sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Dia de Reis – Ultima celebração do nascimento de Jesus


Dia de Reis – Celebração do nascimento de Jesus

Último ano em que é celebrado o nascimento de Jesus pelos católicos nesta data, 6 de Janeiro de 353. O nascimento passará a ser comemorado no ano seguinte no solstício de Dezembro (25 de Dezembro). Os ortodoxos continuam a comemorar nesta data. O Imperador romano Constantino procurou resgatar a unidade religiosa do povo que governava. Constantino aproveitou a difusão do cristianismo para controlar o império. Foi ele que estabeleceu os costumes e rituais da Igreja Católica Romana, criada no Concílio de Nicéia em 325.

O Dia de Reis é celebrado anualmente a 6 de Janeiro. Esta celebração católica está associada à tradição natalícia, que diz que três reis magos do Oriente, visitaram o Menino Jesus na noite de 5 para 6 de Janeiro, depois de serem guiados por uma estrela.
A tradição manda que neste dia a família se volte a reunir para celebrar o fim dos festejos de Natal. É também o dia em que se cantam as Janeiras. O cântico das Janeiras começa no dia após o Natal e prolonga-se até ao Dia de Reis.

Segundo a tradição, os Reis Magos eram três: Gaspar, cujo nome significa “Aquele que vai inspecionar”; Melchior, que quer dizer: “Meu Rei é luz”; e Baltasar, que se traduz por: “Deus manifesta o Rei”.
Os Reis Magos só são mencionados em apenas um dos quatro evangelhos, o de Mateus. Nos 12 versículos em que trata do assunto, Mateus não especifica o número deles. Sabe-se apenas que eram mais de um, porque a citação está no plural – e não há nenhuma menção de que eram reis.

Cerca de 800 anos depois do nascimento de Jesus, eles foram associados a regiões do mundo antigo: Melchior, rei da Pérsia; Gaspar, rei da Índia; e Baltazar, rei da Arábia. Em hebreu, esses nomes significavam “rei da luz” (melichior), “o branco” (gathaspa) e “senhor dos tesouros” (bithisarea).
De qualquer forma, a tradição permaneceu viva e foi apenas no século III que eles receberam o título de reis – provavelmente como uma maneira de confirmar a profecia contida no Salmo 72: “Todos os reis hão de adorá-lo”.

O facto relevante é que a palavra mago deriva do latim magus e do grego mágos e significa sábio e sacerdote da Persia. Os Mágoi, ou Magos, faziam parte de uma casta sacerdotal detentora de todas as ciências, inclusive as ocultas. Dedicavam-se ao estudo da Astrologia e Astronomia. Tratavam-se de sacerdotes da religião zoroástrica e teriam ligação com Balaão, contemporâneo de Moisés (Números 24:17).
Tudo indica que os Magos eram astrólogos, já que seguiam estrelas e faziam cálculos para saber dia e local onde ocorreria o nascimento de Jesus, marcando o advento e o início de uma Nova Era: a Era de Peixes. A Estrela de Belém, tão mencionada nas escrituras, pode ter sido um alinhamento planetário entre Júpiter, Saturno e Marte, representando simbolicamente os três povos conhecidos: o branco (Júpiter) representado por Melchior, o negro (Saturno), representado por Baltazar, e o amarelo, asiático (Marte), Gaspar.

Esse alinhamento deve ter acontecido no signo de Peixes, no mesmo período em que tinha início a Era de Peixes, a era Cristã, marcada pelo nascimento de Jesus e pelo posicionamento do Equinócio a 0º da constelação de Peixes. Esse fenômeno celeste aconteceu por volta do ano 6 a.C., já que se sabe que o nascimento de Jesus pode ter ocorrido de 6 a 7 anos antes do início do nosso calendário, que passou por várias reformas e ajustes.
A Astrologia nesse período tinha um papel muito importante no médio oriente, por isso seria natural associar um evento celeste ao nascimento de Jesus, assim como se associou um eclipse à morte de Herodes e um cometa ao assassinato de Júlio César em 44 a.C. Estrelas em movimento ou cadentes pressagiavam a morte de grandes homens ou nascimento de deuses, como Agni, Buda e Cristo.

Foi Johannes Kepler, Astrólogo, astrônomo e matemático que, em 17 de Dezembro de 1603, na cidade de Praga, fez as primeiras associações astronômicas à Estrela de Belém. Ele estava a observar no seu telescópio a conjunção de Júpiter e Saturno na constelação de Peixes. Essa conjunção fazia com que os dois planetas somassem os seus brilhos e se parecessem com uma nova estrela, muito brilhante. Sendo um homem estudioso e postulante a pastor, Kepler lembrou-se do que havia lido num texto do Rabino Abravanel (1437-1508): os Astrólogos judeus diziam que quando Saturno fizesse conjunção com Júpiter em Peixes o Messias viria. Isto porque sabiam, e os Magos também, que a constelação de Peixes era conhecida como Casa de Israel, era o signo do Messias e sinal do fim dos tempos. Júpiter era a estrela real da casa de Davi e do príncipe do mundo e Saturno, a estrela protetora de Israel, da Palestina no oriente. Assim, eles compreenderam, por meio dos significados astrológicos da constelação e dos planetas envolvidos, que o Senhor do final dos tempos havia nascido.
Essa conjunção durou cinco meses durante o ano 7 a.C. – provável ano efetivo de nascimento de Jesus – de 29 de Maio a 08 de Junho, de 26 de Setembro a 6 de Outubro e de 05 a 15 de Dezembro e pôde ser vista com grande nitidez e claridade na região do Mediterrâneo. Kepler julgou ter encontrado a Estrela de Belém, coisa então não confirmada.

Foi apenas em 1925 que esse tema voltou a ser estudado. O estudioso alemão Paul Schnabel encontrou registos dessa conjunção em tabuinhas de argila datadas da antiga Babilônia e do período neo-babilônico. Essas pequenas tábuas estão em escrita cuneiforme e são registos astrológicos da antiga Escola de Astrologia de Sippar (Zimbir em sumério, Sippar em assírio-babilônio), atual sítio arqueológico de duas antigas cidades da baixa Mesopotâmia, separadas por apenas sete quilômetros na Babilônia, atual Iraque. Escavações realizadas no final do séc. XIX encontraram ainda os restos de um templo e um zigurate dedicado a Shamash – deus solar, e Ebabbar – o antigo escriba da Escola de Astrologia. Atualmente, essas tabuinhas encontram-se no Museu de Berlim, Alemanha.
Chegando ao local onde estava o menino Jesus, meses depois de seu nascimento, os magos abriram os cofres que transportavam e entregaram grande quantidade de presentes aos pais, Maria e José. Em seguida, cada um deles entregou uma moeda de ouro como presente para Jesus. O primeiro mago ofereceu-lhe ouro, o segundo incenso e o terceiro, mirra, para reafirmar a natureza nobre, a realeza de Jesus. Desde o início dos tempos o ouro é um dos artigos mais valiosos para a humanidade. O incenso aromático era o símbolo da função sacerdotal que Jesus viria a desempenhar e a mirra simbolizava o alívio das dores que Ele sofreria na sua crucificação. No ritual da Antiguidade, ouro era o presente para um rei. Incenso, para um religioso e Mirra, para um profeta. A mirra era usada para embalsamar corpos e, simbolicamente, representava a imortalidade.

Quem hoje visitar a Catedral de Colônia, na Alemanha, será informado de que ali repousam os restos dos 3 Reis Magos. De acordo com uma tradição medieval, os magos teriam se reencontrado quase 50 anos depois do primeiro Natal, em Sewa, uma cidade da Turquia, onde viriam a falecer. Mais tarde, seus corpos teriam sido levados para Milão, na Itália, onde permaneceram até o século 12, quando o imperador germânico Frederico dominou a cidade e trasladou as urnas mortuárias para Colônia.
De qualquer modo os Reis buscavam nas estrelas um caminho para o novo tempo, uma nova era de esperança e fé.


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