Efeméride de 01 de Agosto – Guerra Peninsular
A Guerra
Peninsular (1807–1814) foi um conflito militar entre o Primeiro Império Francês e os seus aliados do Império Espanhol,
contra a aliança do Reino Unido
da Grã-Bretanha e Irlanda e do Reino de Portugal pelo domínio da península Ibérica durante as Guerras Napoleónicas.
O conflito teve início quando os exércitos franceses e espanhóis invadiram e ocuparam Portugal em 1807, tendo voltado em 1808 após a
França se ter voltado contra a Espanha, sua aliada até então. A guerra
prolongou-se até à derrota de Napoleão pela Sexta
Coligação em 1814, sendo vista
como uma das primeiras guerras de
libertação nacional e
significativa na emergência da guerrilha em grande escala.
A guerra peninsular coincide com o que os historiadores hispanófilos denominam "Guerra de
Independência Espanhola", a qual teve início com o levantamento de dois de Maio de 1808 e terminou em 17 de Abril de
1814. A ocupação francesa destruiu o governo
da Espanha, que se fragmentou em diversas juntas provinciais que se disputavam entre
si.
Em 1810, o reconstruído governo nacional, as Cortes de Cádis, fortificou-se em Cádis, embora não tenha conseguido
reorganizar o exército devido ao cerco de mais de 70.000 soldados franceses.
Eventualmente, as forças britânicas e portuguesas asseguraram o controlo de
Portugal, usando o país como ponto de partida de campanhas contra o exército
francês e para o abastecimento das tropas espanholas. Ao mesmo tempo, o
exército e as guerrilhas espanholas empatavam um número considerável de tropas
napoleónicas. As forças aliadas, tanto regulares como irregulares, impediram os marechais franceses de subjugar as
províncias espanholas rebeldes ao restringir o domínio territorial francês,
fazendo com que a guerra se prolongasse por vários anos de empate.
O longo período de combate em Espanha representou um fardo
pesado para a Grande Armée francesa. Embora os franceses
obtivessem algumas vitórias em batalhas, as suas comunicações e linhas de
abastecimento eram sistematicamente sabotadas e as suas unidades eram
frequentemente isoladas, assediadas ou dominadas por partisans que praticavam uma guerrilha intensiva
de raides e emboscadas. Embora os exércitos espanhóis fossem sucessivamente
derrotados e empurrados para a periferia, reagrupavam-se e perseguiam
incessantemente os franceses.
As forças britânicas, sob o comando de Arthur Wellesley,
organizaram diversas campanhas contra os franceses em Espanha com o apoio
português. O exército português, desmoralizado na sequência das invasões
napoleónicas, foi reorganizado e reequipado sob o comando do general William Carr Beresford. Carr fora nomeado comandante-chefe das forças portuguesas pela família
real no exílio[i],
combatendo integrado no exército anglo-português sob o comando de Wellesley. Em 1812,
quando Napoleão partiu com grande parte do exército francês para a desastrosa campanha de conquista da Rússia, um
exército conjunto aliado liderado por Wellesley entrou em Espanha e conquistou Madrid. Perseguido pelo exército
espanhol, britânico e português e sem apoio da França, o marechal Nicolas Jean de Dieu Soult bateu em retirada, guiando o
desmoralizado e exausto exército francês pelos Pirenéus durante o inverno de 1813-14.
A guerra e a revolução contra a ocupação napoleónica levaram à redacção
da Constituição espanhola de 1812,
um marco do liberalismo europeu. No
entanto, o esforço de guerra destruiu o tecido social e económico de Portugal e
Espanha e provocou um período de instabilidade social e política e estagnação
económica. Neste período, desencadearam-se na península diversas e devastadoras
guerras civis entre facções liberais e absolutistas, lideradas por oficiais treinados
na guerra peninsular, e que se prolongaram até à década de 1850. As sucessivas
crises provocadas pela invasão, revolução e restauração precipitaram a
independência de grande parte das colónias espanholas e a independência do Brasil de Portugal.
[i] A transferência da corte portuguesa
para o Brasil foi o episódio
da história de Portugal em que a família real portuguesa (Dona Maria I), a sua corte se radicaram no
Brasil, entre 1808 e 1821. Tendo a leva inicial de 15 000 pessoas. Posteriormente,
após 1821, muitos destes voltaram a Portugal.
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