A 21 de outubro de 1147 - Martim
Moniz morre entalado numa das portas do Castelo de Lisboa
Em 1147, D. Afonso Henriques,
ajudado por cruzados vindos do Norte a caminho da Terra Santa, inicia um cerco
ao Castelo de Lisboa,
com o objectivo de conquistar esta fortificação aos mouros. Durante uma das
investidas, concretizada a 21 de Outubro de 1147, teria existido um tal Martim
Moniz que se deixou entalar numa das portas do castelo para permitir a entrada
dos sitiantes. Os historiadores não conseguem comprovar a existência real de
tal personagem por não ter sido encontrado até agora qualquer documento da
época que a ela faça referência. Citam-na, no entanto, como figura lendária da
história de Portugal.Quem terá sido Martim Moniz? A lenda
De acordo com a lenda, terá sido um nobre cavaleiro que lutou com heroísmo durante aquele cerco, ao lado das forças cristãs sob o comando do rei D. Afonso Henriques (1109-1185).
Ao perceber que uma das portas do
Castelo se encontrava entreaberta, atacou-a individualmente, sacrificando a própria
vida ao atravessar o seu corpo no vão da mesma, como forma de impedir o seu encerramento
pelos defensores.
Esse gesto heróico permitiu a
chegada e o acesso dos restantes combatentes, que assim conseguiram conquistar o
castelo. Em sua homenagem, esse acesso ficou conhecido como Porta de Martim
Moniz.Os dois únicos testemunhos coevos da conquista de Lisboa aos mouros são as cartas dos cruzados Osberno ("De expugnatione Lyxbonensi") e Arnulfo, que, em suas narrativas, não citam nem este personagem e nem este episódio.
Alexandre Herculano considerou
como lendário o episódio narrado pela tradição, embora pareça plausível no
contexto, à época.
Embora existam controvérsias a
nível de pesquisa genealógica, alguns autores acreditam que o personagem na
realidade tenha sido filho de D. Mónio Osores de Cabreira e de Maria Nunes de
Grijó, casado com Teresa Afonso (que alguns apontam como filha bastarda de D.
Afonso Henriques) com quem gerou três filhos:
Pedro Martins da Torre
(1160-1???), senhor da Torre de Vasconcelos (do qual provém a importante
linhagem dos Vasconcelos);
João Martins de Cabreira Salsa
(1???-1???); Martim Martins de Cabreira (1???-12??) (Arcediago da Sé de Braga), que deixou testamento posterior a 1256, em que nomeou por herdeiro o seu sobrinho-neto, Estêvão Anes de Vasconcelos.
Os genealogistas apontam um outro
personagem com o nome de Martim Moniz, que teria existido em 1149, casado com
Ouroana Rodrigues. Filho de Moninho Viegas, senhor com possessões em Arouca, de
onde era abadessa Mór Martins, filha (ou descendente) deste Martim.
Uma terceira versão, atribuída
pelos genealogistas a Maria Moniz de Cabreira, irmã do herói de Lisboa, reporta
que este teve um filho batizado, mas que nunca soube quem foi o pai.
Alfredo Pimenta, na obra A
façanha de Martim Moniz de 1940, comenta a existência de documentos datados
desde 1258 que fazem referência ao portão de Martim Moniz.
O monumentoPróximo à Porta de Martim Moniz, na antiga cerca moura de Lisboa, ergue-se um busto do herói. Nma placa epigráfica de mármore, sobre a porta, colocada por um descendente da família Vasconcelos em meados do século XVII, lê-se:
"El-Rei dõ Afonso Henriques
mandou aqui colocar esta statua e cabeça de pedra em memória da gloriosa morte
que dõ Marti Muniz progenitor da família dos Vasconcelos recebeu nesta porta
quando atravessando-se nela franqueou aos seus a entrada com que se ganhou aos
mouros esta cidade no ano de 1147."
"João Roiz de Vasconcelos e
Sousa Conde de Castel Melhor seu décimo quarto neto por baronia fes aqui por
esta inscrição no ano de 1646."
Martim Moniz é igualmente o nome
de uma grande praça no sopé do Castelo de Lisboa (no coração da freguesia do
Socorro), bem como da estação de metropolitano que a serve.
in Wikipedia
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