Na Madrugada
do dia 4 de Fevereiro de 1961, grupos de guerrilheiros angolanos, comandados
por Neves Bendinha, Paiva Domingos da Silva, Domingos Manuel Mateus e Imperial
Santana, num total de cerca de duzentos homens, armados com catanas,
desencadearam uma série de acções na cidade de Luanda.
Um desses
grupos montou uma emboscada a uma patrulha da Polícia Militar, neutralizando os
quatro soldados, apoderando-se das suas armas e das munições. Com o objectivo
de libertar os presos políticos, assaltaram a Casa da Reclusão Militar, não
conseguindo os seus objectivos.
Outros alvos
foram a cadeia da PIDE, no Bairro de São Paulo e a cadeia da 7ª Esquadra da
PSP, onde havia também presos políticos. Tentaram igualmente ocupar a «Emissora
Oficial de Angola», estação de rádio ao serviço da propaganda do Estado.
Nestas acções,
morreram quarenta guerrilheiros, seis agentes da polícia e um cabo do Exército
Português, junto da Casa da Reclusão.
O Movimento
Popular de Libertação de Angola (MPLA), considera o 4 de Fevereiro como data do
início da luta armada em Angola. No entanto, na origem desta rebelião esteve o
cónego Manuel Joaquim Mendes das Neves (1896-1966), mestiço, natural da vila do
Golungo-Alto, missionário secular da arquidiocese de Luanda, o qual não estava
ligado ao MPLA.
(Fontes;
BRANDÃO, José, «Cronologia da Guerra Colonial», Prefácio Editora).
Diário de
Lisboa nº 13702, de 04-02-1961, p. 1
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