A
18 de Outubro de 1936 Parte de Lisboa o paquete Luanda com os primeiros
prisioneiros políticos destinados ao campo de concentração do Tarrafal (Cabo
Verde). Atingirá a ilha de Santiago, a 29 de Outubro com 152 condenados.
A Colónia Penal do Tarrafal, situada no lugar de Chão Bom
do concelho do Tarrafal, na ilha de Santiago (Cabo Verde), foi criada pelo
Governo do Estado Novo ao abrigo do Decreto-Lei n.º 26 539, de 23 de Abril de
1936.
Em 18 de Outubro de 1936 partiram de Lisboa, embarcados no paquete
Luanda, os primeiros 152 detidos, entre os quais se contavam participantes do
18 de Janeiro de 1934 na Marinha Grande[i]
(37) e alguns dos marinheiros que tinham participado na Revolta dos
Marinheiros[ii]
ocorrida a bordo de navios de guerra no Tejo em 8 de Setembro daquele ano de
1936.
O Campo do Tarrafal, ou Campo de Concentração do
Tarrafal, como ficou conhecido, começou a funcionar em 29 de Outubro de
1936, com a chegada dos primeiros prisioneiros.
[i] Preparado
inicialmente como uma greve, as acções previstas para o dia 18 de Janeiro nos
centros fabris de Silves, Barreiro e na Marinha Grande, foram acções
descoordenadas, mal preparadas que condenaram ao fracasso a contestação que os anarcossindicalistas,
até à altura a principal força junto do operariado português, queriam
transformar num grande braço de ferro com o Estado Novo, e abrir caminho para a
ascensão do PCP como principal força de contestação junto da população
trabalhadora
[ii] A Revolta
dos Marinheiros, ou Motim dos Barcos do Tejo, foi um levantamento
militar ocorrido a 8 de Setembro de 1936 a bordo dos navios Armada Portuguesa NRP
Dão, NRP Bartolomeu Dias e NRP Afonso de Albuquerque. O
levantamento foi organizada pela Organização Revolucionária da Armada, uma
estrutura ligada ao Partido Comunista Português que visava a solidariedade com
as forças republicanas em Espanha. A rebelião foi esmagada, resultando na morte
de 10 marinheiros e na deportação de outros 60 para o Campo de Concentração do
Tarrafal. Foram demitidos diversos oficiais e sargentos. Foi o último desafio
militar ao Estado Novo até 1974.
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