No final da tarde de 14 de Agosto de 1385 decorreu entre tropas portuguesas
com
aliados ingleses, comandadas por Dom João I de Portugal e o seu condestável Dom Nuno
Álvares Pereira, e o exército castelhano e seus aliados liderados por Dom João I de Castela A Batalha
de Aljubarrota . A batalha
deu-se no campo de São
Jorge, pertencente à freguesia de Calvaria de Cima, concelho de Porto
de Mós, nas imediações da vila de Aljubarrota, entre o referido concelho e Alcobaça.
No fim do século XIV, a Europa encontrava-se a
braços com uma época de crise e revolução. A Guerra
dos Cem Anos devastava a França, epidemias de peste negra ceifavam vidas em todo o continente, a
instabilidade política dominava e Portugal não era excepção.
Em 1383, Dom Fernando, (Coimbra, 31
de Outubro de 1345 – Lisboa, 22
de Outubro de 1383), apelidado de "o Formoso", "o Belo"
e "o Inconstante", morreu sem deixar filho varão que
herdasse a coroa. A sua única filha legítima era a infanta Dona Beatriz, casada com o rei Dom João I
de Castela. A burguesia mostrava-se insatisfeita com a regência da Rainha Dona Leonor Teles e do seu favorito, o conde Andeiro e com a ordem da sucessão, uma vez que
isso significaria anexação de Portugal por Castela. As pessoas alvoroçaram-se
em Lisboa, o conde Andeiro foi
morto e o povo pediu ao mestre de Avis, Dom João, filho natural de Dom Pedro I
de Portugal, que ficasse por regedor e defensor do Reino.
O período de interregno
que se seguiu ficou conhecido como crise
de 1383-1385. Finalmente a 6 de
Abril de 1385, Dom João, mestre
da Ordem de Avis, é aclamado rei
de Portugal pelas cortes reunidas em Coimbra, mas o rei de Castela não
desistiu do direito à coroa Portuguesa, que entendia advir-lhe do casamento.
Perante a revolta da
população portuguesa, em vários pontos e cidades do Reino de Portugal, mas principalmente
em Lisboa, o Rei de Castela, decide em 1384 entrar em Portugal. Entre Fevereiro
e Outubro deste ano monta um cerco a Lisboa, por terra e por mar.
Uma frota portuguesa
vinda do Porto enfrenta, a 18 de Julho de 1384, à entrada de Lisboa, a frota
castelhana, na batalha do Tejo. Os portugueses perdem três naus e sofrem vários
prisioneiros e mortos; no entanto, a frota portuguesa consegue romper a frota
castelhana, que era muito superior, e descarregar no porto de Lisboa os
alimentos que trazia. Esta ajuda alimentar veio-se a revelar muito importante
para a população que defendia Lisboa.
O cerco de Lisboa pelas
tropas castelhanas acaba por não resultar, devido à determinação das forças
portuguesas em resistir ao cerco, ao facto de Lisboa estar bem murada e
defendida, à ajuda dos alimentos trazidos do Porto e devido à epidemia de peste
negra que assolou as forças castelhanas acampadas no exterior das muralhas.
Em Junho de 1385, Dom João
I de Castela decide invadir novamente Portugal, desta vez à frente da
totalidade do seu exército e auxiliado por um forte contingente de cavalaria
francesa.
Assim, em 14 de Agosto dá-se a batalha de Aljubarrota, o grande herói desta
batalha foi Dom Nuno Álvares
Pereira, um grande apoiante de Dom João Mestre de Avis, decidiu não esperar em Lisboa pelos castelhanos mas sim encontrar-se com eles a
caminho de Leiria.
Dom Nuno Álvares Pereira organizou um pequeno exército que combateu os
castelhanos com besteiros e arqueiros a pé que formavam filas para derrubar os
inimigos.
Dom Nuno aproveitou pequenas elevações do terreno, onde colocou arqueiros e besteiros.
Mandou cavar fossos (chamados covas-de-lobo) disfarçados com folhas, para que
os cavaleiros castelhanos lá caíssem.
Depois, dispôs as suas forças em três alas, sendo que uma delas (maior)
ficava de reserva à retaguarda, comandada por Dom João Mestre de Avis.
À frente uma grande linha de soldados comandada pelo Condestável (D. Nuno)
enfrentava de frente os castelhanos, dando-lhes a sensação de que estavam em
vantagem.
A ala esquerda era a célebre ala dos namorados, que enfrentou
bravamente os castelhanos, e a ala direita era conhecida por ala da
madressilva, que, enquanto a primeira lutava, fazia chover flechas sobre o
exército inimigo.
Quando os cavaleiros do exército castelhano viram avançar os soldados
portugueses a pé, recolheram um pouco as suas lanças, julgando que não seria
necessário um esforço assim tão grande para os derrotar.
Imagina a sua surpresa quando as várias alas começaram a avançar e os
rodearam!
Esta táctica militar, que ficou conhecida como a "táctica do
quadrado", foi o segredo para a derrota dos castelhanos. Apesar da batalha
sangrenta, as maiores perdas foram do exército castelhano que foi cercado de
surpresa pelas tropas portuguesas.
O resultado foi a vitória dos portugueses frente a um exército muito
superior, tanto em número como em armas. Os portugueses teriam 1700 lanças, 800
besteiros e 4000 peões; ao todo 6500 homens, por seu turno, os castelhanos teriam
5000 lanças, 2000 cavalos, 8000 besteiros e 15 000 peões, num total de 30 000
homens, com 700 carroças, milhares de animais carregando mantimentos e
munições, 8000 cabeças de gado e muitos pajens e outra gente de serventia!
Esta batalha foi um marco muito importante na História de Portugal porque
evitou que o País caísse nas mãos de Castela e perdesse a sua independência,
coisa que viria a acontecer muitos anos mais tarde (1580-1640), de quando da
morte do Rei Dom Sebastião (1554-1578).
Diretamente associada à vitória dos portugueses nesta batalha,
celebrizou-se a figura lendária da heroína Brites de Almeida, mais conhecida
como "a Padeira de Aljubarrota", que com a sua pá terá morto sete
castelhanos que encontrara escondidos no seu forno.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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