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13 de Agosto de 1961 – Tem início a construção do Muro de Berlim.
Em 13 de Agosto
de 1961, guardas da Alemanha Oriental começaram a separar com arame farpado e
cimento os lados oriental e ocidental de Berlim, isolando Berlim Ocidental
dentro do território da Alemanha Oriental. A construção do muro teve como
objetivo separar as duas áreas da cidade de Berlim, à época dividida em um
setor capitalista e outro socialista. A construção deste abominável símbolo da
Guerra Fria iniciou-se a 13 de Agosto de 1961, estendendo-se por 37 quilómetros
dentro da zona urbana da cidade de Berlim com cerca de 3 milhões de habitantes
dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de
observação, 127 redes metálicas electrificadas com alarme e 255 pistas de
corrida para cães de guarda. Este muro era patrulhado por militares da Alemanha
Oriental Socialista com ordens de atirar para matar os que tentassem escapar, o
que provocou, segundo dados do regime socialista, a morte de 80 pessoas, 112
feridos e milhares aprisionados nas diversas tentativas de fuga para o ocidente
capitalista, além de separar, até à sua queda, dezenas de milhares de famílias
berlinenses que ficaram divididas e sem contato algum. Os números de mortos,
feridos e presos é controverso pois os dados oficiais do fechado regime
socialista são contestados por diversos órgãos internacionais de Direitos
Humanos.
As origens da
construção do muro encontram-se no fim da Segunda Guerra Mundial, com a derrota
da Alemanha e sua consequente ocupação pelas forças aliadas. Cada país vencedor
"herdou" um setor da cidade de Berlim, e desse modo foram criados 4
sectores, um americano, um inglês, um francês e outro soviético. Os três
primeiros sectores uniram-se para formar a área da cidade que adotaria o regime
capitalista, Berlim Ocidental, que seria anexada à nascente República Federal
da Alemanha (a capitalista Alemanha Ocidental). O lado soviético daria origem a
Berlim Oriental, que se tornaria a capital da Alemanha Oriental.
Tal situação
gerou uma configuração estranha dentro da Alemanha dividida, pois o sector
capitalista de Berlim estava mergulhado em território da Alemanha Oriental,
formando assim, um enclave capitalista dentro do país socialista, complicando
as comunicações de Berlim Ocidental com seu próprio país.
O funcionário
do Serviço de Defesa da Constituição de Berlim que estava de plantão no segundo
final de semana de Agosto de 1961 não esperava ocorrências extraordinárias. Mas
já na madrugada de sábado para o domingo, dia 13, ele foi surpreendido à 1h54m
pela notícia de que o tráfego de comboios entre Berlim Ocidental e Berlim Oriental
fora suspenso.
A abrangência
do facto, porém, só ficou clara quando o dia amanheceu. A República Democrática
Alemã (RDA) dera início à construção de um muro entre as duas partes de Berlim,
cortando o acesso de 16 milhões de alemães ao lado ocidental. "A fronteira
em que nos encontramos, com a arma nas mãos, não é apenas uma fronteira entre
um país e outro. É a fronteira entre o passado e o presente", era a
interpretação ideológica do governo alemão oriental.
Queda após 28
anos
A RDA via com
razão ameaçada em sua existência. Cerca de 2 mil fugas diárias haviam sido
registradas até aquele 13 de Agosto de 1961, ou seja, 150 mil desde o começo do
ano e mais de 2 milhões desde que fora criado o "Estado dos trabalhadores
e dos camponeses". O partido SED tentou controlar este êxodo com o auxílio
de arame farpado e cimento, levantando um muro de 155 quilómetros de extensão
que interrompia estradas e linhas férreas e separava famílias.
Ainda dois
meses antes, Walter Ulbricht, chefe de Estado e do partido, desmentira boatos
de que o governo estaria a planear fechar a fronteira: "Não tenho
conhecimento de um plano desses, já que os operários da construção estão
ocupados levantando casas e toda a sua mão-de-obra é necessária para isso.
Ninguém tenciona construir um muro".
Nos
bastidores, porém, corriam os preparativos, sob a coordenação de Erich Honecker
e com a bênção da União Soviética. Guardas da fronteira e batalhões fiéis ao
politburo encarregaram-se da tarefa. Honecker não tinha a menor dúvida:
"Com a construção da muralha antifascista, a situação na Europa fica
estabilizada e a paz, salvaguardada".
As potências
ocidentais protestaram, mas nada fizeram. Para os berlinenses de ambos os lados
da fronteira, a brutalidade do muro passou a fazer parte do cotidiano. Apenas
11 dias após a construção, morreu pela primeira vez um alemão-oriental abatido
a tiro durante uma tentativa de fuga. A última vítima dos guardas da fronteira
foi Chris Gueffroy, morto em Fevereiro de 1989.
Reação às
fugas
Até 1989, o
Muro de Berlim foi o símbolo por excelência da Guerra Fria, da bipolarização do
mundo e da divisão da Alemanha.
Ainda no
início de 1989, Honecker, no poder desde 1971, manifestava confiança na sua
estabilidade: "O muro ainda existirá daqui a 50 ou cem anos, enquanto não
forem ultrapassados os motivos que levaram à sua construção".
Apenas dez
meses depois, em 9 de Novembro daquele ano, os habitantes de ambas as partes da
cidade caíam incrédulos nos braços uns dos outros, festejando o fim da muralha
que acabou sendo derrubada pouco a pouco e vendida aos pedaços como suvenir.
Menos de um
ano depois, o país dividido desde o fim da Segunda Guerra foi unificado.
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