Efeméride de
12 de Julho – Independência de São Tomé e Príncipe
Cerimónia a que eu tive a honra de participar, em 12 de Julho 2011, a convite do Comandante da Guarda Costeira Capitão-de-fragata Idalécio João.
Cerimónia a que eu tive a honra de participar, em 12 de Julho 2011, a convite do Comandante da Guarda Costeira Capitão-de-fragata Idalécio João.
São Tomé e Príncipe, oficialmente República Democrática de São Tomé e Príncipe,
é um estado insular localizado no Golfo da Guiné, composto por duas ilhas
principais (Ilha de São Tomé e Ilha do Príncipe) e várias ilhotas, num total de
1001 km², com cerca de 192 mil habitantes. Não tem fronteiras terrestres,
mas situa-se relativamente próximo das costas do Gabão, Guiné Equatorial, Camarões
e Nigéria.
História
As ilhas de São Tomé e Príncipe estiveram desabitadas
até 1470, quando os navegadores portugueses João de Santarém, Pêro Escobar e
João de Paiva as descobriram na zona do Golfo da Guiné.
Numa das várias revoltas internas nas ilhas, um escravo chamado Amador[i],
considerado herói nacional, controlou cerca de dois terços da ilha de São Tomé.
A agricultura só foi estimulada no arquipélago no século XIX, com o cultivo
de cacau e.
Em 1960, surge um grupo nacionalista opositor ao domínio português. Em 1972,
o grupo dá origem ao Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP), de
orientação marxista. Assim, em 1975, após cerca de 500 anos de controlo de
Portugal, o arquipélago é descolonizado.
Após a independência, foi implantado um regime socialista de partido único
e as plantações são nacionalizadas sob a alçada do MLSTP. Dez anos após a
independência (1985), inicia-se a abertura económica do país. Em 1990, adota-se
uma nova constituição, que institui o pluripartidarismo.
As ilhas de São Tomé e do Príncipe ficam
situadas junto à linha do Equador (atravessa o Ilhéu das Rolas) e a cerca de
300 km da costa Ocidental de África. Todo o arquipélago está inserido no rifte
da linha vulcânica dos Camarões.
São Tomé e
Príncipe tem um clima do tipo equatorial, quente e húmido, com temperaturas
médias anuais que variam entre os 22 °C e os 30 °C. É um país com uma
multiplicidade de microclimas, definidos, principalmente, em função da
pluviosidade, da temperatura e da localização. A temperatura varia em função da
altitude e do relevo.
Do total da
população de São Tomé e Príncipe, cerca de 180 mil vivem na ilha de São Tomé e
sete mil e quinhentos na Ilha do Príncipe.
Na década de
1970 houve dois fluxos populacionais significativos — o êxodo da maior parte
dos 4000 residentes portugueses e o influxo de várias centenas de refugiados
são-tomenses vindos de Angola.
Os ilhéus
foram na sua maior parte absorvidos por uma cultura comum luso-africana. Quase
todos pertencem às igrejas Católica Romana, Evangélica, Nazarena, Congregação
Cristã ou Adventista do Sétimo Dia, que, por sua vez, mantém laços estreitos
com as igrejas em Portugal.
O português
é a língua oficial de São Tomé e Príncipe, falada por cerca de 98,4% da
população do país, uma parte significativa dela como sua língua materna.
Economia
São Tomé e Príncipe tem apostado no turismo para o seu desenvolvimento, mas
a recente descoberta de jazidas de petróleo nas suas águas abriu novas, embora
ainda mal definidas perspectivas para o futuro. A cultura do Café e do Cacau assim
como a actividade pesqueira, continuam a ser as principais fontes económicas do
país. O país continua também a manter estreitas relações bilaterais com Portugal.
[i]
Amador,
o líder da grande revolta de escravos de 1595, é uma figura emblemática da
história de São Tomé e Príncipe. Desde 1976, quando o escudo português foi
substituído pela nova moeda dobra, as notas bancárias do país retratam a efígie de Amador,
concebida pelo artista são-tomense Protásio Pina (1960-1999).
Amador foi apresentado como
um percursor da luta pela libertação que “libertou uma grande parte do
território nacional…. Era um nacionalista que desafiou o sistema colonial.
Sobre a revolta dos escravos
em 1595 existem apenas dois documentos históricos considerados fontes
primárias. Ambos os relatórios foram escritos por contemporâneos dos acontecimentos,
na perspectiva dos colonos brancos de São Tomé. O primeiro documento, em
italiano, cujo original está no Arquivo do Vaticano, é anónimo e sem data e
intitula-se ‘Relatione
uenuta dall’ Isola di S.Tomé’
O segundo é um relatório da
revolta integrado no famoso manuscrito do são-tomense padre Manuel do Rosário
Pinto (1669-1738?) cujo original se encontra na Biblioteca de Ajuda em Lisboa.
Rosário Pinto foi deão da Sé e uma figura proeminente da sua época em São Tomé.
O seu manuscrito cobre o período de 1471 a 1734, ano da sua conclusão, e
integra um relatório anónimo contemporâneo da revolta do Amador ao qual Rosário
Pinto aparentemente teve acesso.
Este manuscrito foi publicado integralmente
pela primeira vez por António Ambrósio, em 1970.
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