Faz hoje 521 anos que discretamente no dia 8 de Julho de 1497, partia do
Tejo, Vasco da Gama (Sines 1469 – Cochim, India, 24 de Dezembro 1524) com a sua
armada de exploração, rumo à Índia.
Foi rezada uma missa solene, na Igreja de Nossa Srª da Vocação em Belém, que o
Infante D. Henrique havia mandado erguer, no local onde hoje está, o Mosteiro
dos Jerónimos.
Seguiu-se uma procissão, para acompanhar os marinheiros até junto dos batéis, para embarcarem para as caravelas fundeadas ao largo.
Seguiu-se uma procissão, para acompanhar os marinheiros até junto dos batéis, para embarcarem para as caravelas fundeadas ao largo.
Tinham sido apetrechados quatro navios, com aproximadamente 170 homens,
o S. Gabriel, o S. Rafael, Bérrio e o S. Miguel:
·
São Gabriel,
uma nau de 27 metros de comprimento e 178 toneladas, construída
especialmente para esta viagem, comandada pelo próprio Vasco da Gama;
·
São Rafael, de dimensões
semelhantes à São Gabriel, também construída especialmente para esta viagem,
comandada por Paulo da Gama, seu irmão; no regresso, com a tripulação
diminuída, foi abatida em Melinde, prosseguindo na Bérrio e São
Gabriel.
·
Bérrio,
uma nau ligeiramente menor que as anteriores, oferecida por D. Manuel
de Bérrio, seu proprietário, sob o comando de Nicolau Coelho;
·
São Miguel, uma nau para
transporte de mantimentos, sob o comando de Gonçalo Nunes, que viria a ser
queimada na ida, perto da baía de São Brás, na costa oriental africana.
Vasco da Gama, desde 1496 que tinha sido nomeado para comandar esta expedição,
já por D. Manuel, que o havia chamado a Montemor-o-Novo, para o incumbir desta
missão e que Vasco da Gama havia aceitado comprometendo-se a atingir o seu objectivo,
desfraldar a bandeira da Ordem de Cristo
perante todos os povos que avistasse, defendendo-a com a vida e trazendo-a de
volta no seu regresso, vitorioso.
Na preparação da viagem Vasco da Gama pediu aos seus marinheiros que
aprendessem ofícios enquanto não embarcassem, para que durante a viagem, não
houvesse apenas marinheiros, mas especialistas noutras Artes como,
carpinteiros, cordoeiros, calafates, ferreiros e torneiros que pudessem
garantir a manutenção das embarcações, no decorrer da viagem.
Vasco da Gama, era oriundo duma família nobre, seu pai Estêvão da Gama fora alcaide de Sines assim, terá sido nesse lugar que Vasco da Gama por certo pela mão de seu pai, adquirira as necessárias noções da arte de marear, Matemática, Cosmografia e Astronomia, bem como o manuseamento de instrumentos náuticos, como a bússola ou o astrolábio.
Para além do facto descrito, da presença de D. Manuel em Évora, por
certo também devido à peste que grassava pela cidade, a falta de cerimonial na
partida da armada, também se deveu a questões de sigilo, decorrente do facto do
Tratado de Tordesilhas, assinado apenas 3 anos antes, marcara apenas a linha
divisória no Atlântico, mas não definira outra linha que passasse pela Ásia.
Colombo andava por outras paragens, havia nessa altura um casamento para negociar e à insistência espanhola para que fizessem explorações conjuntas, em demanda da Índia, Portugal resguardava-se de dar resposta.
Em
20 de Maio de 1498, a frota alcançou Kappakadavu,
próxima a Calecute, no actual estado
indiano de Kerala, ficando estabelecida a Rota do Cabo e aberto o caminho marítimo dos Europeus para a Índia.
Vasco da Gama iniciou a viagem de regresso a 29 de
Agosto de 1498.
Na viagem de ida, cruzar o Índico até à Índia com o
auxílio dos ventos de monção demorara apenas 23 dias. A de regresso, navegando
contra o vento, consumiu 132 dias, tendo as embarcações aportado em Melinde a 7
de Janeiro de 1499. Nesta viagem cerca de metade da tripulação sobrevivente
pereceu, e muitos dos restantes foram severamente atingidos pelo escorbuto, por
isso dos cerca de 170 homens que integravam a armada, só 55 regressaram a
Portugal. Apenas duas das embarcações que partiram do Tejo conseguiram voltar a
Portugal, chegando, respectivamente em Julho e Agosto de 1499.
A Bérrio, sendo a mais leve e rápida da frota, foi a
primeira a regressar a Lisboa, onde aportou a 10 de Julho de 1499, sob o
comando de Nicolau Coelho e tendo como piloto Pêro Escobar, que mais tarde
acompanhariam a frota de Pedro Álvares Cabral na viagem em que se registrou o achamento
do Brasil em Abril de 1500.
Vasco da Gama
regressou a Portugal em Setembro de 1499, um mês depois de seus companheiros,
pois teve de sepultar o irmão mais velho Paulo da Gama, que adoecera e acabara
por falecer na ilha Terceira, nos Açores. No seu regresso, foi recompensado
como o homem que finalizara um plano que levara oitenta anos a cumprir. Recebeu
o título de "Almirante-mor dos Mares das Índia", sendo-lhe concedida
uma renda de trezentos mil réis anuais, que passaria para os filhos que
tivesse. Recebeu ainda, conjuntamente com os irmãos, o título perpétuo de Dom
e duas vilas, Sines e Vila Nova de Milfontes.
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