Os bombardeamentos atômicos das cidades de Hiroxima e
Nagasaki foram realizados pelos Estados Unidos contra o Império Japonês durante
os finais da Segunda Guerra Mundial, em 6 Agosto de 1945. Foi o primeiro e
único momento na história em que armas nucleares foram usadas e contra alvos
civis.
Depois de uma campanha de bombardeamentos que destruiu
grandemente várias cidades japonesas, os Aliados preparavam-se para uma invasão
do Japão. A guerra na Europa tinha terminado com a Alemanha nazi a assinar o
acordo de rendição a 8 de Maio de 1945, mas a Guerra do Pacífico continuava.
Juntamente com o Reino Unido e a China, os Estados Unidos exigiram a rendição
incondicional das forças armadas japonesas na Declaração de
Potsdam[i]
em 26 de Julho de 1945, ameaçando uma "destruição rápida e total".
Em agosto de 1945, o Projeto Manhattan[ii]
tinha testado com sucesso um engenho atômico e produzidas armas com base em
dois projetos alternativos.
A primeira bomba atômica de urânio designada por “Little
Boy” foi lançada, a 6 de Agosto de 1945 sobre a cidade de Hiroxima, seguido
por uma explosão de uma bomba nuclear de plutônio, designada por “Fat Man”,
sobre a cidade de Nagasaki em 9 de Agosto. Durante os primeiros 2-4 meses após
os rebentamentos atômicos, os efeitos das explosões provocaram a morte entre 90
mil e 166 mil pessoas em Hiroxima e 60 mil e 80 mil em Nagasaki; sendo que cerca
de metade das mortes em cada cidade ocorreu no primeiro dia. Durante os meses
seguintes, várias pessoas morreram devido a queimaduras, envenenamento
radioativo e outras lesões, que foram agravadas pelos efeitos da radiação. Em
ambas as cidades, a maioria dos mortos fossem civis, embora em Hiroxima estivessem
estacionados muitos militares.
Em 15 de Agosto, poucos dias depois do bombardeamento de
Nagasaki e da declaração de guerra da União Soviética, o Japão anunciou sua
rendição aos Aliados. Em 2 de Setembro, o governo japonês assinou o acordo de rendição[iii],
pondo fim à Segunda Guerra Mundial. O papel dos bombardeamentos na rendição do
Japão e a sua justificação ética continuam a merecer grandes debates entre
acadêmicos, militares e sociedade civil.
O uso de armas atómicas durante o conflito justifica que
entendamos o que foi a Segunda Guerra Mundial e, em que enquadramento ocorreu.
A Segunda Guerra Mundial foi um conflito militar
global que durou de 1939 a 1945, envolvendo a maioria das nações do mundo —
incluindo todas as grandes potências — organizadas em duas alianças militares
opostas: os Aliados e o Eixo. Foi a guerra mais abrangente da
história, com mais de 100 milhões de militares mobilizados. Em estado de
"guerra total", os principais envolvidos dedicaram toda sua
capacidade econômica, industrial e científica ao serviço dos esforços de
guerra, deixando de lado a distinção entre recursos civis e militares. Marcado
por um número significante de ataques contra civis, incluindo o Holocausto e a única vez em que armas nucleares
foram utilizadas em combate, foi o conflito mais mortal da história da
humanidade, resultando entre 50 a mais de 70 milhões de mortes.
Geralmente considera-se o início da guerra como sendo a
invasão da Polónia pela Alemanha Názi em 1 de Setembro de 1939 e subsequentes
declarações de guerra contra a Alemanha pela França e pela maioria dos países
do Império Britânico e da Commonwealth.
A guerra terminou com a vitória dos Aliados em 1945,
alterando significativamente o alinhamento político e a estrutura social
mundial. Enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) era estabelecida para
estimular a cooperação global e evitar futuros conflitos, a União Soviética e
os Estados Unidos emergiam como superpotências rivais, iniciando uma Guerra
Fria que se estenderia pelos próximos quarenta e seis anos (1945-1991). Nesse intervalo,
a aceitação do princípio de autodeterminação acelerou movimentos de
descolonização na Ásia e na África, enquanto a Europa ocidental dava início a
um movimento de recuperação económica e integração política.
[i]
A Declaração de Potsdam ou a Proclamação Definindo os Termos da Rendição Japonesa (não
confundir com o Acordo de Potsdam) foi uma declaração publicada em 26
de julho de 1945 por Harry
S. Truman, Winston Churchill e Chiang Kai-shek, que traçaram os termos da rendição do Japão, conforme acordado na Conferência de
Potsdam. A declaração estipulava que se o Japão não
se rendesse, encararia "pronta e total destruição". Tal declaração
não foi aceita e o seu resultado foi o ataque das bombas nucleares litle-boy
(uranio-235) e fat-man (plutonio) as cidades de Hiroxima e Nagasaki, fazendo
assim com que o japão se rendesse.
[ii] Ver
Efeméride de 16 de Julho – Inicio da Era Nuclear
[iii]
A ata de rendição do Japão foi um acordo que
formalizou a Rendição do Japão, pondo fim à Segunda Guerra Mundial. Foi assinado
pelos representantes do Império do Japão, dos Estados Unidos,
da República da China, do Reino Unido, da União Soviética,
da Austrália, do Canadá, do Governo provisório da República da
França, dos Países Baixos, e da Nova Zelândia no USS Missouri na Baía
de Tóquio em 2 de setembro de 1945.
A cópia original do documento, está no National Archives em Washington,
DC, enquanto a versão em japonês está no Museu Edo-Tokyo em Tóquio.
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