As origens históricas nacionais da independência
de Cabo Verde podem ser localizadas no final do século XIX e no início do
século XX. Foi um processo gradual. Surgiu como uma tentativa de solução para
as reivindicações da elite crioula de então, que
protestava contra o desleixo e a negligência da metrópole portuguesa em relação
ao que se passava em Cabo Verde.
Com o processo de formação nacional, muito cedo
a máquina administrativa foi sendo assegurada pelos nascidos em Cabo Verde, ou
pelos que já tinham grande identificação com a colónia, com excepção aos cargos
elevados como governadores, chefes militares etc., ainda reservados aos
representantes da soberania de Portugal. Esta "auto-suficiência"
administrativa de Cabo Verde estava associada a uma escolarização relativamente
desenvolvida e à existência de uma imprensa mais ou menos dinâmica introduzida
por Portugal, que contribuíram para o surgimento de uma elite intelectual e
burocrática. Esta começou, no século XX, a discutir cada vez mais a questão da
independência, gerando um clima de atrito com os representantes da metrópole.
Os leitores que acompanhavam a imprensa oficial entendiam que se devia lutar
pela independência ou, pelo menos, por uma autonomia honrosa.
Em 1956, Amílcar Cabral, Aristides Pereira, Luís
Cabral, entre outros jovens patriotas das hoje Guiné-Bissau e Cabo Verde, fundaram
o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, que surgiu
no contexto do movimento libertador africano, que ganhou força depois
da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Esses patriotas formaram uma
unidade popular para lutar contra o que chamavam de "deplorável política
ultramarina portuguesa, afirmando que as vítimas dessa política desejavam
ver-se livres do domínio português".
A 19 de Dezembro de 1974, foi assinado um acordo
entre o "Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde"
e Portugal, instaurando-se um governo de transição em Cabo Verde, governo esse
que preparou as eleições para uma Assembleia Nacional Popular. A 5 de Julho de
1975, proclamou-se a independência do país.
Cabo Verde, oficialmente República
de Cabo Verde, é um país
insular localizado num
arquipélago formado por dez ilhas
vulcânicas, Santo
Antão, São Vicente, Santa Luzia, São Nicolau, Sal,
Boavista, Maio, Santiago, Fogo, Brava, na região central do Oceano
Atlântico. A cerca de 570 quilómetros da costa da África Ocidental, as ilhas cobrem uma
área total de pouco mais de 4.000 quilómetros quadrados.
Os exploradores portugueses descobriram e colonizaram as ilhas
desabitadas no século XV.
O nome do país provém da vizinha Cap-Vert, na costa senegalesa que,
por sua vez, foi originalmente chamada "Cabo Verde" quando avistada
por exploradores portugueses em 1444, foram descobertos alguns anos antes das
ilhas.
No século XX, a partir da década de 50, começam
a surgir os movimentos independentistas no continente africano.
Os cabo-verdianos são, na sua maioria, cristãos
(mais de 95%), com os católicos representando 85% da população religiosa.
Há pequenas minorias muçulmanas, judeus e
da Fé Bahá'í. A liberdade de religião é garantida
pela Constituição e respeitada pelo governo. Há boas relações entre as diversas
confissões religiosas.
A língua oficial é o português, usado nas escolas, na administração
pública, na imprensa e nas publicações. A língua nacional de Cabo Verde, a
língua do povo, é o crioulo cabo-verdiano (o criol ou kriolu).
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