Após desembarcar no Mindelo (que, na realidade aconteceu
na Praia dos Ladrões, em Pampelido) em 8 de Julho de 1832, o exército liberal liderado por D. Pedro IV vindo
dos Açores parte para a cidade do Porto, onde entra às primeiras horas da manhã
do dia 9.
Os soldados liberais a caminho do Porto, traziam no cano das espingardas
flores azuis e brancas, que no Norte se chamam hidrângeas e no Sul hortênsias.
Ao meio-dia chegava à Praça Nova, atual Praça da Liberdade. As tropas
miguelistas tinham deixado a cidade, o que terá constituído o primeiro grande
erro das forças leais a D. Miguel.
D. Miguel, quando soubera da saída de D. Pedro dos Açores, preparara a
defesa da cidade de Lisboa para resistir à invasão prevista. Porém, o Porto
ficou esquecido neste plano defensivo.
O visconde de Santa Marta,
comandante supremo da divisão miguelista que operava na região entre a Figueira
da Foz e Vila do Conde, assim que toma conhecimento do desembarque, retira-se
do Porto e, fixando-se em Vila Nova de Gaia, ordena que, ainda no dia 9, seja
feito fogo sobre a cidade para tentar refrear os liberais.
O almirante liberal Sartorius, por seu turno, no dia 10 de Julho, manda
alguns barcos entrarem na barra do Porto e abrirem fogo sobre as forças
miguelistas, enquanto, simultaneamente, a divisão liberal do tenente-coronel
João Schwalbach atravessa o rio e ocupa Gaia, obrigando os miguelistas a
recuarem até Oliveira de Azeméis. Os liberais, após este episódio, permanecem
no Porto, sendo desta feita a vez de eles próprios cometerem um erro de
estratégia, ao ficarem sitiados na cidade.
No dia 13 os miguelistas atacam violentamente sem, no entanto, obterem
grande êxito. Cinco dias volvidos, travou-se o combate de Penafiel, após o qual
os liberais são forçados a voltar ao Porto. O general realista Álvaro Xavier
Póvoas e o visconde de Santa Marta uniram as suas forças e rodearam o Porto,
pelo que D. Pedro mandou uma coluna atacar Valongo, mas caiu numa emboscada e
teve de recuar até Rio Tinto.
A Serra do Pilar, entretanto, é fortificada pelos realistas. D. Pedro, na
impossibilidade de ocupar o norte do país como previra, reorganiza o exército,
entregando o governo das armas do Minho ao brigadeiro Sebastião Drago Cabreira.
Depois envia Palmela para Londres para obter dinheiro, armas, cavalos e
mercenários. No dia 27 dá-se um violento combate ao sul de Grijó, onde Póvoas
vence as tropas de Vila Flor. Na cidade chega a pensar-se na retirada de D.
Pedro.
Entretanto, as tropas miguelistas passam a ser lideradas pelo general
Gaspar Teixeira e dá-se início ao cerco da cidade. Em 8 de Setembro, os
realistas iniciam os ataques e bombardeamentos, conseguindo no dia 16 ocupar o
morro das Antas.
Gaspar Teixeira decide então preparar um assalto à cidade, que fica marcado
para o dia 29, dia de S. Miguel. No entanto, encontrou uma tal resistência que
depressa o assalto se transformou numa retumbante derrota.
O cerco prossegue e na cidade do Porto começava a escassear de tudo e a
proximidade do inverno não melhorava de todo as expectativas.
No dia 1 de Janeiro de 1833 desembarca na Foz o general João Batista Solignac, a quem foi entregue o comando das forças liberais.
Por sua vez, no início de fevereiro, o comando das forças miguelistas passa
para o conde de S. Lourenço, para evitar a continuação das rivalidades entre o
general Póvoas e o visconde de Santa Marta.
No Porto surgem dois novos inimigos: a cólera e o tifo. Os liberais começam
apensar seriamente na capitulação.
No dia 1 de Junho Palmela desembarca na Foz, trazendo consigo voluntários e
navios, à frente dos quais estava o capitão da Marinha de Guerra Carlos Napier
(Charles
John Napier KCB (Falkirk, Stirling, Escócia, 6 de Março de 1786 — Catherington,
Hampshire, 6 de Novembro de 1860, foi um almirante das armadas britânica e portuguesa). Pouco depois, Napier, investido já do comando da esquadra, retomava um
antigo plano de ataque por mar contra Lisboa, que desagrada a D. Pedro, sendo
posteriormente substituído pelo desembarque no Algarve. No dia 21 de Junho
parte uma esquadra liberal rumo ao sul, sob o comando do duque da Terceira. Em
5 de Julho o exército realista lança um violento ataque à cidade, convicto de
que a partida da esquadra enfraquecera o poder das tropas ali estacionadas;
mas, uma vez mais, o ataque foi repelido.
No dia 25, dá-se um novo e ainda mais vigoroso ataque das tropas realistas,
agora já sob o comando do marechal de Bourmont. Os absolutistas são derrotados.
No dia seguinte, D. Pedro parte para Lisboa, já ocupada pelo duque da
Terceira, deixando a Saldanha a defesa da cidade do Porto. No dia 18 de Agosto,
Saldanha consegue uma brilhante vitória que obriga os absolutistas a levantar
parte do cerco e, posteriormente, a retirar as restantes forças. Em 20 de Agosto,
Saldanha regressa ao Porto em triunfo.
Guerra Civil e vitória dos liberais
· D.
Miguel regressou ao país como regente em 1828 e fez-se aclamar rei, em cortes
convocadas à maneira antiga em 1828. Restauração do absolutismo.
· Liberais
fogem para França e Inglaterra.
· D.
Pedro renuncia à coroa do Brasil no seu filho D. Pedro de Alcântara. Organiza a
resistência liberal na Ilha Terceira, nos Açores. Cria um governo de
regência liberal que conta também com Mouzinho da Silveira que inicia uma
importante obra reformista das estruturas do Antigo Regime, as reformas de
Mouzinho da Silveira.
· D.
Pedro reúne um exército liberal e desembarca no Porto, Mindelo, tomando a
cidade.
· Absolutistas
cercam o exército liberal sitiado na cidade do Porto.
· Liberais
desembarcam no Algarve liderados pelo Duque da Terceira tomam o Algarve e
marcham para Lisboa tomando a cidade em 24 de Julho de 1833.
· Coligação
de forças estrangeiras (tropas britânicas e espanholas) derrota exército
absolutista e impõe a paz de Évora Monte, (Convenção de Évora Monte) em 1834.
D. Maria torna-se rainha e D. Miguel refugia-se na Alemanha.
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