A 5 de Agosto de 1913, entrava
pela primeira vez em Lisboa, o NRP Espadarte, o primeiro submersível português.
O NRP Espadarte foi o primeiro submersível a entrar ao
serviço activo da Marinha Portuguesa.
Tendo sido encomendado em 1907, durante o reinado de Dom Carlos I. Foi
construído nos Estaleiros La Spezia em Itália, entrando ao serviço no dia 15 de
Abril de 1913, o que tornou a Marinha Portuguesa numa das primeiras do mundo a
ser equipada com este tipo de plataforma de armas. O seu primeiro comandante
foi o primeiro-tenente Joaquim de Almeida Henriques.
O NRP Espadarte estava armado com quatro torpedos.
Juntamente com os submersíveis da classe Foca, de caraterísticas
semelhantes mas mais aperfeiçoados, adquiridos em 1917, o Espadarte
formou a 1ª esquadrilha de submarinos da Marinha Portuguesa. Esta esquadrilha
serviu durante a 1ª Guerra Mundial sendo desactivada com a entrada ao serviço
de novos submarinos em 1934, apesar do Espadarte ter sido desarmado
ainda antes, em 1928.
Em 1934 o nome "Espadarte" foi novamente atribuído a um dos submersíveis
da nova classe Delfim, dando origem à 2ª Esquadrilha composta pelos, Delfim, Espadarte e Golfinho
Produzidos nos estaleiro da Fiat
– Em San Giorgio, Spezia, Itália, derivaram directamente do Modelo Laurenti,
sendo conhecidos como Classe F. Foi o modelo base de submersível
utilizado pela marinha italiana na I Grande Guerra, tendo ganho prestígio e
reconhecimento de fiabilidade, tendo sido vendido não só para Portugal, mas
também para o Brasil, Espanha, Suécia e Rússia.
Face aos excelentes resultados
obtidos com o NRP Espadarte, no final de 1915 o Governo Português encomendou em
Itália mais três submersíveis da Classe F: o “Foca”, o “Golfinho” e o “Hidra”,
os quais largaram do porto de La Spezia em Dezembro 1917 em direcção a Lisboa.
Com estes quatro Submersíveis
dá-se início à arma submarina em Portugal e forma-se a 1ª Esquadrilha (1913 a
1934)
Em pleno conflito mundial
os três submersíveis cruzaram o Mediterrâneo, em formação com o NRP Patrão
Lopes e outras unidades aliadas (primeiro italiana e posteriormente francesas).
Num percurso onde encontraram fortes intempéries e zonas assoladas
por submarinos inimigos, chegaram a presenciar o torpedeamento de navios
mercantes nas suas proximidades. Após a longa viagem de oito etapas chegaram a
Lisboa em Fevereiro de 1918.
A Base operacional da Esquadrilha
ficou instalada na Doca de Belém até ao final da guerra.
A principal missão táctica dos
submersíveis da 1ª Esquadrilha foi a de vigilância costeira e guerra
anti-submarina, o que levou à definição de uma zona de operações compreendida
entre as Berlengas e Sines.
A presença dos submersíveis
nacionais à entrada do Tejo e o conhecimento deste facto por parte do inimigo,
reforçava o poder dissuasor destas unidades navais, obrigando o inimigo a
restrições tácticas, como a necessidade de navegarem nas zonas patrulhadas
preferencialmente em imersão, diminuindo-lhes o campo de visão e por
conseguinte a capacidade de detecção de alvos.
Actualmente a Marinha de Guerra
Portuguesa mantêm em actividade a arma submarina através da sua 5ª Eaquadrilha
composta pelos NRP Tridente e NRP Arpão.
Características dos submersíveis da 1ª Esquadrilha
Deslocamento: 245 t (à superfície) - 300 t (em imersão)
Comprimento: 45 m
Velocidade: 14 nós (à superfície) - 8 nós (em imersão)
Autonomia: 1500 milhas
Tripulação: 21 oficiais, sargentos e praças.
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