O Concílio de
Trento é concluído em 26 de Janeiro de 1564, estabelecendo a distinção entre o Catolicismo
Romano e o Protestantismo.
O Concílio de
Trento, realizado entre 1545 e 1563, foi o 19º concílio ecuménico da Igreja
Católica. Este concílio foi convocado pelo Papa Paulo III, nascido Alessandro Farnese
(Canino, 29 de Fevereiro de 1468 - Roma, 10 de Novembro de 1549), foi Papa de 13
de Outubro de 1534 até à data da sua morte, para assegurar a unidade da fé e a
disciplina eclesiástica, no contexto da Reforma da Igreja Católica e da reação
à divisão então vivida na Europa devido à Reforma Protestante, razão pela qual
é denominado também de Concílio da Contrarreforma. O Concílio foi realizado na
cidade de Trento, no antigo Principado Episcopal de Trento, região do Tirol
italiano.
O Concílio,
atrasado e interrompido várias vezes por divergências políticas ou religiosas,
foi um conselho de uma grande reforma, uma personificação dos ideais da
Contrarreforma. Tendo-se passado mais de 300 anos até ao Conselho Ecumênico
seguinte.
Ao anunciar o Concílio
Vaticano II, Concílio Vaticano II foi convocado no dia 25 de Dezembro de 1961,
através da bula papal "Humanae salutis", pelo Papa João XXIII. Este
mesmo Papa inaugurou-o, a ritmo extraordinário, no dia 11 de Outubro de 1962. O
Concílio, realizado em 4 sessões, só terminou no dia 8 de Dezembro de 1965, já
sob o papado de Paulo VI. João XXIII ou São João XXIII, nascido Angelo Giuseppe
Roncalli (Sotto Il Monte, 25 de Novembro de 1881 — Vaticano, 3 de Junho de 1963)
foi Papa de 28 de Outubro de 1958 até à data da sua morte. Pertencia à Ordem
Franciscana Secular e escolheu como lema papal: Obediência e Paz, afirmou que
os preceitos do Concílio de Trento continuam nos dias modernos, uma posição que
foi reafirmada pelo Papa Paulo VI.
O Concílio de Trento
foi o concílio ecuménico mais longo da História da Igreja Católica. Foi também
o concílio que "emitiu o maior número de decretos dogmáticos e reformas, e
produziu os resultados mais benéficos", duradouros e profundos "sobre
a fé e a disciplina da Igreja".
Para se opor
ao protestantismo, o concílio emitiu numerosos decretos disciplinares e
especificou claramente as doutrinas católico‐romanas quanto à salvação, os sete
sacramentos (como por exemplo, confirmou a presença de Cristo na Eucaristia), o
Cânone de Trento (reafirmou como autêntica a Vulgata) e a Tradição, a doutrina
da graça e do pecado original, a justificação, a liturgia e o valor e importância
da Missa (unificou o ritual da missa de rito romano, abolindo as variações
locais, instituindo a chamada "Missa Tridentina"), o celibato
clerical, a hierarquia católica, o culto dos santos, das relíquias e das imagens,
as indulgências e a natureza da Igreja. Regulou ainda as obrigações dos bispos.
Foram
criados seminários nas dioceses como centros de formação sacerdotal e
confirmou-se a superioridade do Papa sobre qualquer concílio ecuménico. Foi
instituído o "Index Librorum Prohibitorum", um novo Breviário (o Breviário
Romano) e um novo Catecismo (o Catecismo Romano). Tendo sido também reorganizada a Inquisição.
O Concílio decorreu em três
períodos:
1º Período (1545-1548)
— Celebraram-se 10 sessões, promulgando-se os decretos sobre a Sagrada
Escritura e Tradição, o pecado original, a justificação e os sete sacramentos
em geral e vários decretos de reforma disciplinar;
2º Período (1551-1552) — Celebraram-se 6
sessões, continuando a promulgar-se, simultaneamente, decretos de reforma e
doutrinais ainda sobre sacramentos, particularmente sobre a eucaristia
(nomeadamente sobre a questão da transubstanciação), a penitência, e a extrema-unção.
3º
Período (1562-1563) — Neste período realizaram-se 9 sessões, em que se
promulgaram importantes decretos doutrinais, mas sobretudo decretos eficazes
para a reforma da Igreja. Assinaram as suas actas 217 padres oriundos de 15
nações.
Os
decretos tridentinos e os diplomas emanados do concílio foram as principais
fontes do direito eclesiástico durante os 4 séculos seguintes, até à
promulgação do Código de Direito Canónico em 1917.
"No
Concílio, nenhum consenso foi possível, este acabou apenas por reafirmar os
princípios católicos, condenando o protestantismo. Entretanto, algumas medidas
moralizadoras começaram a ser tomadas, como a proibição da venda de
indulgências e a criação de escolas para a formação de eclesiásticos.
Na história de
Portugal, o concílio teve grande influência, quer pela participação e apoio dos
reis, quer pela influência que os seus decretos tiveram na vida eclesiástica e
social do país.
A Reforma
Católico‐romana foi reforçada pela criação, em 1540, da Companhia de Jesus,
ordem religiosa fundada pelo espanhol Inácio de Loyola. A Companhia de Jesus
transformou-se num verdadeiro "exército" em defesa da manutenção dos
princípios católicos e da evangelização na Europa, na Ásia e nas Américas.
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