. Devido a várias necessidades, em tempos diversos, a tradição tem colocado o legado evangélico em diferentes lugares; mas desde o início do século XVI os pelegrinos encontraram em KfarKanna uma sala subterrânea na qual se desce pelo interior do edifício em colunas, considerados por eles como uma igreja construída pelo Imperador Constantino e de sua mãe Helena. Colunas e capitéis reutilizados no pórtico da Igreja atual recordam o estilo das sinagogas do séc. III-IV. Uma inscrição em língua aramaica, encontrada debaixo do piso da igreja diz: “Bendita seja a memória de José, fiho de Talhum, filho de Butah, e seus filhos, que fizeram esta mesa (de mosaico). Que a bênção esteja sobre eles”.

Os franciscanos, a três séculos presentes em Caná em uma pequena propriedade, foram capazes de resgatar o santuário ano de 1879 por obra do padre Egidio Geisser, o fundador da paróquia católica local de rito latino (cerca de 100 famílias). Uma pequena igreja foi construída no ano de 1880 e sucessivamente aumentada no decorrer dos anos (1897-1905). No ano de 1885 foi construída, a 100 metros de distância, uma capela em honra de S. Bartolomeu (Natanael), um dos doze apóstolos, nascido em Caná. Escavacações arqueológicas, conduzidos pelo padre S. Loffreda em 1969 e por padre E. Alliata no ano de 1997, demonstraram que a sinagoga, construída sobre ruínas de antigas casas (séc. I-IV), possuía um átrio com pórticos tendo ao centro uma grande cisterna, conservada até hoje no subsolo da igreja atual. Na abside setentrional da igreja foi reencontrada uma abside ainda mais antiga contendo um sepulcro do séc. V-VI. Tal sepulcro juntamente com outros indícios, parecem indicar uma presença cristã no lugar durante a época bizantina.



Hoje começamos pelas:

Civilizações da Palestina: Fenícios e Hebreus


Enquanto os povos semitas[i] e ários lutavam pelo controlo da Mesopotâmia, o mar Mediterrâneo era sem qualquer dúvida controlado por um povo de comerciantes que vivia numa estreita faixa de terra: os Fenícios. Esse povo levou adiante a façanha de fazer com que as diversas culturas existentes no Médio Oriente se conhecessem umas as outras.
Os Fenícios foram os grandes navegadores da Antiguidade, chegando até ao Mediterrâneo ocidental e ao Atlântico, costa de África e costa Portuguesa. Alem disso, podemos afirmar que é graças a eles que mundo sabe ler, já que foram os Fenícios que inventaram o alfabeto que usamos hoje.
 
Localização e clima

A Fenícia ocupava uma estreita faixa de território entre os montes do Líbano e o mar Mediterrâneo. É por essa costa que o Médio Oriente comunicava com o mar Mediterrâneo.

0 Clima da região é variado. Com temperaturas muito elevadas nos vales e frio nas montanhas. Por ser atravessada por vários rios a região tornou-se bastante fértil. Além disso, as suas montanhas eram cobertas por florestas de cedros, cuja madeira foi aproveitada para a construção de barcos, tão necessários para o desenvolvimento do seu comércio.

Os Fenícios, um povo de comerciantes e marinheiros

Os Fenícios nunca existiram como país unificado. Sempre foram constituídos por um grupo de cidades confederadas, que se ajudavam mutuamente, mas mantendo a sua independência. A cidade mais forte liderava as demais, embora as cidades mais fracas mantivessem grande parte da sua autonomia.

Assim sendo várias cidades se sucederam nessa liderança. As principais foram:

a.       Biblos (2500 a.C.-1600 a.C.), cidade que comercializava papiros do Egito. Os gregos chamavam esses papiros de "biblos", o que deu origem a palavra "livro".

b.      Sidon (1600 a.C.-1300 a.C.) e Tiro (1200 a.C.-900 a.C.), de onde saiam os grandes comerciantes, por mar e por terra.

c.       Os Fenícios foram o primeiro povo do Médio Oriente a fundar povoamentos e mercados no norte da Africa e na Europa. Exemplos disso são Cartago, no norte da Africa; Malta, no mar Mediterrâneo; Marselha, na Franca; e Sevilha, na Espanha.




A decadência (701 a.C.-333 a.C.)


Quando os impérios da Mesopotâmia se consolidaram, os Fenícios começaram a participar em alianças militares. Por essa altura começa também a sua decadência. Tiro foi saqueada em 701 a.C. pelos Assírios e em 574 a.C. pelos Caldeus, que a destruíram completamente. As demais cidades tornaram-se dependentes do império Persa ate que foram dominadas pelo exército de Alexandre Magno, em 333 a.C.




A sociedade e a cultura
Assim como a história dos Fenícios se confunde com a história dos demais povos do Médio Oriente, a cultura dos Fenícios assimilou os avanços técnicos que outros povos desenvolveram e exportou-os para as regiões com as quais mantinham relações comerciais.

O governo dos Fenícios não era igual em todas as cidades. Nalguns casos, era exercido por um rei, hereditário ou eleito. Noutros, era exercido por um conselho supremo. Apesar da existência do rei ou do conselho, quem governava de facto era uma assembleia que reunia os comerciantes mais importantes da cidade. Ao contrário dos demais povos do Médio Oriente, os sacerdotes e os militares não tinham papel muito importante na sociedade fenícia.

A sociedade fenícia era constituída, para alem dos ricos comerciantes, pela classe social de homens livres, pescadores, artesãos e agricultores e por escravos.

Os Fenícios foram o primeiro povo a produzir mercadorias em grande quantidade. Eles organizaram as primeiras "manufaturas", por assim dizer, nas quais aplicavam os avanços que tinham aprendido com outros povos.

A religião
Os Fenícios acreditavam em muitos deuses: eram politeístas. Adoravam os astros e as forças da natureza. Cada cidade tinha os seus deuses particulares, mas todas adoravam o Sol e a Lua.

As ciências e as artes
Os Fenícios não desenvolveram nenhuma arte própria, limitando-se a imitar e nalguns casos aperfeiçoar tudo aquilo que os demais povos fizeram.

Aperfeiçoaram a técnica da produção do vidro, inventada pelos Egípcios e aprenderam a tingir tecidos com os Caldeus. Foram também grandes armadores, desenvolvendo a construção naval. A sua frota foi a mais poderosa do mundo antigo. Além disso, especializaram-se na produção de armas de ferro e de bronze. As suas jóias e os perfumes eram muito conhecidos e apreciados.

Aos Fenícios se deve o desenvolvimento da geografia e da astronomia, que aplicaram na navegação e no reconhecimento das terras distantes. Com esses conhecimentos puderam chegar ate o oceano Atlântico. Desenvolveram, também, a geometria e o desenho aplicando-os na construção naval.

A principal conquista dos Fenícios foi o alfabeto. Inicialmente adotaram os hieróglifos Egípcios, mas logo os simplificaram para aplicar ao comércio que exigia uma forma simples e eficiente de escrita. Partindo daí, criaram 22 desenhos, caracteres, que tinham sons diferentes.

Foi assim que nasceu o alfabeto, Fenício, que ainda hoje usamos.

A Palestina dos Hebreus
Outro povo muito importante para a formação do mundo cristão ocidental foram os Hebreus, que viveram na Palestina. 0 Território da Palestina formava um estreito corredor, junto ao Mediterrâneo, que unia os impérios da Mesopotâmia e do Egipto. Foi lá que nasceu Jesus Cristo. Atualmente, o território da antiga Palestina é partilhado entre Israelitas e Palestinianos.

A Palestina é a "terra prometida" dos Hebreus, um povo semita que ali se foi estabelecer por volta do ano 1800 a.C. A moral e a ética dos Hebreus foram o seu principal legado. Elas serviram de base para o judaísmo e o cristianismo, duas das principais religiões do mundo.

Veremos agora como foi a história desse povo que acreditava num só Deus e que escreveu tudo aquilo que lhe aconteceu nos livros que depois foram incorporados na Bíblia, como Antigo Testamento.

Localização e clima
A Palestina ficava entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo. Apesar de ser um território pouco extenso, a Palestina era formada por três regiões geográficas:

a.       A região norte, a Galileia, era formada por colinas cobertas de vegetação;

b.      A região central, Samaria, era menos fértil do que a Galileia, apesar de entrecortada por muitos vales;

c.       A sul, a Judeia, era uma região árida e montanhosa.

O rio Jordão é o único que atravessa toda a Palestina. Nasce nos montes da Fenícia, percorre 220 quilómetros e desagua no mar Morto, que é tao salgado que nada nele sobrevive.

Na verdade, o Mar Morto é um lago de formato estreito e alongado, possuindo 82 quilómetros de comprimento e 18 quilómetros de largura. Encontra-se a 392 metros abaixo do nível do Mar Mediterrâneo e 417 metros sob o nível do mar (é o ponto mais baixo do planeta Terra).

A característica marcante deste lago é a alta concentração de sal nas suas águas (cerca de 300 gramas de sais para cada litro de água 33%). A quantidade considerada normal para os oceanos é de 30 gramas para cada litro de água 3%.

A Palestina é hoje uma região semidesértica. Mas, antigamente, recebia mais chuvas e era um lugar muito próspero, com vales e bosques. Era essa a "terra prometida" que o povo hebreu tanto procurou.

A luta pela Palestina
Por volta do ano 3000 a.C., a tribo dos Cananeus, de origem semita, chegou ao rio Jordão. É por isso que a região é conhecida como "terras de Canaã". Por volta de 1500 a.C., a região foi invadida pelos Filisteus, tribos de ários que vieram da ilha de Creta. Os Filisteus deram o nome à região, que passou a se chamar Filistina (Palestina).

Em 1400 a.C., a tribo semita dos Hebreus conquistou os Cananeus e os Filisteus e lá estabeleceu um reino. O Antigo Testamento da Bíblia, o livro sagrado dos hebreus, conta toda a história dos hebreus em detalhes. De seguida veremos, resumidamente, qual é essa história.

O Povo de Deus (1800 a.C.-1700 a.C.)
Por volta do ano 1800 a.C., os semitas saídos da Arábia subiram o rio Eufrates e foram-se fixar ao norte da Assíria, Ur, actual Iraque. Naquela época, os Hebreus eram pastores nómades e adoravam muitos deuses e Ídolos. Os juízes e sacerdotes ditavam as regras do clã.

A Bíblia, Velho Testamento, conta que Deus escolheu Abraão para ser o pai de um povo, por meio do qual viria a salvação ao mundo. Mas para que isso acontecesse Abraão deveria abandonar os outros deuses e Ídolos, e acreditar num único Deus. Além disso, Abraão deveria deslocar-se para o lugar que um dia seria de seus filhos e netos.

Abraão acreditou na palavra de Deus, queimou os Ídolos e partiu com a mulher, Sara, e um sobrinho, Ló, em direcção a Canaã. Deus apareceu novamente, para propor a mesma coisa ao seu filho, Isaac, e ao seu neto, Jacó. 

Jacó, neto de Abraão, teve doze filhos que formaram doze famílias, que darão origem às doze tribos de Israel. Um desses filhos, José, o penúltimo, foi ven­dido, por inveja, pelos seus irmãos a um comerciante egípcio. Apesar disso, Deus protegeu José tornando-o assessor do faraó. José perdoou aos seus irmãos levando-os para o Egito, por volta de 1700 a.C.

De acordo com relatos históricos e bíblicos, a migração dos Hebreus para o Egito deu-se porque na época por mudanças climáticas, houve um período de seca muito longo que acabou por prejudicar as colheitas e a sobrevivência desse povo, que se viu forçado a migrar para o Egito onde haviam melhores condições de sobrevivência.

O Cativeiro no Egito (1700 a.C.-1280 a.C.)
Quando o Egito foi invadido pelos hicsos, que também eram semitas, os Hebreus tornaram-se seus protegidos. Mas quando os Egípcios se livraram dos hicsos, escravizaram os hebreus (aproximadamente por 400 anos).

Os hicsos estabeleceram-se no norte do Egito durante o século XVIII a.C. Por volta de 1630 a.C., tomaram o poder, e governaram o Egito como a décima quinta dinastia (c. 1630-1521 a.C.). Exerceram uma grande influência na história egípcia, mas acabaram por ser pelo último governante da décima sétima dinastia e pelo primeiro governante do Novo Reino.

Por volta de 1280 a.C., os Egípcios ameaçaram matar todos os filhos dos Hebreus para evitar que eles se tornassem mais numerosos. Então Moisés, um hebreu nascido no Egipto, encarregou-se de salvar o povo guiando-o na fuga através do mar vermelho a que Bíblia chama de êxodo.

Moisés e os dez mandamentos
No caminho de volta à "terra prometida", quando os Hebreus atravessavam o deserto do Sinai, fez-se um novo pacto. De acordo com esse pacto, Deus protegeria o povo hebreu se este lhe obedecesse. Foi nessa ocasião que Moisés, no monte Sinai, recebeu os dez mandamentos.

Os Hebreus não acreditaram na palavra de Deus, e, por terem duvidado, ficaram deambulando pelo deserto durante quarenta anos. Finalmente, Moisés conduzi-os à terra prometida e, ao chegar, morreu.

Josué, o sucessor de Moisés, liderou os hebreus na conquista da Pales­tina. Após essa conquista a Palestina foi dividida em 12 tribos, as doze tribos de Israel que corresponde aos doze filhos de Jacó. A partir desse momento, os hebreus tornaram-se sedentários e começaram a cultivar o solo.

A monarquia (1044 a.C.-721 a.C.)
A luta travada contra os Filisteus e os Cananeus unificou as doze tribos dos Hebreus. Os juízes patriarcas sagraram o primeiro rei de Israel, Saul, em 1044 a.C.

Seu filho, Davi, assumiu o trono de Israel em 995 a.C. Davi derrotara o temível gigante Filisteu Golias.

David é um personagem da Bíblia (Antigo Testamento). Filho de Jessé, da tribo de Judá, teria nascido na cidade de Belém e destacado-se na luta dos Israelitas contra os Filisteus. Tornou-se rei, sucedendo a Saul e conquistou Jerusalém, que transformou em capital do Reino Unido de Israel.

Na narrativa bíblica ele aparece inicialmente como tocador de harpa na corte de Saul e ganha notoriedade ao matar em combate o gigante guerreiro filisteu Golias, ganhando o direito de casar com a filha do rei Saul e a isenção de impostos.

Salomão, filho de David, reinou de 966 a.C. a 933 a.C. Nesse reinado, os Hebreus viveram um período de paz e prosperidade. Salomão organizou o governo e fez uma aliança com a Fenícia, o que deu impulso ao desenvolvimen­to do comércio. Além disso, construiu o Templo de Jerusalém, também designado Templo de Salomão, uma das sete maravilhas da Antiguidade.

A decadência (721 a.C.-63 a.C.)
O sucessor de Salomão, seu filho Roboão, começou por cobrar muitos impostos. O resultado disso levou a que o reino dos Hebreus se dividisse em duas partes: Israel e Judeia.

Após a morte de Salomão ocorreram várias revoltas e em 935 a.C. houve a separação das doze tribos em dois reinos: Reino de Israel cuja capital era Samaria. Era formado por dez tribos situadas ao norte.

Reino de Judá formado por duas tribos cuja capital era Jerusalém localizados ao sul.

A formação dos reinos fizeram com que os Hebreus ficassem fragilizados aos ataques vizinhos onde em 722 a.C. o reino de Israel foi tomado pelos Assírios e seus habitantes foram deportados para diferentes partes do Império Assírio.

O Reino de Judá sobreviveu até 586 a.C. quando os Babilônios invadiram e dominaram o reino. Conduziram os judeus para a Babilônia como prisioneiros onde permaneceram até 539 a.C.

Os israelitas misturaram-se com os cananeus e voltaram a adorar ídolos. Finalmente, quando estiveram sob domínio assírio, os Israelitas formaram uma aliança com o Egito, numa tentativa de pagar menos impostos. Em 721 a.C., foram derrotados e levados prisioneiros para a cidade de Ninive.

No reino da Judeia, por volta do seculo VI a.C., os judeus tentaram se rebelar contra os Caldeus, com a ajuda do Egipto, mas não conseguiram. Em 587 a.C., Nabucodonosor, o rei da Caldeia, destruiu a cidade e o Templo de Jerusalém, e levou os judeus para serem escravos na Babilonia.

Os judeus acharam que Deus os tinha abandonado porque eles não respeita­ram o pacto. Apesar disso, a Bíblia conta que Deus fez um novo pacto com os judeus. Esse novo pacto dizia que um salvador, ou messias, daria inicio ao "novo reino de Deus", que se construiria sobre a virtude e a bondade, e não sobre o medo.

Após cinquenta anos de cativeiro, os Persas derrotaram os Caldeus, e os Judeus puderam voltar à Palestina. A liberdade relativa dos Judeus terminou quando Alexandre Magno, rei da Macedónia, os incorporou ao seu império em 330 a.C.

Em 63 a.C., o general Romano Pompeu anexou a Palestina ao já extenso Imperio Romano.

Mas nem todos os Hebreus ficaram na "terra prometida". Muitos fixaram-se nas costas do mar Mediterrâneo, sobretudo na Europa. A dispersão dos Hebreus pelo Mediterrâneo é conhecida como diáspora.

No século I, no ano 70, os romanos destroem o templo de Jerusalém. No século seguinte, destroem a cidade de Jerusalém, provocando a segunda diáspora judaica. Após estes episódios, os hebreus espalharam-se pelo mundo, mantendo a cultura e a religião. Em 1948, o povo Hebreu retoma o caráter de unidade após a criação do estado de Israel.

A sociedade e a cultura
A sociedade dos hebreus era de tipo patriarcal. O homem tomava todas as decisões, e a mulher e os filhos obedeciam. Enquanto foram nómadas, as decisões de governo eram tomadas pelos chefes da família. Quando se tornaram sedentários, o governo era conduzido por um conselho de anciãos. A monarquia dos hebreus também teve duas fases. Na primeira delas, com o rei Davi, a monarquia apoiava-se nos guerreiros. O rei Salomão, por sua vez, governava com poder absoluto.

A religião
Por acreditar num só deus, os Hebreus foram diferentes dos demais povos da Antiguidade. Esse deus dava-lhes tudo de que precisavam e, por meio de revelações, fazia-os saber o que queria deles.

A Bíblia, que em grego quer dizer "os livros", conta toda a história do povo Hebreu. Também contém um código de leis, o Torá, que regulamenta a família, as riquezas, os contratos e as obrigações. A Bíblia foi também o legado sobre o qual os cristãos construíram uma nova religião a partir da chegada de Jesus Cristo.

As ciências e as artes
As artes não tiveram muito destaque na vida dos Hebreus. A razão disso é que sua religião não permitia que eles fizessem estátuas. 0 Templo de Jerusalém foi construído pelos fenícios, por encomenda. No campo da literatura, entretanto, nos legaram o Antigo Testamento, com os seus 45 livros.

[i] Semita é o termo que designa um conjunto linguístico composto por vários povos.
A origem da palavra Semita está na Bíblia, mais precisamente no livro do Gênesis quando se trata da história de Noé. Nas escrituras judaicas, um dos filhos de Noé era chamado Sem, o que é uma versão grega para o nome hebraico Shem. A derivação do nome de tal filho de Noé, Semita, passou a identificar um conjunto de povos que possuem traços culturais comuns.
Os Semitas tiveram origem no Oriente Médio, onde ocuparam vastas regiões indo do Mar Vermelho até o planalto iraniano. São povos típicos de ambientes com clima seco, o que os caracteriza pelas práticas do pastoreio e do nomadismo. Esses antigos povos identificados pela fala semítica envolvem os arameus, assírios, babilônios, sírios, hebreus, fenícios e caldeus.









Continuando a nossa viagem vamos hoje falar do Monte Carmelo:

Monte Carmelo:
Convento Carmelita Stela Maris
Antiga gruta – Profeta Elias

Monte Carmelo
Monte Carmelo é uma montanha na costa de Israel com vista para o Mar Mediterrâneo. O seu nome (Karmel) significa "jardim" ou "campo fértil". A grande cidade israelita de Haifa localiza-se parcialmente sobre o Monte Carmelo, além de algumas outras cidades menores, como Nesher e Tirat Hakarmel.
Este trata-se do local onde se deu o duelo espiritual entre o profeta Elias e os profetas de Baal. Foi no Monte Carmelo que Elias provou aos homens que o Deus de Israel era o verdadeiro Deus, e não Baal.
Monte Carmelo na história bíblica
Na história apresentada pela bíblia, o Monte Carmelo é citado como o sendo o local onde Elias, tempo do Rei Acab – 874-853 Ac, desconcertou os profetas Baal, levando de novo o povo de Israel à obediência ao Senhor. Foi também no Monte Carmelo que, segundo a Bíblia, Elias fez descer fogo do céu, que consumiu por duas vezes os 50 soldados com o seu capitão, que o rei Acazias tinha mandado ali para prender o profeta, em virtude ter este feito parar os seus mensageiros que iam consultar Baal: Zebube, deus de Ecrom." (2Reis 1:9-15).
A bíblia ainda cita esta montanha como o local em que a mulher sunamita que perdera seu filho, foi encontrar-se com o profeta Eliseu (2Reis 4:8-31) para entender a sua perda.
Lugares da Bíblia - Monte Carmelo
O local é várias vezes citado na Bíblia como cenário de importantes acontecimentos com os profetas Eliseu e Elias
Nos tempos bíblicos, o Monte Carmelo servia como uma muralha natural entre o Mar Mediterrâneo e a grande planície (o Vale de Jezreel) onde hoje fica Israel, importante para a defesa do território. Frequentemente, o monte e seus arredores são citados na Bíblia como exemplo de beleza e fertilidade. “Florescerá abundantemente, jubilará de alegria e exultará; deu-se-lhes a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e de Sarom; eles verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus.” (Isaías 35.2) Até mesmo o sábio Salomão o usou como símbolo quando queria representar algo belo: “A tua cabeça é como o monte Carmelo, a tua cabeleira, como a púrpura...” Cântico 7.5
A farta vegetação e a sua posição estratégica à beira-mar, com uma paisagem de tirar o fôlego até os dias de hoje, confirmam a comparação dos grandes autores bíblicos. Hoje, na região, fica o Parque Carmelo, oficialmente área de preservação ambiental, com alguns dos mais belos espécimes vegetais e animais de Israel.
Iniciando pelos profetas de Baal, eles sacrificaram um novilho e durante horas clamaram e se esfaquearam, e nada acontecia. Elias, então, restaurou um antigo altar do Senhor que estava em ruínas, depositou nele um novilho sem defeito e ainda mandou jogar bastante água sobre o animal e a lenha, três vezes, encharcando tudo. Orou a Deus uma só vez, para que todos vissem que só Ele era o Todo-poderoso. Eis que um forte facho de fogo desceu do céu, consumindo o novilho, a lenha, as pedras e um pouco da terra ao redor, mesmo encharcados (ilustração abaixo). Ficou provado que somente o Deus de Elias era o verdadeiro Deus que responde.
Deus mandou fogo do céu
O rei Acazias, contemporâneo de Elias, encontrava-se de cama, doente. Mandou mensageiros ao Carmelo para consultar os profetas de Baal, mas eles foram impedidos do cumprimento da missão por Elias, que lhes disse que o rei não se recuperaria da doença e morreria. O rei mandou uma guarnição de 50 soldados, chefiados por um capitão, para que prendessem o profeta. Deus mandou fogo do céu, que consumiu os guerreiros. Acazias mandou outros 50, com seu capitão, e novamente o grupo foi consumido pelas chamas que desceram do firmamento. O rei não se deu por vencido e mandou um terceiro capitão com outra meia centena de homens armados, mas o oficial prostrou-se diante de Elias, pedindo por sua vida e a de seus comandados. Um anjo do Senhor disse ao profeta que ele podia ir em paz com os militares para ter com Acazias. Elias disse-lhe pessoalmente o mesmo que dissera aos mensageiros no Carmelo, e o monarca faleceu pouco tempo depois.
Também foi na montanha que uma rica mulher, sunamita, de uma família temente a Deus, foi ter com o profeta Eliseu. Ela estava triste pela morte de seu único filho (que o próprio Eliseu, quando se hospedava na casa da família, profetizara anos antes que nasceria). Dali, o valoroso líder espiritual foi à casa da sunamita e pediu a Deus que devolvesse a vida ao menino, no que foi atendido (2 Reis 4.8-31).
Natureza exuberante e turismo
Na costa mediterrânea de Israel, o monte tem a seus pés a bela e moderna cidade portuária de Haifa. O Carmelo pode ser definido como uma extensa elevação beirando o Mediterrâneo, com cerca de 20 quilômetros. “Karmel”, em hebraico, é traduzido como “jardim”, “campo fértil” e, segundo alguns estudiosos, também é apelidado “Vinhedo de Deus”. A presença do abundante verde, em contraste com a predominância árida de Israel, se deve pela boa quantidade de chuvas na região.
Baal era o nome do deus supremo adorado na antiga Canaã e Fenícia. A prática do culto a Baal infiltrou a vida religiosa judaica durante o tempo dos juízes (Juízes 3:7), tornou-se comum em Israel durante o reinado de Acabe (1 Reis 16:31-33) e também afetou Judá (2 Crônicas 28:1 -2). A palavra baal significa "senhor"; o plural é baalim. Em geral, Baal era um deus da fertilidade que, de acordo com a crença comum, permitia que a terra produzisse colheitas e pessoas produzissem crianças. Diferentes regiões adoravam Baal de diferentes maneiras, e ele provou ser um deus altamente adaptável. Várias localidades enfatizavam um ou outro de seus atributos e desenvolveram "denominações" especiais do Baalismo.
Segundo a mitologia cananeia, Baal era o filho de El, o deus principal, e Asherah, a deusa do mar. Baal era considerado o mais poderoso de todos os deuses, eclipsando El, que era visto como bastante fraco e ineficaz. Em várias batalhas, Baal derrotou Yamm, o deus do mar, e Mot, o deus da morte e do submundo. As irmãs/consortes de Baal foram Ashtoreth, uma deusa da fertilidade associada com as estrelas, e Anate, a deusa do amor e da guerra.
Os cananeus adoravam Baal como o deus do sol e como o deus da tempestade - ele geralmente é representado segurando um relâmpago - que derrotava inimigos e estimulava a colheita. Eles também o adoraram como um deus da fertilidade que providenciava crianças. O culto a Baal estava enraizado na sensualidade e envolvia prostituição ritualística nos templos. Às vezes, apaziguar Baal necessitava o sacrifício humano, geralmente o primogênito de quem fazia o sacrifício (Jeremias 19:5). Os sacerdotes de Baal apelavam ao seu deus em ritos de abandono selvagem que incluíam gritos de êxtase e ferimentos auto-infligidos (1 Reis 18:28).

Antes de os hebreus entrarem na Terra Prometida, o Senhor Deus os advertiu contra a adoração dos deuses de Canaã (Deuteronômio 6:14-15), mas Israel voltou-se à idolatria de qualquer maneira. Durante o reinado de Acabe e Jezabel, no auge do culto a Baal em Israel, Deus confrontou diretamente o paganismo por meio do Seu profeta Elias.
Em primeiro lugar, Deus mostrou que Ele, não Baal, controlava a chuva através do envio de uma seca que durou três anos e meio (1 Reis 17:1). Então Elias convocou um confronto no Monte Carmelo para provar de uma vez por todas quem o Deus verdadeiro era. Durante todo o dia, 450 profetas de Baal pediram ao seu deus para enviar fogo do céu - certamente uma tarefa fácil para um deus associado com relâmpagos - mas "não houve voz, nem resposta, nem atenção alguma" (1 Reis 18:29). Após os profetas de Baal desistirem, Elias fez uma oração simples, e Deus respondeu imediatamente com fogo do céu. A prova foi esmagadora, e o povo "caiu de rosto em terra e disse: O SENHOR é Deus! O SENHOR é Deus!" (Versículo 39).

Convento Carmelita Stela Maris
Os evangelistas contam-nos também que certa vez se retirou para lá dos confins da Galileia, para a região de Tiro e Sidón que foram a antiga Fenícia e hoje são o Líbano (Vd. Mt 15, 21 e Mc7, 24), contudo não existem registos de que tenha chegado até à costa do Mediterrâneo onde a população era maioritariamente gentia. É nesse local que se situa o monte Carmelo, especialmente ligado a Elias e a Eliseu, dois grandes profetas do Antigo Testamento e, na época cristã, ao nascimento da Ordem do Carmelitas.
Mosteiro de Nossa Senhora do Monte Carmelo em Haifa é um mosteiro de religiosos carmelitas fundado em 1892 e trasladado para o local atual em 1936. Situa-se nas colinas de Haifa, em Israel. O edifício está situado no Monte Carmelo com vistas sobre o centro de Haifa. Este mosteiro é dedicado a Nossa Senhora do Monte Carmelo.
A comunidade monástica reúne vinte religiosos de diversas nacionalidades. O idioma que se fala na comunidade é o francês. O mosteiro obtém rendimento de bilhetes de visita e venda de velas e objetos religiosos a peregrinos e turistas, e também de alguns produtos agrícolas produzidos localmente. Não deve ser confundido com o Mosteiro de Stella Maris.
Gruta de Elias, também chamada gruta de Nossa Senhora, pois segundo a tradição cristã aqui encontrou abrigo a Sagrada Família durante o regresso do Egipto.

 Do programa, completamente cumprido, constava o seguinte:

A nossa viagem teve inicio com a visita a Cesareia Marítima.


Que nos lembra São Paulo – Assim como Pôncio Pilatos.
Ruinas – Teatro Romano, Hipódromo e aqueduto.

Cesareia marítima
Marítima, também chamada Cesareia Palestina, é uma antiga cidade e porto marítimo, construída por Herodes, o Grande cerca de 25 - 13 a.C.. Situa-se na costa mediterrânica de Israel, a cerca de meio caminho entre Tel Aviv e Haifa, num local anteriormente chamado Pyrgos Stratonos ("Strato" ou "Torre de Straton", em latim Turris Stratonis). Cesareia Marítima não deve ser confundida com outras cidades que receberam o mesmo nome em honra de César, como Cesareia de Filipe, também em Israel, ou Cesareia Mazaca na Capadócia anatólia. Tinha uma população estimada em 125 000 habitantes, que viviam em uma área urbana de 370 hectares.
Cesareia Marítima
O historiador judeu Flávio Josefo é a principal fonte de informações sobre a construção e a história inicial da cidade, sendo esta descrita detalhadamente na obra Antiguidades Judaicas, já que o massacre de judeus ocorridos naquele lugar foi o ponto de partida para a Grande Revolta Judaica. No seu imenso Anfiteatro, milhares de Hebreus foram deitados às feras. (66 a 131).

Herodes não descuidou de sua nova cidade: o seu palácio em Cesareia foi construído num promontório ao lado do mar, com uma piscina, um aqueduto que supria Cesareia de água potável, e um sistema de drenagem por baixo da cidade levava o esgoto para o mar. A vida civil da nova cidade começou no ano 13 a.C., quando Cesareia foi transformada na capital civil e militar da Judeia, e a residência oficial dos procuradores e governadores romanos. Os restos de todos os principais edifícios construídos por Herodes existiram até o final do século XIX. Os restos do povoado medieval também podem ser visitados, os muros (um décimo da área da cidade romana), o castelo e o sítio da catedral cruzada.
Esta cidade que já foi a capital portuária de Israel no período romano, hoje além de ter um parque nacional de arqueologia, engloba uma cidade moderna e próspera na região litoral de Israel. A Cesareia moderna é uma das cidades com maior poder aquisitivo no Estado moderno de Israel.
Na cidade, além do parque arqueológico, podem ser encontrados um aqueduto romano, museus, galerias de arte, clubes e hotéis modernos e perto fica um campo de golfe.
Em 1961, no teatro de Cesareia, foi encontrado uma pedra com uma inscrição em latim incluindo o nome de Pôncio Pilatos. O prefeito da Judeia, Pôncio Pilatos, erigiu o Tiberium em honra de Tibério.
A Antiga Cidade de Cesareia Marítima localiza-se na costa do Mediterrâneo, no meio do caminho entre Tel Aviv e Haifa. As escavações arqueológicas durante as décadas de 50 e 60 revelaram remanescentes de muitos períodos e, particularmente, o complexo de fortificações da cidade cruzada e o teatro romano. A cidade é hoje apenas uma pequena parte da moderna cidade israelita de Cesareia, uma das mais modernas e ricas do país.
Durante os últimos 20 anos, importantes escavações realizadas por numerosas expedições arqueológicas de Israel e do exterior que expuseram impressionantes vestígios da grandiosidade longínqua da cidade romana e da posterior cidade dos cruzados.
A Cidade do Período Romana
Cesareia foi fundada pelo Rei Herodes no século I a.E.C.(cerca de 25 - 13 a.C.. ) sobe as bases de uma antiga e pequena cidade greco-fenícia, na localização de um pequeno porto comercial denominado Torre de Straton.
Cesareia recebeu este nome por Herodes em homenagem ao imperador romano César Augusto que era seu amigo e aliado. A cidade foi detalhadamente descrita pelo famoso historiador Flávio Josefo (Yosef Matitiyahu, Antigüidades) Era uma cidade bem murada e com o maior porto na costa oriental do Mediterrâneo, era também chamada de Sebastos, o nome grego do Imperador Augusto.
No ano 6 da era cristã, Cesareia tornou-se a sede dos procuradores romanos da Província da Judeia e nela se instalou o quartel-general da 10 Legião Romana. Nos séculos II e III da era cristã, a cidade se expandiu muito, tornando-se uma das mais importantes da parte oriental do Império Romano, sendo classificada como a “Metrópole da Província da Síria-Palestina”.
Foi durante este período que os romanos começaram a associar a região a Palestina (do termo Filisteu) devido ao ódio aos judeus e na tentativa de apagar da memória da região o nome original do país e dos verdadeiros donos do direito a terra.
Cesareia Marítima desempenhou um importante papel na história do início do cristianismo. Foi aqui que segundo o livro de atos, aconteceu o batismo do centurião romano Cornelius (Atos 10:1-5, 25-28) e de todos os seus familiares. (São Paulo)
O Apóstolo Paulo partiu daqui para sua viagem pelo Mediterrâneo oriental, e aqui mesmo foi aprisionado e enviado a Roma para ser julgado (Atos 23:23-24).
Na cidade ainda há o quase intacto teatro romano que fica localizado bem no extremo sul da cidade. Sua construção é atribuída ao Rei Herodes e foi a primeira das instalações romanas de entretenimento construídas em seu reino.
O grande aqueduto de Cesareia foi construído para garantir um abundante suprimento de água. O aqueduto superior tem início nas fontes localizadas a uns 9 km a nordeste de Cesareia, no sopé da parte sul do Monte Carmelo.
Cesareia no Período Bizantino
Durante este período, Cesareia tornou-se um importante centro cristão romano. Orígenes, um dos pais da Igreja, fundou uma escola cristã na cidade que tinha uma biblioteca com mais de 30.000 manuscritos. No começo do século IV, o teólogo Eusébio, que foi bispo de Cesareia, compôs aqui sua monumental Historia Eclesiástica dos primórdios do cristianismo e o Onomasticon, um amplo estudo geográfico-histórico da Terra Santa.
A Cesareia bizantina era cercada por uma muralha de 2,5 km de comprimento, que protegia os bairros residenciais construídos do lado de fora da cidade romana que era bem menor.
A igreja principal era a Igreja do Martírio do Sagrado Procópio, construída no século VI sobre os remanescentes do templo romano de Augustos, sobre o pódio. Era uma igreja octogonal, de 39 m de largura, que se erguia dentro de um perímetro quadrado de 50 x 50 m, rodeada de salas ao longo das muralhas. O chão era lajeado com placas de mármore de formas variadas. Fora da linha de colunas do edifício, foram encontrados vários capitéis coríntios que foram decorados com cruzes.
Cesareia durante o período Árabe
Em 639, Cesareia foi conquistada pelos árabes e sua importância e população declinaram, diminuindo bastante devido ao abandono. As áreas urbanas foram abandonadas e substituídas por terraços para agricultura. A cidade árabe estava cercada, no século X da era cristã, por uma muralha de 3 m de espessura, cujos remanescentes foram encontrados durante as escavações.
Cesareia no período dos Cruzados
Em 1101, o exército franco comandado pelo Rei Balduíno I conquistou Cesareia das mãos dos muçulmanos. Esta tornou-se uma sede para um bispado e, além dos francos, nela se estabeleceram também cristãos orientais e muçulmanos. Os genoveses encontraram na cidade um vaso de vidro verde e declararam tratar-se do Santo Graal, o cálice usado por Jesus na Última Ceia. Foi levado para Gênova e colocado dentro da Igreja de S. Lourenço em Itália.
Cesareia foi posteriormente capturada por Saladino no ano de 1187 da era cristã, após um curto e duro cerco. Ela foi reconquistada em 1191 por Ricardo Coração de Leão, Rei de Inglaterra, que exilou os seus habitantes muçulmanos.
Frente à crescente ameaça muçulmana, Luís IX, Rei da França (que foi posteriormente canonizado), restaurou e fortificou Cesareia em 1251-52. Construiu uma majestosa muralha, de 4 m da espessura e cerca de 1,6 km de comprimento, cercava a cidade, e cobria uma área de mais de 16 hectares. A cidade era protegida ainda por um declive, por torres e um fosso de 10 m de profundidade e 15 m de largura que podem ser vistos ainda nos dias de hoje.
A catedral da cidade cruzada foi construída sobre o pódio erguido pelo Rei Herodes, a fim de servir de acrópole da cidade. A catedral do século XII, cuja parte oriental foi acrescentada nos meados do século XIII, era uma estrutura modesta medindo 55 x 22 m. O espaço interno dividia-se numa nave central e duas laterais, que terminavam no leste em três absides; o chão era decorado e repleto de mosaicos. A galeria abobadada era sustentada por pilares e pilastras retangulares.
A Cesareia cruzada chegou ao fim em 1265, quando o sultão mameluco Baybars atacou a cidade. Depois de um curto cerco, os defensores cruzados perderam a esperança e evacuaram a cidade. Os conquistadores mamelucos, temendo um retorno dos cruzados, derrubaram completamente as fortificações da cidade e atearam-lhe fogo.
Cesareia é um dos mais majestosos sítios arqueológicos de Israel que está aberto ao público. As novas escavações na década de 90 foram realizadas por duas expedições: a da Autoridade de Antiguidades de Israel foi dirigida por S. Porat; e a Expedição Conjunta de Cesareia, foi organizada pelo Centro de Estudos Marítimos da Universidade de Haifa, dirigida por A. Raban, da Universidade de Maryland, dirigida por K. Holum, e do Instituto de Arqueologia da Universidade de Haifa, dirigida por J. Patrich.
 Orígenes de Alexandria (185 - 254)
Orígenes é um dos maiores teólogos e escritores do começo do cristianismo. Com ele iniciou-se o posterior constante diálogo entre a filosofia e a fé cristã e uma tentativa de fusão das duas.

Ele aceitava com verdadeiros somente os quatro evangelhos e sustentava a necessidade do batismo, pois esse coincidia com a pratica e as regras da igreja que foi fundada sobre a tradição apostólica. Pregava que temos somente duas luzes para nos guiar, Cristo e a Igreja e essa última reflete fielmente os ensinamentos recebidos de Cristo como a lua reflete os raios do sol. O que distingue o cristão é pertencer à igreja e fora dela não existe salvação, quem vive à sua margem vive na escuridão.
Orígenes defendia que os escritores da Sagrada Escritura foram inspirados por Deus e por isso elas são obra de Deus, mas o autor inspirado conserva enquanto escreve, as suas faculdades mentais, ele sabe o que está escrevendo e tem a liberdade de escrever ou não. Se as Sagradas Escrituras tem origem em Deus, elas também têm que ter as suas características como a verdade, não podendo, portanto serem falsas. Existem para ele três formas de interpretarmos as Sagradas Escrituras: 1° literalmente, 2° Moralmente e 3° Espiritualmente. A interpretação espiritual é a mais importante e a mais difícil de ser feita. A forma como lemos as Escrituras Sagradas indica também o nosso estágio de amadurecimento espiritual e nossa capacidade intelectual.
As teorias de Orígenes convergem para a Trindade Divina e essa se diferencia de todas as outras criaturas por ser plenamente imaterial, onisciente e essencialmente santa. Os pecados somente podem ser perdoados através da ação concomitante do Pai, do Filho e do Espírito Santo. As três pessoas da Trindade são indivisíveis em presença e obra. Orígenes reafirma a virgindade de Maria, que foi casada com José, mas não se uniu carnalmente com ele. Coloca também em Pedro a fundação da Igreja.
Mas por mais que tentemos interpretar Deus, não poderemos nunca conhecer a sua natureza, pois ele é incompreensível para nós e impenetrável para nossa inteligência. Podemos somente compreender algumas coisas de Deus, mas ele é muito superior a esse nosso entendimento. Deus além de inteligência é a origem e causa de toda inteligência.
O filósofo defendia que a matéria existe em função do espírito e que se o espírito não tivesse necessidade da matéria ela não existiria, pois ela não tem o fim em si mesma.
Para Orígenes o fim vai ser igual ao começo, todas as coisas vão voltar a ser como foram criadas por Deus, vão ser refeitas como eram em seu estado original. O fim vai ser semelhante ao começo. Como teremos somente um fim assim tivemos também somente um começo.
Sobre o direito Orígenes formula a teoria das duas leis, as leis dos homens e as leis divinas. As leis dos homens são as formuladas pelos legisladores dos diversos estados e as leis divinas nos vem diretamente de Deus através das escrituras. Para ele se as leis dos homens não forem contra as leis divinas os cristãos devem seguir as leis dos homens, mas se os legisladores formularem leis que forem contra as leis divinas os cristãos não são obrigados a seguir essas leis e deve obedecer somente a lei divina, mesmo que isso implique a sua morte.
 Sentença:
- O nosso começo foi como será nosso fim.
Proximamente publicarei um texto sobre Haifa.


Haifa:

Caná:
Visita à Igreja que nos lembra o 1º Milagre de Jesus

Nazaré:

Lago Tiberíade:
Sobre as suas margens Jesus chamou Pedro, André, Tiago e outros apóstolos
Ordenou que a tempestade e as águas revoltas acalmassem.

Monte das Bem Aventuranças – Sermão da Montanha

Cafarnaum:
Onde jesus ensinava aos Sábados na Sinagoga local – Igreja da casa de São Pedro

Tabga:
Igreja do primado, onde se encontra uma rocha conhecida como “Mensa Christi”
Visita à Igreja da multiplicação dos pães e dos peixes
Travessia do lago de barco para Tiberíade

Monte Tabor:
Subida ao monte e visita â Igreja da Transfiguração – Aqui recordaremos Jesus, Pedro, Tiago e João

Nazaré - Visita à Basílica da Anunciação (Celebração da Eucaristia)

Jericó (Monte das Tentações)
Que nos relata a história de Josué, refere-se à vida de Jesus, à tentação de Jesus.

Rio Jordão
Onde lembraremos o baptismo de Jesus

Mar Morto
Visita às grutas de Qum Ram. Manuscritos do Mar Morto

Caminho para Jerusalém
Monte Scopus – Vista panorâmica de Jerusalém
Museu do Holocausto

Ein Karen – Local onde vivia Zacarias – 2 Igrejas
Evocação do nascimento de João Batista
Mistério da visitação de Nossa Senhora

Belém – Almoço
Visita ao campo dos pastores
Basílica da Natividade – Mandada construir pelo Imperador Constantino Sec IV
Igreja de Santa Catarina
Gruta de São Jerónimo

Jerusalém
Monte das Oliveiras – Vista para Jerusalém
Igreja da Ascenção
Igreja do Pater Noster –
Igreja das Nações ou da Agonia
Túmulo da Virgem e Gruta da Traição

Monte Sião
Cenáculo – recordando a ultima ceia
Túmulo do Rei David
Igreja da Dormição

Museu do livro – Onde se encontram os pergaminhos do Mar Morto

Via Dolorosa
Igreja do Santo Sepulcro
Igreja de Santa Ana
Muro das Lamentações
Visita a Jerusalém

Betânia – Tumulo de Lázaro

Jaffa – Profeta Jonas, assim como as visitas dos emissários de Cornélio a São Pedro
Igreja de São Pedro






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