A 24 de Julho de 1704 – A Cidade
de Gibraltar é ocupada pelas forças do almirante inglês George Rooke, durante a
Guerra de Sucessão de Espanha.
A cidade de
Gibraltar é um pequeno enclave britânico de 6 km quadrados em território
reivindicado pelo governo espanhol, no extremo sul da Península Ibérica que
ocupa uma posição de grande importância estratégica por estar situada aos pés
de uma rocha calcária de mais de 400 metros de altura, numa pequena península
separada do restante território Espanhol por um istmo arenoso. Assim, a
localidade possui um grande poder de defesa em pleno Estreito de Gibraltar, uma
passagem (durante muitos séculos, a única) do Mar Mediterrâneo para o Oceano
Atlântico, e passagem natural entre a África e a Europa.
Durante a Guerra de Sucessão Espanhola[[i]1], a
Inglaterra viu a oportunidade de se apropriar da cidade de Gibraltar, muito
importante para o controle do estreito do ponto de vista estratégico-defensivo,
e para isso, abriu mão do respeito às regras da guerra prezadas pela obra de
Grotius, já que desrespeitou sua aliança com a Áustria (por quem, segundo a
declaração de guerra, lutaria, em favor da causa do pretendente austríaco ao
trono espanhol) e ainda deferiu à localidade um irredutível cerco naval,
privando a população civil de mantimentos e instrumentos de defesa, além de
submetê-la a bombardeios e ataques dos soldados, enquadrando sua ação no
conceito de guerra injusta do jurista holandês.
[i]
A guerra de Sucessão Espanhola foi um conflito não apenas do âmbito
interno espanhol, mas de dimensões internacionais, já que acabou envolvendo
países com diversos interesses sobre o destino do trono espanhol a uma dinastia
ou a outra. Foi finalizada com o Tratado de Utrecht, o qual lançaria as bases
de um comportamento que respeitasse as normas escritas entre as nações
européias.
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