Efeméride de 3 de Julho
- João Gonçalves Zarco
Fidalgo cavaleiro da casa do infante D. Henrique, pertencente a uma família distinta.
Seguiu desde muito novo a carreira marítima, e por mais de uma vez exerceu o comando das caravelas, que guardavam as costas do Algarve. Quando o infante D. Henrique se lançou no caminho das explorações marítimas, João Gonçalves Zarco foi o primeiro que se lhe ofereceu para o ajudar nesses empreendimentos.
Aproveitando o oferecimento, o infante D. Henrique, em 1418, mandou preparar um barco, e entregando-o a João Gonçalves Zarco e a Tristão Vaz Teixeira, mandou-os ou demandar terras desconhecidas, ou procurar umas ilhas que já apareciam nos mapas, e a que teriam aportado cinquenta ou sessenta anos antes outros navegadores portugueses.
João Gonçalves Zarco chegou depois dalguns dias de viagem, à ilha que chamou de Porto Santo, regressando a Portugal a dar conta do resultado da sua expedição.
O infante ficou muito satisfeito e mandou colonizar a ilha. Ordenou a João Gonçalves Zarco e a Trintão Vaz Teixeira que voltassem a Porto Santo, dando-lhes por companheiro Bartolomeu Perestrelo.
Foi nessa segunda viagem que descobriram ou demandaram a ilha da Madeira, saindo Tristão Vaz Teixeira e Gonçalves Zarco do Porto Santo no dia 1 de julho de 1419, e indo aportar à Madeira no cabo a que deram o nome de S. Lourenço, por ser esse o nome do navio que os transportava.
Fizeram de
seguida em torno da ilha uma viagem de circum-navegação, e foram dando nomes
aos diferentes acidentes da costa. Nessa viagem recebeu a principal baía da
ilha o nome de Baía do Funchal, e uma outra onde se viam muitos lobos que
caçaram, o nome de Câmara de Lobos.
Voltando
a Portugal, receberam do infante o devido prémio.
Dividindo
a ilha em duas capitanias, entregou uma delas, a do Funchal, a João Gonçalves
Zarco.
Partiu
este para a sua ilha, depois de ter casado com uma senhora de nome Constança
Rodrigues de Almeida, entregando-se à enorme tarefa de colonizar da sua propriedade.
Não se esqueceu contudo dos seus deveres de cavaleiro, nem sobretudo da multa
gratidão que devia ao infante D. Henrique, e, quando este quis tentar a
expedição a Tanger, veio colocar-se à sua disposição.
No cerco
de Tanger foi armado cavaleiro pelo infante, e escapando com vida a essa
desastrosa expedição, voltou para a Madeira
Diz-se
que terá sido ele, mas não se sabe com que fundamento, o primeiro a armar os
seus “barcos” com artilharia.João Gonçalves Zarco morreu na segunda metade do século XV, velho e feliz, deixando filhos que foram tronco de algumas das mais nobres famílias portuguesas na Madeira. O ramo principal da sua casa é hoje representado pelos descendentes dos condes e marqueses da Ribeira Grande.
Navios dos Descobrimentos
Pensa-se que a barca pescareza, destinada à faina de pesca e
originária da região de Lagos, foi empregue nos primeiros tempos da exploração
marítima pelo Infante D. Henrique. Tinha 13,5 metros de comprimento, 4,2 metros
de boca e também era de boca aberta e popa redonda. Tinha um só mastro onde
envergava uma vela triangular latina e a sua parecença, ainda que em tamanho
fosse bem mais pequena, levou a que fosse também denominada de caravela da
pesca. Dependendo da missão podia levar de 10 a 22 tripulantes.Com o desenrolar dos descobrimentos passou a ser usada como navio de apoio e graças à sua ligeireza desempenhou ainda o papel de aviso nas armadas daquela época, razão pela qual lhe deram o nome de mexeriqueira.
Todos estes barcos usavam remos.
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