terça-feira, 31 de janeiro de 2017

NE Sagres foi aumentada ao efectivo da Armada Portuguesa

Fez ontem, 30 de Janeiro, 55 anos, que o NE Sagres foi formalmente aumentado ao efectivo dos navios da Armada Portuguesa pela Portaria n.º 189 97 de 30 de Janeiro de 1962.

O NRP Sagres ou NE Sagres é o principal navio-escola da Marinha Portuguesa.
O atual Sagres é o terceiro navio com esse nome a desempenhar funções de apoio á formação na área da náutica na Marinha Portuguesa. Tendo como missão principal permitir o treino e o contacto com a vida no mar aos cadetes da Escola Naval, futuros oficiais da Marinha Portuguesa. Complementarmente, é utilizado na representação nacional e internacional da Marinha e de Portugal
Na sua proa encontra-se representada a figura do Infante D. Henrique, o grande impulsionador dos descobrimentos portugueses, o seu casco, construído em chapas de aço de 10mm de espessura, é dotado de 23 velas, 10 de pano redondo e 13 de pano latino, sendo 11 triangulares e 2 quadrangulares. Um dos veleiros mais famosos no Mundo, conhecido pelas cruzes de Cristo vermelhas desenhadas nas velas redondas.

Construído nos estaleiros da Blohm & Voss, em Hamburgo, em 1937, para desempenhar funções como navio-escola da Marinha Alemã — onde era chamado Albert Leo Schlageter — juntamente com os seus semelhantes da classe Gorch Fock: o primeiro, que deu o nome à classe, o segundo, ex-Horst Wessel (atual USCGC Eagle), e o quarto, Mircea; houve ainda um quinto, o Herbert Norkus, destruído antes de ter sido terminado.
No final da II Guerra Mundial, foi apressado pelos Estados Unidos, sendo vendido à Marinha do Brasil em 1948 por um valor simbólico de $5.000 dólares. No Brasil recebeu então o nome de Guanabara, servindo como navio-escola até 1961, data em que foi adquirido por Portugal por 150.000 dólares para ser usado em substituição do Sagres II (ex-Rickmer Rickmers).

Parece que terá sido pela acção e empenho do Dr. Pedro Teotónio Pereira, na altura Ministro da Presidência e um grande amante da vela, que este negócio se terá concretizado. O navio recebeu o mesmo nome do seu antecessor, entrando ao serviço da Marinha Portuguesa em 8 de Fevereiro de 1962.
Por vezes o Sagres III é erradamente referido como "Sagres II", em virtude do desconhecimento da existência do primeiro navio com este nome. Na realidade, o primeiro Sagres foi uma corveta de madeira, construída em 1858 em Inglaterra. Fundeada no rio Douro serviu como navio-escola para alunos marinheiros, entre 1882 e 1898.

A 4 de Julho de 1984 foi feito Membro-Honorário da Ordem do Infante D. Henrique e, a 12 de Março de 2012 Membro-Honorário da Ordem Militar de Cristo.
Em 19 de Janeiro de 2010 partiu para a terceira volta ao mundo. No total, a viagem teve a duração de mais de 300 dias, dos quais 71 por cento a navegar e 29 por cento nos portos. O navio visitou 27 cidades costeiras, de 19 países diferentes, antes de regressar a Lisboa, em Dezembro de 2010. Durante esta terceira viagem, percorreu 40.000 milhas e navegou durante 5.500 horas. Foi também visitado por cerca de 300.000 pessoas.

Além das circum-navegações a Sagres participou na Regata Colombo (1992), nas comemorações dos 450 anos da chegada dos Portugueses ao Japão (1993) e ainda nas celebrações por ocasião dos 500 anos da Descoberta do Brasil (2000).

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