segunda-feira, 8 de maio de 2017

Morre o Marquês de Pombal


Neste dia, 8 de Maio de 1782, morria o Político e diplomata português, Sebastião José de Carvalho e Melo, célebre ministro do rei D. José I, o mais notável estadista do seu tempo, não só de Portugal, como de toda a Europa. A sua grande capacidade de trabalho e de chefia revelou-se na forma como encarou o trágico terramoto ocorrido a 1 de Novembro de 1755.

Nascido em Lisboa a 13 de Maio de 1699, foi baptizado a 6 de Junho do mesmo ano na freguesia das Mercês, então instalada na capela da mesma invocação existente na rua Formosa, a qual pertencia a sua família; faleceu em Pombal a 8 de Maio de 1782. Era filho do capitão de cavalaria e fidalgo da Casa Real, Manuel de Carvalho e Ataíde (V. Portugal, vol. I, pág. 846), e de sua mulher D. Teresa Luísa de Mendonça e Melo, filha de João de Almeida e Melo, senhor dos morgados dos Olivais e de Souto do Rei. 

Foi embaixador de D. João V nas cortes inglesa e austríaca. Embora sem significativo sucesso para Portugal, estas missões foram importantes para a formação política e económica de Sebastião José de Carvalho e Melo. Na Áustria casou, em segundas núpcias, com D. Leonor Daun.

Em 1750, com a subida ao trono de Dom José, foi nomeado secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. A sua grande capacidade de trabalho e de chefia revelou-se na forma como encarou o trágico terramoto de 1755, momento a partir do qual se tornou o homem de confiança de D. José I.

Em presença do terrível desastre, encontrou-se completamente à altura das circunstâncias. Proveu logo à sustentação dos muitos infelizes que tinham ficado reduzidos à miséria pelo terramoto, ao estabelecimento da ordem, não lhe esqueceu enfim uma só das indispensáveis providências. Logo no dia seguinte ao da terrível catástrofe, tratou da reedificação de Lisboa com um plano muito mais vasto e muito mais regular do que o da antiga cidade. A planta da nova construção foi traçada pelo arquitecto Eugénio dos Santos.

Empenhou-se fortemente no reforço do poder régio, diminuindo o poder de algumas casas nobres. A 13 de Janeiro de 1759, acusados de tentativa contra a vida do rei, o duque de Aveiro, o marquês de Távora e a sua mulher foram torturados e executados em ato público.

Expulsou e confiscou os bens da Companhia de Jesus porque a sua influência na sociedade portuguesa e as suas ligações internacionais eram um entrave ao fortalecimento do poder régio. Em 1759, recebeu o título de conde de Oeiras e, em 1769, o de marquês de Pombal.

As dificuldades económicas do Reino, provocadas sobretudo pela interrupção na exploração do ouro brasileiro, obrigaram o marquês a retomar a política de fomento industrial que havia sido iniciada com o conde da Ericeira. Reformou o ensino, anteriormente nas mãos dos Jesuítas, através da adoção de novos métodos pedagógicos e da criação de novas escolas como o Real Colégio dos Nobres. Reformou a administração, as finanças e o sistema militar.

Cometeu vários abusos do poder, o que lhe valeu a antipatia e a criação de inúmeros inimigos. Com o falecimento de Dom José I, a oposição ao marquês tornou-se muito ativa e D. Maria I mandou realizar uma sindicância aos seus atos.

Exilado em Pombal, o marquês defendeu-se atribuindo responsabilidades ao rei Dom José I. Atendendo à sua idade avançada, 80 anos, foi apenas condenado a viver afastado de Lisboa. Faleceu em 1782 no seu palácio do Pombal.


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