quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Efeméride de 14 de Agosto de 1385 – Batalha de Aljubarrota



 No final da tarde de 14 de Agosto de 1385  decorreu entre tropas portuguesas com aliados ingleses, comandadas por Dom João I de Portugal e o seu condestável Dom  Nuno Álvares Pereira, e o exército castelhano e seus aliados liderados por Dom João I de Castela A Batalha de Aljubarrota . A batalha deu-se no campo de São Jorge, pertencente à freguesia de Calvaria de Cima, concelho de Porto de Mós, nas imediações da vila de Aljubarrota, entre o referido concelho e Alcobaça. 

No fim do século XIV, a Europa encontrava-se a braços com uma época de crise e revolução. A Guerra dos Cem Anos devastava a França, epidemias de peste negra ceifavam vidas em todo o continente, a instabilidade política dominava e Portugal não era excepção.

Em 1383, Dom Fernando,  (Coimbra, 31 de Outubro de 1345  –  Lisboa, 22 de Outubro de 1383), apelidado de "o Formoso", "o Belo" e "o Inconstante", morreu sem deixar filho varão que herdasse a coroa. A sua única filha legítima era a infanta Dona Beatriz, casada com o rei Dom João I de Castela. A burguesia mostrava-se insatisfeita com a regência da Rainha Dona Leonor Teles e do seu favorito, o conde Andeiro e com a ordem da sucessão, uma vez que isso significaria anexação de Portugal por Castela. As pessoas alvoroçaram-se em Lisboa, o conde Andeiro foi morto e o povo pediu ao mestre de Avis, Dom João, filho natural de Dom Pedro I de Portugal, que ficasse por regedor e defensor do Reino.

O período de interregno que se seguiu ficou conhecido como crise de 1383-1385. Finalmente a 6 de Abril de 1385, Dom João, mestre da Ordem de Avis, é aclamado rei de Portugal pelas cortes reunidas em Coimbra, mas o rei de Castela não desistiu do direito à coroa Portuguesa, que entendia advir-lhe do casamento.

Perante a revolta da população portuguesa, em vários pontos e cidades do Reino de Portugal, mas principalmente em Lisboa, o Rei de Castela, decide em 1384 entrar em Portugal. Entre Fevereiro e Outubro deste ano monta um cerco a Lisboa, por terra e por mar.

Uma frota portuguesa vinda do Porto enfrenta, a 18 de Julho de 1384, à entrada de Lisboa, a frota castelhana, na batalha do Tejo. Os portugueses perdem três naus e sofrem vários prisioneiros e mortos; no entanto, a frota portuguesa consegue romper a frota castelhana, que era muito superior, e descarregar no porto de Lisboa os alimentos que trazia. Esta ajuda alimentar veio-se a revelar muito importante para a população que defendia Lisboa.

O cerco de Lisboa pelas tropas castelhanas acaba por não resultar, devido à determinação das forças portuguesas em resistir ao cerco, ao facto de Lisboa estar bem murada e defendida, à ajuda dos alimentos trazidos do Porto e devido à epidemia de peste negra que assolou as forças castelhanas acampadas no exterior das muralhas.

Em Junho de 1385, Dom João I de Castela decide invadir novamente Portugal, desta vez à frente da totalidade do seu exército e auxiliado por um forte contingente de cavalaria francesa.

Assim, em 14 de Agosto dá-se a batalha de Aljubarrota, o grande herói desta batalha foi Dom Nuno Álvares Pereira, um grande apoiante de Dom João Mestre de Avis, decidiu não esperar em Lisboa pelos castelhanos mas sim encontrar-se com eles a caminho de Leiria.

Dom Nuno Álvares Pereira organizou um pequeno exército que combateu os castelhanos com besteiros e arqueiros a pé que formavam filas para derrubar os inimigos.

Dom Nuno aproveitou pequenas elevações do terreno, onde colocou arqueiros e besteiros. Mandou cavar fossos (chamados covas-de-lobo) disfarçados com folhas, para que os cavaleiros castelhanos lá caíssem.

Depois, dispôs as suas forças em três alas, sendo que uma delas (maior) ficava de reserva à retaguarda, comandada por Dom João Mestre de Avis.

À frente uma grande linha de soldados comandada pelo Condestável (D. Nuno) enfrentava de frente os castelhanos, dando-lhes a sensação de que estavam em vantagem.

A ala esquerda era a célebre ala dos namorados, que enfrentou bravamente os castelhanos, e a ala direita era conhecida por ala da madressilva, que, enquanto a primeira lutava, fazia chover flechas sobre o exército inimigo.

Quando os cavaleiros do exército castelhano viram avançar os soldados portugueses a pé, recolheram um pouco as suas lanças, julgando que não seria necessário um esforço assim tão grande para os derrotar.

Imagina a sua surpresa quando as várias alas começaram a avançar e os rodearam!

Esta táctica militar, que ficou conhecida como a "táctica do quadrado", foi o segredo para a derrota dos castelhanos. Apesar da batalha sangrenta, as maiores perdas foram do exército castelhano que foi cercado de surpresa pelas tropas portuguesas.

O resultado foi a vitória dos portugueses frente a um exército muito superior, tanto em número como em armas. Os portugueses teriam 1700 lanças, 800 besteiros e 4000 peões; ao todo 6500 homens, por seu turno, os castelhanos teriam 5000 lanças, 2000 cavalos, 8000 besteiros e 15 000 peões, num total de 30 000 homens, com 700 carroças, milhares de animais carregando mantimentos e munições, 8000 cabeças de gado e muitos pajens e outra gente de serventia!

Esta batalha foi um marco muito importante na História de Portugal porque evitou que o País caísse nas mãos de Castela e perdesse a sua independência, coisa que viria a acontecer muitos anos mais tarde (1580-1640), de quando da morte do Rei Dom Sebastião (1554-1578).

Diretamente associada à vitória dos portugueses nesta batalha, celebrizou-se a figura lendária da heroína Brites de Almeida, mais conhecida como "a Padeira de Aljubarrota", que com a sua pá terá morto sete castelhanos que encontrara escondidos no seu forno.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.




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