Historicamente coincidente com o primeiro ano da Segunda Guerra Mundial, teve o propósito de comemorar a data da Fundação do Estado Português (1140) e da Restauração da Independência (1640), mas, também (e esse seria o objetivo primordial), de celebrar o Estado Novo, então em fase de consolidação. Foi a maior exposição do seu género realizada no país até à Expo 98 (1998).
Génese
A ideia de celebrar o duplo centenário da Fundação e
da Restauração da nacionalidade (1140 e 1640) que esteve na origem da Exposição
do Mundo Português foi lançada em 1929 pelo embaixador Alberto de
Oliveira; seria assumida em Março de 1938 por Salazar através de uma Nota
Oficiosa da Presidência do Conselho onde se fixava, com alguma minúcia, o
programa das comemorações. A exposição surgiu na sequência da participação
portuguesa nas grandes Exposições Internacionais de Paris (1937), Nova Iorque e
S. Francisco (1939).
A mostra teve lugar num período de consolidação do
Estado Novo, assumindo então, no que respeita aos recursos materiais e humanos,
uma dimensão inédita, tornando-se no acontecimento político-cultural mais
marcante do Regime
A opção estética adotada nas comemorações provocou
críticas violentas por parte dos artistas académicos, liderados pelo
Coronel Arnaldo Ressano Garcia (presidente da Sociedade Nacional
de Belas-Artes), e que ficariam maioritariamente à margem do evento.
Acontecimento nacional, prolongado em
congressos, cerimónias e espectáculos vários, a exposição incluiu pavilhões
temáticos relacionados com a história de Portugal, suas
actividades económicas, cultura, regiões e territórios ultramarinos, e o
pavilhão do Brasil (o único país estrangeiro presente).
A
exposição foi visitado por cerca de 3 milhões de pessoas. A maioria foram
portugueses, mas por lá passaram também muitos estrangeiros, sendo um grande
número deles refugiados de guerra.
Tratou-se
de uma mostra com vários espaços dedicados a temas como a história de Portugal,
as colónias e a etnografia.
Para divulgar a ação do Estado Novo existia
também um bairro comercial e industrial, um pavilhão das telecomunicações e
outro do caminho-de-ferro.
A quase totalidade das construções e monumentos erigidos para a
exposição foram demolidos após o seu encerramento em Dezembro de 1940. Nos dias
de hoje sobrevivem o edifício do Museu de Arte Popular e a Praça do Império.
O Padrão dos Descobrimentos, em honra do Infante D. Henrique,
também nasceu nessa época, mas como uma construção efémera. Desmontado em 1958
seria reconstruído, já em betão e pedra, dois anos depois, por altura da
evocação dos 500 anos da morte do Infante.
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