quinta-feira, 23 de junho de 2016

Efemérides - Exposição do Mundo Português

A Exposição do Mundo Português  (23 de Junho — 2 de Dezembro de 1940) foi uma exposição realizada em Lisboa em 1940.
Historicamente coincidente com o primeiro ano da Segunda Guerra Mundial, teve o propósito de comemorar a data da Fundação do Estado Português (1140) e da Restauração da Independência (1640), mas, também (e esse seria o objetivo primordial), de celebrar o Estado Novo, então em fase de consolidação. Foi a maior exposição do seu género realizada no país até à Expo 98 (1998).
 Génese
A ideia de celebrar o duplo centenário da Fundação e da Restauração da nacionalidade (1140 e 1640) que esteve na origem da Exposição do Mundo Português foi lançada em 1929 pelo embaixador Alberto de Oliveira; seria assumida em Março de 1938 por Salazar através de uma Nota Oficiosa da Presidência do Conselho onde se fixava, com alguma minúcia, o programa das comemorações. A exposição surgiu na sequência da participação portuguesa nas grandes Exposições Internacionais de Paris (1937), Nova Iorque e S. Francisco (1939).
A mostra teve lugar num período de consolidação do Estado Novo, assumindo então, no que respeita aos recursos materiais e humanos, uma dimensão inédita, tornando-se no acontecimento político-cultural mais marcante do Regime
A opção estética adotada nas comemorações provocou críticas violentas por parte dos artistas académicos, liderados pelo Coronel Arnaldo Ressano Garcia (presidente da Sociedade Nacional de Belas-Artes), e que ficariam maioritariamente à margem do evento.
 Acontecimento nacional, prolongado em congressos, cerimónias e espectáculos vários, a exposição incluiu pavilhões temáticos relacionados com a história de Portugal, suas actividades económicas, cultura, regiões e territórios ultramarinos, e o pavilhão do Brasil  (o único país estrangeiro presente).

Referências:
1.    A.A.V.V. – Os anos 40 na Arte Portuguesa (tomo 1). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1982, p. 54-63.
2.    História de Arte em Portugal: o modernismo. Lisboa: Editorial Presença, 2004, p. 81-85

3.    Fernandes, José Manuel – Português Suave: Arquiteturas do Estado Novo. Lisboa: IPPAR, Departamento de Estudos, 2003 

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