A 9 de Outubro de 1261 - Nasce D.
Dinis, músico, escritor e rei de Portugal.
D. Dinis foi o sexto rei de
Portugal, filho de D. Afonso III e da infanta Beatriz de Castela, neto de
Afonso X de Castela. Nasceu em Santarém a 7 de Janeiro 1261 e faleceu em Lisboa
a 9 de Outubro de 1325. Subiu ao trono em Lisboa em 1279. Quando subiu ao
trono, Portugal encontrava-se em conflito com Igreja Católica. D. Dinis
normalizou a situação assinando um tratado com o Papa onde jurava proteger os
interesses de Roma em Portugal. Foi um rei administrador e não guerreiro.
Conseguiu a paz com Castela e definiram-se as fronteiras entre estes dois
países. Depois de ter acabado a reconquista, foi necessário fortalecer a
autonomia do país e enriquecer o poder do rei, refazer a agricultura e
desenvolver a economia. Salvou a Ordem dos Templários passando a chamar-lhes
Ordem de Cristo. É evidente que este rei foi muito importante na história
portuguesa porque além de se dedicar à administração, a economia, a cultura
entre outras coisas.
D. Dinis foi cognominado de “O
Rei-Agricultor” ou “O Lavrador” por ter aprovado várias medidas que protegiam a
agricultura. Mandou plantar o pinhal de Leiria para proteger as terras
agrícolas das áreas costeiras. Criou quintas nas terras de Entre Douro e Minho
e ordenou que os lavradores recebessem salário. Ordenou a exploração de minas
de cobre, prata, estanho e ferro e assinou o primeiro tratado comercial com o
rei de Inglaterra, no ano de 1308. Protegeu a exportação de produtos agrícolas
para a Flandres, Inglaterra e França. Essas exportações envolveram ainda sal e
peixe salgado. Em troca vinham minérios e tecidos. Começou a interessar-se
também pelo desenvolvimento do comércio marítimo e aperfeiçoamento dos
processos de navegação. Contratou marinheiros italianos para virem trabalhar em
Portugal. Antes, as ordens religiosas exploravam as terras, mas só com D. Dinis
todo o povo começou também a fazê-lo, o que facilitou a distribuição de terras.
O número de feiras oficiais,
freiras francas, cresceu bastante no reinado de D. Dinis, o que mostra que a
actividade agrícola se expandia e produzia o suficiente para vender. De
qualquer forma, estas feiras estenderam-se mais no norte do país, mas o
comércio estava mais desenvolvido nas cidades do centro e sul. D. Dinis, além
de desenvolver a agricultura também reconstruiu castelos antigos, levantou
novos e fundou o mosteiro de Odivelas. Podemos dizer que na agricultura foi um
rei muito activo, que além de proteger as terras agrícolas, criar novas
quintas, desenvolver o comércio marítimo, dedicou-se à cultura reconstruindo
castelos antigos ou fundando novos.
Durante o seu reinado, Lisboa foi
um dos centros Europeus de cultura. Foi D. Dinis que, em 1290, com o apoio do
Papa, criou a primeira universidade portuguesa, a famosa Universidade de
Coimbra, fundada pelo seu decreto Magna Charta Priveligiorum. Começou a usar-se
a língua portuguesa nos documentos escritos.
A cultura foi um dos seus
interesses pessoais. D. Dinis gostava de literatura, escreveu ele próprio
vários livros, com temas como administração ou caça, além de vários volumes de
poesia. Por tudo isso foi lhe atribuído o cognome de “O Rei-Poeta”. O cognome de
“O Rei-Trovador” recebeu pelas Cantigas de Amigo que compôs e pelo
desenvolvimento da poesia trovadoresca que marcou o seu reinado. Podemos dizer
que a cultura foi a sua paixão e com a sua poesia enriqueceu a literatura do
fim do século XIII e do início do século XIV.
Excelente texto que reproduz em poucas linhas o reinado de um ilustre português.
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